DECISÃO DO STF REAFIRMA DEFINITIVAMENTIVA DOS DIREITOS AUTORAIS DE ROBERTO CARLOS E ERASMO CARLOS IMPACTA O MERCADO MUSICAL

Decisão do STJ reafirma cessão definitiva dos direitos autorais de Roberto e Erasmo de Roberto e Erasmo Carlos e impacta mercado musical

Redação Portal
em 6 de fevereiro de 2025

Roberto Carlos - Foto: A.PAES / Shutterstock.com

Em 12 de novembro de 2024, a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu uma decisão que reafirma a validade dos contratos de cessão de direitos autorais firmados entre Roberto Carlos, Erasmo Carlos e a Editora Fermata do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Esses contratos transferem de forma definitiva os direitos patrimoniais das obras para a editora, o que foi contestado pelos artistas sob a alegação de que os termos não previam o atual escopo de exploração comercial, especialmente com a ascensão do streaming. No entanto, o tribunal considerou que as cláusulas contratuais eram suficientemente claras para estabelecer a cessão definitiva dos direitos autorais.


Impacto da decisão no mercado musical

A decisão do STJ tem implicações significativas para o mercado musical brasileiro. Clássicos da Jovem Guarda, compostos pela dupla, permanecem sob o controle da Fermata, limitando a autonomia de Roberto Carlos e dos herdeiros de Erasmo Carlos na exploração comercial das músicas. Isso impede a produção de novas versões, remixes ou licenciamentos independentes. Além disso, a decisão fortalece as editoras e cria um precedente importante para futuras disputas jurídicas envolvendo contratos de cessão de direitos autorais.
Transformações no mercado musical

Desde a assinatura desses contratos, o setor fonográfico passou por grandes mudanças. Nos anos 1960 e 1970, a indústria era pautada na venda de discos e licenciamento para rádio e televisão. Atualmente, o streaming domina a receita global da música, gerando mais de 12 bilhões de dólares em 2023. Muitos artistas enfrentam desafios para renegociar contratos antigos, que não contemplavam a distribuição digital. O caso de Roberto Carlos evidencia a necessidade de adaptação dos termos contratuais ao mercado moderno.
Distinção entre contratos de edição e cessão de direitos

A decisão do STJ destacou a diferença entre contratos de edição e cessão de direitos autorais. Os contratos de edição permitem que o editor publique a obra sem adquirir sua propriedade, geralmente por um período determinado. Já os contratos de cessão envolvem a transferência permanente dos direitos patrimoniais. No caso de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, o tribunal reafirmou que os contratos com a Fermata são de cessão definitiva, garantindo à editora o controle total sobre o catálogo.


Lições para artistas contemporâneos

A decisão serve de alerta para artistas da nova geração sobre a importância de compreender os termos dos contratos antes da assinatura. Algumas medidas essenciais incluem:Buscar assessoria jurídica especializada;
Exigir cláusulas que protejam sua autonomia artística e financeira;
Planejar estratégias para garantir a flexibilidade contratual diante de novas tecnologias.

Contratos antigos e o mercado digital

A situação enfrentada por Roberto Carlos e Erasmo Carlos não é isolada. Muitos artistas veteranos se deparam com contratos assinados décadas atrás, que ainda regulam a exploração de suas obras. Com a ascensão do streaming, que responde por 65% da receita global da indústria, as disparidades entre os contratos antigos e os novos formatos de distribuição tornam-se ainda mais evidentes.

Controle das editoras sobre catálogos históricos

A manutenção dos contratos entre Roberto Carlos, Erasmo Carlos e a Fermata do Brasil reflete o fortalecimento das editoras no controle dos catálogos históricos. 

Embora as músicas da dupla continuem a ser exploradas comercialmente e gerem receitas significativas, a decisão limita a liberdade dos artistas e de seus herdeiros para realizar novos projetos musicais de forma independente.
Principais impactos da decisão

Entre os principais impactos da decisão do STJ estão:

Restrição da autonomia dos artistas sobre suas obras;

Fortalecimento das editoras no controle dos direitos autorais;

Continuidade de modelos contratuais que não refletem as necessidades do mercado digital.

A evolução do mercado fonográfico

A assinatura dos contratos na década de 1960 se deu em um cenário em que a venda de discos e licenciamento para rádio e televisão eram as principais formas de monetização musical. O cenário mudou drasticamente com a digitalização da música e a predominância das plataformas de streaming. No entanto, os contratos antigos ainda prevalecem e ditam como as obras são exploradas, sem incluir revisões para novas formas de distribuição.

Curiosidades sobre contratos musicais da década de 1960Muitos contratos eram assinados sem acompanhamento de advogados especializados.

As editoras garantiam direitos permanentes sobre as obras em troca de distribuição e promoção.

A Jovem Guarda foi marcada por acordos que favoreciam empresas em detrimento dos artistas.
Algumas editoras ainda controlam catálogos musicais históricos sem revisão contratual.

Dados e estatísticas do mercado musicalO streaming gerou mais de 12 bilhões de dólares em receita global em 2023.

Cerca de 80% dos contratos assinados antes dos anos 2000 estão sendo revisados ou contestados.

O Brasil está entre os principais mercados da música digital na América Latina.

O impacto da decisão no legado artístico

A decisão do STJ afeta não apenas o aspecto financeiro, mas também o legado cultural de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Canções icônicas continuam sob o controle da Fermata, o que impossibilita novas interpretações ou adaptações. Para os fãs, a restrição à reinvenção artística representa uma perda significativa para a cultura brasileira.

Linha do tempo dos direitos autorais de Roberto e Erasmo Carlos1960-1970: Roberto Carlos e Erasmo Carlos assinam contratos de cessão de direitos autorais com a Fermata.

2000-2010: Mudança no mercado musical com o crescimento do digital e do streaming.

2024: STJ reafirma a validade dos contratos, impedindo revisões ou renegociações.

Destaques sobre o casoA decisão do STJ mantém a cessão definitiva dos direitos autorais da dupla.

O controle das editoras sobre catálogos históricos fortalece o modelo de negócios tradicional.
O crescimento do streaming evidencia a necessidade de revisão de contratos antigos.
O futuro dos direitos autorais na música

O caso de Roberto Carlos ilustra como contratos antigos podem determinar o destino de obras artísticas. Com a evolução do mercado musical, é essencial que artistas e editoras encontrem um equilíbrio entre interesses financeiros e artísticos. O debate sobre direitos autorais deve continuar a evoluir, garantindo que tanto o legado cultural quanto os direitos dos criadores sejam protegidos.


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