HACKER DIZ QUE DELATOU CARLA ZAMBELLI POR MEDO DE SER ASSASSINADO

Arquivo vivo: Hacker diz que encontros com Carla Zambelli aconteciam nas madrugadas e confirmou que a parlamentar o financiava para cometer irregularidades

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Carla Zambelli (Reprodução / BNC Amazonas)

O hacker Walter Delgatti Neto decidiu revelar à Polícia Federal (PF) seu envolvimento criminoso com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) porque teme por sua vida em uma possível “queima de arquivo”. A informação foi divulgada pelo jornalista Octavio Guedes, na ‘GloboNews’.

Delgatti afirmou que recebia dinheiro da deputada bolsonarista para fazer diversas irregularidades, incluindo tentativas de invasão das urnas eletrônicas, celulares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além dos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O foco dessas ações seria desmoralizar a Justiça, seu sistema de informática e os ministros que são considerados inimigos do bolsonarismo.

Preso anteriormente em 2019 por esses acessos, Delgatti havia sido liberado, mas acabou sendo detido novamente em junho por descumprir medidas judiciais, pois estava proibido de acessar a internet. No entanto, o hacker afirmou em entrevista que estava cuidando das redes sociais de Zambelli. A Justiça autorizou sua soltura novamente.

Delgatti não era obrigado a falar dos pedidos feitos pela deputada, mas resolveu contar tudo à PF com medo de sofrer represálias e até mesmo ser morto por “queima de arquivo”.

O hacker revelou para pessoas próximas que passou a achar estranho o fato de Zambelli marcar encontros na madrugada em estradas e locais isolados.

Delgatti

O hacker foi responsável pela divulgação junto à imprensa de conversas entre o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) com procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR). Segundo as conversas, o parlamentar, ex-juiz da Lava Jato, interferia na elaboração de algumas denúncias, que devem ser feitas por promotores, para, em seguida, o magistrado decidir se condena ou não a pessoa investigada.

Em 2021, ministros do Supremo Tribunal Federal declararam a suspeição de Moro nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No ano seguinte, o senador foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, por consequência, decidiu ser candidato pelo estado do Paraná.

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