EM MIAMI, CAMPOS NETO FALA DE MUDANÇAS NO MERCADO DE CARTÃO COM CHEGADA DA MOEDA DIGITAL

Presidente do BC citou desenvolvimento do Drex e disse que ainda há o que avançar em termos de "tokenização" e monetização de dados no open finance

Por Guilherme Pimenta e Jéssica Sant'Ana, Valor — Brasília

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira que a indústria brasileira de cartão de crédito vai mudar muito nos próximos três ou quatro anos. Uma das mudanças, disse, será o fim do uso físico, devido à introdução da moeda digital.

A declaração foi feita durante participação no painel “Brazil’s Payments Revolution — A Model for the World”, promovido pela Americas Society, Council of the Americas, em Miami, nos Estados Unidos.

Campos Neto comentou que, na área da tecnologia, há "mais coisas para fazer do que já fizemos". Ele lembrou que está em andamento o open finance, sistema financeiro aberto, e o desenvolvimento do Drex, a futura moeda digital brasileira, mas que há ainda o que avançar em termos de "tokenização" e monetização de dados.

"Eu acho que devemos ter carteiras digitais off-line. Os bancos ainda não desenvolveram isso", disse, projetando o que deve acontecer no futuro. Ele também destacou a possibilidade de as pessoas monetizarem as suas carteiras.

Campos Neto falou que um desafio é fazer o Pix, o sistema instantâneo de pagamentos, funcionar em menor número de cliques. "Hoje você tem que usar o rosto, dar dois, três cliques", comentou. "O Pix é programável, as oportunidades são ilimitadas", disse.

De acordo com o chefe da autoridade monetária brasileira, os bancos centrais também precisam pensar cada vez mais em tecnologia, o que, segundo ele, é a maior forma de democratizar o sistema financeiro. "Espero que o próximo presidente do BC saiba mais de tecnologia que eu", afirmou. Ele deixa o comando do BC no fim de 2024

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

Postar um comentário

0 Comentários