LULA DESAFIA MARK ZUCKERBERG E MANDA RECADO AO DONO DO FACEBOOK, INSTAGRAM E WHATSAPP


Escrito porFabio Lucas Carvalho

Foto: Reprodução

O presidente Lula confronta Mark Zuckerberg em uma declaração pública, abordando questões relacionadas às redes sociais. Entenda os detalhes dessa fala e suas possíveis implicações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas à Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, durante pronunciamento no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (9). Em resposta à decisão da companhia de encerrar seu programa de checagem de fatos, Lula enviou um recado direto ao CEO Mark Zuckerberg.

“Como se um cidadão pudesse ser punido porque faz coisa na vida real e pudesse não ser punido porque faz a mesma coisa na digital. O que nós queremos na verdade é que cada país tenha sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, dois cidadãos, três cidadãos acharem que podem ferir soberania de uma nação“, completou.

A fala do presidente ocorre em meio a mudanças estratégicas na comunicação digital da empresa e ao tensionamento entre grandes plataformas de tecnologia e governos de diferentes países.

Mark Zuckerberg anunciou na terça-feira (7) o fim do modelo de checagem de fatos da Meta, sinalizando uma mudança em sua abordagem sobre moderação de conteúdos.

Decisão da Meta: uma ruptura global

A Meta declarou que, a partir de agora, usuários terão maior autonomia para corrigir e comentar postagens com informações potencialmente falsas, semelhante ao que ocorre no X (ex-Twitter), de Elon Musk.

Durante o anúncio, Mark Zuckerberg criticou o que chamou de “tribunais secretos” na América Latina, referindo-se a decisões judiciais que, segundo ele, removem conteúdos de forma arbitrária. Embora não tenha citado o Brasil diretamente, a fala foi interpretada como uma referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão também ganhou destaque por sua conexão política nos Estados Unidos. O CEO da Meta revelou que trabalhará em parceria com o presidente eleito Donald Trump para resistir a governos que, segundo ele, “pressionam empresas americanas por mais censura“.
Lula e o contexto da comunicação digital no Brasil.

Lula falou que a decisão da Meta é grave. “Vou fazer reunião hoje para discutir questão da Meta. Acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade do cara que comete crime na imprensa“, afirmou o presidente.

Além disso, o governo brasileiro está em fase de reestruturação na área de comunicação. Paulo Pimenta será substituído por Sidonio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom).

STF reage a fala de Mark

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, também se posicionou contra as recentes declarações de Mark Zuckerberg.

Durante evento no Supremo, Moraes disse que as big techs não poderão ser utilizadas como ferramentas para discursos de ódio ou colaboração com grupos extremistas. “No Brasil, só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira, independentemente de bravatas de dirigentes de big techs“, afirmou o magistrado.

Embate entre Meta e Marco Civil da Internet

O Supremo Tribunal Federal está em meio a um julgamento crítico envolvendo o Marco Civil da Internet, que define as responsabilidades das plataformas digitais em relação aos conteúdos publicados por terceiros.

A Meta, por sua vez, tem defendido uma “solução balanceada” que evite excessos regulatórios.
A regulação das redes e a nova política global

A decisão da Meta de encerrar a checagem de fatos reflete uma postura mais agressiva contra regulações globais. Zuckerberg justificou a medida como uma defesa da liberdade de expressão.

Esse novo posicionamento se insere em um cenário de desafios crescentes para as grandes empresas de tecnologia, que enfrentam regulações mais rígidas em países como o Brasil, a União Europeia e a Índia.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o apoio de Trump reforça o ambiente político polarizado em que essas empresas operam.

Meta e sua influência no Brasil

Embora tenha se posicionado como aliada em períodos críticos, como nas eleições brasileiras, a Meta agora se depara com um escrutínio mais rigoroso.

A mudança em sua política de checagem e as críticas ao STF mostram uma ruptura com o modelo de colaboração adotado até então.

Essa tensão pode impactar diretamente a forma como a plataforma será percebida pelo público e pelo governo.

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