MACEIÓ VIVE CAOS POR EXPECTATIVA DE COLAPSO DE MINA DA BRASKEM; TREMOR DE TERRA É ESPERADO

Mina da Braskem vinha se movimentado aproximadamente 50 cm por dia, mas deslocamento se intensificou nas últimas horas. Até hospitais tiveram que remover pacientes. Após quatro décadas de exploração, as consequências são desastrosas: afundamento do solo em cinco bairros e deslocamento de 60 mil pessoas nos últimos cinco anos; área urbana desocupada é gigantesca e virou cidade fantasma




A população de Maceió (AL) está apreensiva com o iminente colapso de uma das minas de sal-gema da Braskem, que deve acontecer nas próximas horas. A destruição provocada na cidade após 40 anos de exploração da Braskem é irreparável.

A mina que deve colapsar vinha se movimentado aproximadamente 50 cm por dia, mas esse deslocamento se intensificou. O coordenador da Defesa Civil Estadual declarou que a mina 18, a prevista para colapsar, afundou 1 metro e 6 centímetros do solo nas últimas 48 horas.

“Ainda não aconteceu como foi previsto, mas podemos confirmar por enquanto a mina continua se movimentando de forma rápida e é só questão de tempo”, disse o tenente-coronel Moisés Melo.

Por volta das 6h32, dados da Defesa Civil Municipal revelaram que o raio da mina atingiu nas primeiras horas da manhã de hoje 32 metros no subterrâneo. A mina tem um volume de 500 mil m³ e cerca de 50 metros de profundidade.

As autoridades entraram em alerta ainda durante a noite de ontem por causa do aumento da velocidade de afundamento do solo, atingindo uma taxa de 53 cm por dia, indicando um estado crítico.

Especialistas afirmam que um abalo sísmico poderá ser percebido em diversos bairros da cidade quando a mina colapsar. Na pior das hipóteses, o colpaso provocará uma cratera de 300m de diâmetro.

A navegação da lagoa Mundaú está proibida. Com 60% da área da mina submersa na lagoa, surgiram preocupações sobre a possibilidade de um pequeno tsunami. O coronel disse que não existe essa possibilidade.

Moradores protestam contra as autoridades e acusam os políticos de tentar acobertar os crimes da Braskem. “Para se ter uma noção da situação do maceioense, essa noite a gente vai dormir e é provável que acordemos amanhã, às 6h, com um estrondo gigante. Acontece que a mina de mineração da Braskem vai ceder nesse horário e tem probabilidade de ter um efeito cascata com outras minas. Momento de medo e incertezas em quase um milhão de cidadãos aqui em Maceió, enquanto isso o prefeito da cidade tenta a todo custo tirar a Braskem da reta”, desabafou um internauta.

O que são as minas da Braskem em Maceió

A Braskem é uma empresa global com unidades no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e México. A companhia mantém atividades de mineração sob a superfície de Maceió desde a década de 1970 — antes de se chamar Braskem, a indústria responsável pelas atividades era a Salgema Indústrias Químicas S/A.

A extração feita no subsolo de Maceió é de sal-gema, um cloreto de sódio utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila.

O sistema usado pela empresa para explorar as minas era feito da seguinte maneira: um poço era cavado, então a água era injetada para a camada de sal, gerando assim uma salmoura. A solução era retirada das minas para a superfície. Por fim, os poços cavados eram preenchidos com material líquido para dar estabilidade ao solo.

Porém, parte dessas minas teve vazamento do líquido ao longo desses mais de 40 anos de exploração —o que causou instabilidade no solo, gerando buracos. Ao todo são 35 minas na área urbana da cidade — elas estão sendo preenchidas novamente.

Em março de 2018, um tremor de terra foi sentido na cidade. O evento causou o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Cerca de 60 mil moradores deixaram a área na época. A Braskem, responsável pelo problema, passou a indenizar os moradores. No total, mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre. Os tremores sentidos seriam justamente a acomodação do solo diante dessa instabilidade causada pelos vazamentos.

A Braskem encerrou a extração de sal-gema em maio de 2019 na região. As 35 minas da companhia começaram a ser fechadas em 2019, depois que a empresa foi responsabilizada pelo surgimento das rachaduras em casas e ruas de alguns bairros de Maceió no ano anterior.


A crise se aprofundou recentemente com uma nova previsão de colapso para as próximas horas. As consequências ainda são incertas, mas toda área do Mutange e entorno está desocupada. O prefeito de Maceió anunciou o decreto de situação de emergência no município.

O site ‘GeoPizza’ fez um pequeno resumo sobre a situação de Maceió. Entenda

https://www.pragmatismopolitico.com.br/
GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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