JUSTIÇA MULTA LUCIANO HANG E HAVAN EM R$ 85 MILHÕES POR COAGIR FUNCIONÁRIOS EM ELEIÇÃO

PEDRO SALES

O empresário Luciano Hang e as lojas Havan, das quais ele é proprietário, foram condenados a pagar R$ 85 milhões por intimidar funcionários da empresa a votarem em Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições presidenciais de 2018. A decisão foi proferida pelo juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara de Trabalho de Florianópolis. Ainda cabe recurso.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, o empresário promoveu ações em apoio ao ex-presidente com participação obrigatória dos empregados. Além disso, Hang enfrenta acusações de ameaçar fechar lojas e despedir funcionários em caso de vitória de Fernando Haddad (PT), à época adversário de Bolsonaro no segundo turno das eleições, e de promover pesquisas eleitorais entre os trabalhadores.

Conforme revelou o UOL, os promotores do caso explicaram que “os réus valeram-se de sua condição de empregadores para impor sua opinião política a respeito dos candidatos à Presidência da República”. Eles ainda apontam a vinculação “absolutamente censurável” da política com a manutenção dos postos de trabalho de seus colaboradores com “métodos humilhantes, vexatórios”.

Em nota, a defesa de Luciano Hang afirmou que o proprietário classifica a decisão como “descabida e ideológica”. “É um total absurdo. Inclusive, na época dos acontecimentos foram feitas diversas perícias nomeadas pela própria Justiça do Trabalho e nada ficou comprovado, não houve irregularidades. O juiz deveria seguir as provas, o que não fez, seguiu a sua própria ideologia. Mais uma vez o empresário sendo colocado como bandido”, diz o empresário.

Hang ainda acrescenta que as ordens da Justiça foram cumpridas, com “informações levadas a todos os colaboradores sobre a livre expressão do voto”. Ainda em 2018, o proprietário enfrentou processo do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), em que foi mantida a decisão de proibir a rede de lojas Havan e Luciano Hang de influenciar o voto de seus empregados durante as eleições.

“Tudo foi feito de modo a garantir a liberdade dos colaboradores. Afinal, temos até hoje em nosso quadro, colaboradores de várias outras ideologias políticas. Aliás, importante lembrar que o voto é secreto e cada um votou conforme sua convicção”, assegura Luciano Hang.


PEDRO SALES Jornalista em formação pela Universidade de Brasília (UnB). Integrou a equipe de comunicação interna do Ministério dos Transportes.




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