MERGULHADO EM DÍVIDAS, DONO DO MADERO DIZ SE ARREPENDER DE APOIO A BOLSONARO

"O Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortes". Com dívida de R$ 1 bilhão, dono do Madero se diz arrependido por apoiar Jair Bolsonaro e afirma que não repetiria fala anti-isolamento social durante a pandemia. Junior Durski diz que "as vendas caíram" após seus posicionamentos e que deveria ter seguido o conselho do avô

Junior Durski

Luiz Renato Durski Junior, proprietário do Grupo Madero de restaurantes, declarou arrependimento por ter criticado o isolamento social durante a pandemia e manifestado apoio ao então presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Globo, ele fez referência a um conselho dado por seu avô: “Junior, quem abre um comércio não deve ter candidato, não deve ter político. Não é bom tomar partido facilmente, porque não é bom para os negócios”.

Em 2020, o empresário foi contra a quarentena e disse que o Brasil não poderia parar por “cinco ou sete mil mortes”. Depois dessa declaração, as vendas caíram e as dívidas aumentaram. No segundo trimestre do ano passado, elas chegaram a R$ 1 bilhão.

“Se me perguntar: ‘Faria de novo?’. Não, eu iria seguir a recomendação do meu avô e tocar a vida. A torcida é muito grande para que tudo dê muito certo. E naquilo que a gente puder ajudar é o que tem de acontecer. O Brasil é um país maravilhoso, forte, com um povo muito trabalhador, uma potência mundial em trabalho, em território, abençoado. Já passamos por tanto. Está difícil, mas nunca foi fácil”, conta.

Apesar das dificuldades, Junior Durski afirma ter confiança no futuro: “Não é que eu não entenda, mas o meu negócio no Madero, é fritar hambúrguer. O input dos bancos está bem mais devagar do que deveria, mas a perspectiva é que vai melhorar, que o mercado devagarinho vai retomando, como está retomando. O mercado de capitais deve abrir. Ninguém sabe quando, mas a gente tem de estar pronto. Vamos trabalhar como se não tivesse IPO (Initial Public Offering” ou Oferta Pública Inicial). Ir pagando a dívida no fluxo".

RELEMBRE

Durante a pandemia, Durski se revelou um militante bolsonarista e foi um dos que deu sustentação às atrocidades do ex-presidente.

“O país não aguenta [isolamento social], não pode parar dessa maneira. As pessoas têm que produzir e trabalhar. Não podemos [parar] por conta de cinco ou sete mil pessoas que vão morrer. Isso é grave, mas as consequências que vamos ter economicamente no futuro vão ser muito maiores do que as pessoas que vão morrer agora com o coronavírus”, alegou Durski à época em vídeo publicado em suas redes sociais.

Segundo ele, os danos econômicos seriam muito maiores que as mortes que o vírus poderia causar. Em todo o Brasil, mais de 700 mil pessoas morreram para a covid-19 e outras, milhares ficaram com sequelas.

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