MORADOR QUE CORTOU CORDA DE TRABALHADOR EM PRÉDIO MORRE EM PRISÃO NO PR

Beatriz Gomes e Eduarda Esteves
Do UOL, em São Paulo
                                                                                                  Imagem: Reprodução/Instagram
Raul Ferreira Pelegrin, de 41 anos, foi identificado como o morador que cortou a corda de sustentação de um trabalhador em Curitiba 

O homem preso por suspeita de cortar a corda de um trabalhador que estava pendurado na fachada de um prédio, em Curitiba, morreu dentro da penitenciária na madrugada desta sexta-feira (5). A informação foi confirmada ao UOL pela defesa dele.

O que aconteceu

Ainda não há mais informações de como Raul Pelegrini faleceu. Ele foi preso em flagrante pelo crime no dia 14 de março e teve a prisão convertida em preventiva (por tempo indeterminado). O empresário morreu na Casa de Custódia de Piraquara, na Grande Curitiba, onde estava detido desde o dia 27 de março, conforme apurou o UOL.

Defesa cita que preso enfrentava problemas de dependência química havia alguns anos. Raul já teria sido internado compulsoriamente e, no dia 16 de março, os seus advogados pediram a liberdade provisória para conseguirem interná-lo em uma clínica particular para tratamento especializado, o que foi negado pela Justiça.

Depois, os defensores entraram com um pedido de habeas corpus. A liminar (decisão judicial de caráter provisório) foi negada em 21 de março pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Na quinta-feira (4), o mérito do habeas corpus também foi negado, "pelo que sequer foi autorizado que Raul saísse da prisão e fosse internado compulsoriamente em clínica particular apta para o tratamento dessa doença. No julgamento foi dito pelo relator que a manutenção da prisão possibilitaria uma desintoxicação de Raul", conforme a defesa.

Após o MPPR (Ministério Público do Paraná) ter oferecido a denúncia contra Raul, os advogados também pediram ao Juízo Criminal, em 27 de março, a revogação da prisão preventiva. Porém, este pedido ainda estava pendente de análise até a presente data.

Defesa alega que informou que Raul "estava em risco iminente de morte". No pedido de liberdade provisória, os advogados argumentaram que o preso precisava ser transferido "urgentemente" para uma clínica particular. Após conversa com Raul na prisão, os defensores afirmam que fizeram uma reunião com o diretor da unidade para avisar da gravidade do caso e também comunicaram o caso ao gabinete da Justiça.

O MPPR também foi acionado para pedir urgência na manifestação da promotoria sobre a situação. "O Ministério Público, mais uma vez, mesmo diante da gravidade dos fatos, manifestou-se contrário ao pedido, em uma demonstração clara de insensibilidade." A nota da defesa foi assinada pelos advogados Adriano Bretas, Giovanni Moro, Beno Brandão, Alessi Brandão e Khalil Aquim.

O UOL procurou o Ministério Público do Paraná e o Tribunal de Justiça do estado. Os órgãos não se posicionaram. O espaço segue aberto para manifestação.

No entanto, hoje, dia 5 de abril de 2024, o pedido da defesa para que o caso fosse corretamente tratado não com prisão, mas, sim, como um caso de doença que necessita de tratamento, perdeu seu efeito. Raul faleceu. Os fatos falam por si. Uma pessoa que era acusada de um crime tentado teve, na falta de sensibilidade, a sua sentença de morte. Defensores de Raul Pelegrini, em nota ao UOL

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