MUNICÍPIO DO PARANÁ FAZ FESTA COM FAMOSOS ENQUANTO PREFEITO ENFRENTA PROCESSO POR RACHADINHAS

Prefeito e vice de Telêmaco Borba podem ser afastados porque secretários municipais, que ainda continuam nos cargos, devolveram partes dos salários.

O prefeito e a vice-prefeita de Telêmaco Borba, cidade a 240 quilômetros de Curitiba, Márcio Artur de Matos e Rita Araújo, ambos filiados ao PSD, poderão ser afastados das funções devido a uma ação popular que os acusa de se beneficiar de um esquema de “rachadinhas” – prática em que nomeados para cargos de confiança na administração pública devolvem partes dos salários para seus padrinhos políticos.

A análise do processo pelo juiz Elessandro Demetrio da Silva, da Vara da Fazenda Pública de Telêmaco Borba, ocorre no momento em que a prefeitura realiza a Expo Telêmaco 2024, que começa no dia 15 de março, com a participação de artistas famosos como os cantores Tiaguinho e Leonardo, a banda Capital Inicial e o Padre Fábio de Melo – que se apresenta no dia do aniversário da cidade, 21 de março.

O evento chama a atenção do meio político porque sediará uma edição do programa “Assembleia Itinerante”, da Assembleia Legislativa do Paraná: deputados estaduais deverão comparecer ao local para discutir projetos, escutar demandas da região e capitalizar junto aos eleitores que circularão pela festa.

A ação judicial que mira o prefeito e a vice de Telêmaco Borba menciona depoimentos prestados pelos servidores a autoridades que conduziram um inquérito para apurar irregularidades. Ocupantes de cargos em comissão, Izomar Pucci, Rubens Benck, Paulo Rogério Gomes e Reginaldo Lapa admitiram às autoridades que devolveram parcela da remuneração para financiar gastos de futuras campanhas eleitorais.

No caso de Izomar Pucci, secretário de administração do município, a admissão da rachadinha foi feita em depoimento ao Ministério Público. “Eu tive contribuição, nós, digamos assim, que éramos mais próximos, fizemos contribuição também”, disse o secretário a uma promotora de Justiça do Estado do Paraná. O valor, segundo ele, é de R$ 250 por mês (veja o vídeo). Confira o vídeo abaixo da matéria.

“É preciso repor os princípios da administração pública, como a legalidade e a moralidade, e afastar esse tipo de prática da máquina pública”, afirma Renan Vidal da Silva, morador de Telêmaco Borba e autor da ação. Ele é representado no processo pelo advogado Cezar Eduardo Ziliotto, do escritório Ziliotto & Dominschek Advogados.




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