EM ATO, BOLSONARO NEGA GOLPE E DIZ NÃO TER DECRETADAO ESTADO DE SÍTIO PREVISTO EM MINUTA


A manifestação de Bolsonaro reúne uma multidão, vestida de verde e amarelo, na avenida que é considerada o coração da maior cidade do país.. Foto: Reprodução

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Em um ato para demonstrar apoio político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou um golpe e disse que não decretou estado de defesa ou sítio. A manifestação bolsonarista reuniu uma multidão na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (25).

“A última agora, ou a penúltima: Bolsonaro queria dar o golpe. Isso desde que assumi em 2019, ouvia. O que é golpe? É tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer as classes política e empresarial para o seu lado. Nada disso foi feito no Brasil”, disse Bolsonaro durante seu discurso. “Agora, o golpe é porque teve uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha santa paciência”.

Bolsonaro disse que o estado de sítio e de defesa tem um ritual, como a convocação do Conselho da República ou de Defesa. Segundo ele, ninguém foi convocado para “tramar ou botar no papel” uma proposta. Assim, o ex-presidente disse que o “estado de sítio” ou estado de defesa não foi decretado, ou oficializado.

Bolsonaro disse ainda que está sendo perseguido desde antes da eleição de 2018 e citou os inquéritos em curso contra ele no Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, a “perseguição” aumentou quando ele perdeu as eleições presidenciais e deixou o cargo de chefe do Executivo.

“O povo brasileiro não merece estar vivendo por esse momento, onde tão poucos, pouquíssimos, causam tão mal a todos nós. Nós ainda podemos fazer muito pela nossa pátria”, disse Bolsonaro.

Vestidos de verde e amarelo e com bandeiras do Brasil e de Israel, os apoiadores de Bolsonaro acompanharam o discurso de aproximadamente 20 minutos.PUBLICIDADE


Investigação da PF

A Operação Tempus Veritas, deflagrada pela Polícia Federal no início de fevereiro, atingiu em cheio a extrema direita ao localizar na cena do crime o ex-presidente Bolsonaro, o seu entorno de militares e outras figuras importantes do seu governo, todos enredados na construção de uma trama golpista para tentar mantê-lo no poder e ignorar o resultado eleitoral de 2022.

Bolsonaro teve de entregar seu passaporte e está proibido de deixar o país e de se comunicar com os demais investigados. Também estão envolvidos nas investigações ex-ministros importantes, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, apontados como artífices de manobras golpistas. Ao menos 16 militares estão sob a mira da PF.A lista completa dos investigados na Tempus Veritatis

As apurações da Polícia Federal indicam que Bolsonaro, diferentemente do que sempre sustentou, participou de reunião para discutir uma forma de não reconhecer a eleição de Lula e pediu mudanças na minuta do decreto que buscava efetuar um golpe de Estado. Segundo as investigações, o então presidente recebeu o texto das mãos de seu assessor especial Filipe Garcia Martins, preso nesta manhã, e do advogado Amauri Saad, apontado como autor da tese. Além de Filipe, outros três militares ligados diretamente ao ex-presidente tiveram a prisão preventiva decretada. As ações foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.Entenda a operação e como ela fecha o cerco a Bolsonaro

Outros políticos no ato

Durante o ato, congressistas bosonaristas, como Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG), também fizeram discurso. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) também falou e focou seu discurso em aspectos religiosos, que, segundo ela, devem ser levados em conta na política.

“Por algum tempo fomos negligentes ao ponto de falarmos que não se poderia misturar política e religião. E o mal tomou”, disse Michelle.

Por determinação da Constituição, o Brasil é um país laico. Ou seja, o Estado não pode estar ligado diretamente a nenhuma religião.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou e exaltou ações do governo Bolsonaro. Tarcísio disse que “não era ninguém” e que o ex-presidente apostou nele.

A fala de Tarcísio vem logo após o governador ter momentos de certa aproximação com o atual presidente e desafeto de Bolsonaro, Lula (PT). Neste domingo (25), Tarcísio disse que Bolsonaro é “sempre presidente”.




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