CONFIRA OS DEZ MELHORES E OS DEZ PIORES MUNICÍPIOS BRASILEIROS EM SANEAMENTO BÁSICO

Maioria das cidades ainda sofre para ter adequados abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo

Claudinei Queiroz

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (23) novos dados do Censo Demográfico 2022, destacando a questão do saneamento básico em território nacional.

No ano da realização da pesquisa, o Brasil ainda registrava o equivalente a 49 milhões de habitantes sem atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões de pessoas sem água encanada, apesar do crescimento desses serviços nas últimas décadas.

Apenas 739 dos 5.570 municípios do Brasil possuem um sistema adequado de abastecimento de água, o que mostra a precariedade do saneamento básico nacional - Zanone Fraissat - 16.nov.23/Folhapress

Confira abaixo os municípios que se destacam positiva e negativamente nas questões de canalização e abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo, além daqueles que possuem banheiro exclusivo na residência.

Santa Cecília (PB)
99,5
Baraúna (PB)
99,2
Marcolândia (PI)
99,1
Algodão de Jandaíra (PB)
98,7
Gado Bravo (PB)
98,0
Sossêgo (PB)
97,9
Damião (PB)
97,8
Alcantil (PB)
97,2
Riacho de Santo Antônio (PB)
96,8
Betânia do Piauí (PI)
96,6

O estado da Paraíba é um dos que possuem mais problemas de abastecimento de água no país. O município de Santa Cecília lidera a lista com 99,5% de precariedade no sistema, seguido por Baraúna, com 99,2%, e Marcolândia (PI), com 99,1%.

Sem uma rede de abastecimento estruturada, a população só conta com os caminhões-pipa para suprir sua necessidade.


Censo 2022 revela problemas sanitários e mais pessoas vivendo em apartamentos

Conforme o Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta (23), o Brasil t Zanone Fraissat - 16.nov.2023/FolhapressMAIS

Do lado oposto do quesito estão os municípios do Sudeste e do Sul. Conforme o levantamento, 739 dos 5.570 municípios do país possuem um sistema de abastecimento adequado, que contemple 100% de sua população. Desses, 234 são do estado de São Paulo.

A capital paulista, no entanto, não se encontra nesse grupo, uma vez que possui 99,5% de abastecimento ideal, deixando 0,5% desprovido de água.

Damião (PB)
74,1
Algodão de Jandaíra (PB)
73,5
Riacho de Santo Antônio (PB)
72,5
Poção (PE)
69,8
Ouro Branco (AL)
69,6
São João do Tigre (PB)
69,6
Cacimbinhas (AL)
68,4
Canapi (AL)
65,4
Chaves (PA)
65,4
Baraúna (PB)
61,6

Quando a questão é a canalização, fazendo a água chegar às residências, os municípios nordestinos são novamente os que possuem mais problemas. E a Paraíba lidera a estatística nos três primeiros lugares: Damião, com 74,1% da cidade sem água canalizada, seguida por Algodão de Jandaíra, com 73,5%, e Riacho de Santo Antônio, com 72,5%.

Nesse quesito, São Paulo é novamente o estado que se destaca, com 345 municípios com água 100% canalizada. A capital possui 99,9% nessa situação. No país, são 1.377 com canalização completa do sistema hídrico municipal.

SP ainda tem milhares de pessoas sem saneamento básico

Na cidade mais rica do Brasil, comunidades inteiras ainda residem em meio ao esgoto, excluídas de serviços básicos Zanone Fraissat - 16.nov.23/FolhapressMAIS

Águas de São Pedro (SP)
100,0
Avanhandava (SP)
100,0
São Caetano do Sul (SP)
100,0
Presidente Lucena (RS)
100,0
Anhanguera (GO)
100,0
Gavião Peixoto (SP)
99,9
Santa Clara d'Oeste (SP)
99,9
Santópolis do Aguapeí (SP)
99,9
Vitória (ES)
99,8
Américo Brasiliense (SP)
99,8
Jaci (SP)
99,8
Júlio Mesquita (SP)
99,8
Lins (SP)
99,8
Matão (SP)
99,8
Monte Castelo (SP)
99,8
União Paulista (SP)
99,8
Balneário Gaivota (SC)
99,8
Morro Grande (SC)
99,8
São Ludgero (SC)
99,8
Treze de Maio (SC)
99,8

Em relação à rede de esgoto, apenas cinco municípios possuem 100% das casas contempladas, segundo o IBGE: as paulistas Águas de São Pedro, Avanhandava e São Caetano do Sul, a gaúcha Presidente Lucena e a goiana Anhanguera.

E novamente os estados do Sudeste e do Sul se destacam na estatística de maior cobertura da rede, com um sistema de tratamento adequado. A capital paulista possui 95,6% da rede nessa situação.

Juarina (TO)
100,0
Júlio Borges (PI)
100,0
Morro Cabeça no Tempo (PI)
99,8
Milton Brandão (PI)
99,8
Novo Oriente do Piauí (PI)
99,8
Piraquê (TO)
99,8
Nova Santa Rita (PI)
99,8
Jacobina do Piauí (PI)
99,8
Caldeirão Grande do Piauí (PI)
99,8
Santo Antônio do Planalto (RS)
99,8
Pedro Laurentino (PI)
99,8

Se apenas cinco municípios possuem uma rede ideal de esgoto, o país também possui dois que não possuem rede alguma: Juarina, em Tocantins, e Júlio Borges, mo Piauí. Nesses locais, todo o esgoto produzido pela população vai para rios ou valas abertas.

Mas a precariedade não se resume a eles. Muitas outras cidades sofrem com a falta de condições para o escoamento do esgoto e não possuem tratamento.

Santa Cruz de Minas (MG)
100
Águas de São Pedro (SP)
100
Barueri (SP)
100
Hortolândia (SP)
100
Jandira (SP)
100
São Caetano do Sul (SP)
100
Várzea Paulista (SP)
100
Pinhais (PR)
100
Bombinhas (SC)
100
Campo Bom (RS)
100
Ivoti (RS)
100
Presidente Lucena (RS)
100

Outro item do saneamento básico que influencia diretamente no bem-estar da população é a coleta de lixo. Mas o levantamento do Censo 2022 mostra que ainda há muito o que ser feito para deixar o sistema aceitável.

Dos 5.570 municípios do país, apenas os 12 acima possuem 100% da coleta garantida diariamente, metade deles paulista. O estado de São Paulo, é o que tem a melhor cobertura, com 99% das cidades.

Santa Terezinha (MT)
56,8
Caturama (BA)
56,8
São Luís Gonzaga do Maranhão (MA)
52,5
Bujari (AC)
52,5
Óbidos (PA)
52,5
Jardim do Mulato (PI)
52,5
Lago do Junco (MA)
52,5
Madeiro (PI)
52,5
Bela Cruz (CE)
48,0
Brasil Novo (PA)
48,0

As falhas na coleta de lixo, no entanto, estão presentes em vários estados do país. Tanto que Santa Terezinha, em Mato Grosso, é o que possui uma coleta mais inadequada, com 56,8% do seu território sem o serviço. Ele é seguido por Caturama (BA) e São Luís Gonzaga do Maranhão (MA) e outras cidades do Norte e Nordeste.

Melgaço (PA)
63,8
Bagre (PA)
63,5
Ipixuna (AM)
63,2
Itamarati (AM)
61,2
Marechal Thaumaturgo (AC)
61,0
Jordão (AC)
60,5
Uiramutã (RR)
59,5
Fernando Falcão (MA)
59,1
Normandia (RR)
58,5
Cachoeira Grande (MA)
58,4

Juntamente às informações do saneamento básico, o Censo 2022 também ouviu a população sobre a estrutura de suas residências, se há ou não banheiro exclusivo para a família. O resultado mostrou que apenas 1.204 deles possuem 100% de suas casas com banheiro exclusivo, sendo 402 no estado de São Paulo, 288 em Minas Gerais e 169 no Paraná.

E novamente os municípios que possuem mais residências sem banheiro exclusivo são do Norte e Nordeste do país. Melgaço e Bagre, do Pará, e Ipixuna e Itamarati, do Amazonas, lideram esse tópico, com mais de 60% das casas com banheiros coletivos ou sem banheiro algum.


SÓ TRÊS MUNICÍPIOS POSSUEM MAIS APARTAMENTOS QUE CASAS

Florianópolis (SC)
63,5
Santos (SP)
57,2
Balneário Camboriú (SC)
50,80
São Caetano do Sul (SP)
45,40
Vitória (ES)
42,40
Porto Alegre (RS)
41,7
Viçosa (MG)
41
São José (SC)
40,2
Niterói (RJ)
38,80
Itapema (SC)
38,6
Florianópolis (SC)

Outra estatística divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira é a que mostra a prevalência de casas ou apartamentos em cada município. E apenas três possuem número maior de apartamentos em seu território: Santos (SP), com 63,5%, Balneário Camboriú (SC), com 57,2%, e São Caetano do Sul (SP), com 50,8%.

Os demais possuem mais casas, embora o número de apartamentos tem crescido de forma geral desde o Censo de 2010.

Dos 5.570 municípios, 729 deles possuem apenas casas, sendo 182 do estado de São Paulo. Na capital paulista, são 69,8% de casas, 29,4% de apartamentos e 0,8% de outra forma de moradia.

https://www.folha.uol.com.br/

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