Infecção carnívora é a mesma que quase matou atriz de “As Crônicas de Nárnia”
A britânica Donna Corden, 51, teve metade do rosto removido e quase morreu depois de contrair uma bactéria carnívora em um acidente doméstico — mas diz que a adversidade a ajudou a conhecer seu atual companheiro.
Corden fez um pequeno corte na cabeça ao escorregar e bater a cabeça no forno, em 2017. “Era minúsculo, provavelmente um corte de 1 centímetro”, disse em entrevista ao tabloide Daily Star.
No dia seguinte, seu rosto começou a inchar e ao redor de seu olho, longe de onde estava o corte, e apareceram bolhas pretas. A situação piorou e, então, sua filha Jayde, 31, ligou para a emergência, que levou Donna às pressas ao hospital.
Os médicos diagnosticaram a mulher com fasciíte necrosante, uma infecção bacteriana grave e rara, caracterizada pela destruição rápida e progressiva do tecido debaixo da pele, que estava corroendo seu rosto e quase chegando em seu cérebro.
A bactéria pode entrar no organismo por meio de machucados ou fissuras na pele e, normalmente, o próprio corpo consegue combater as toxinas liberadas. Pessoas com diabetes, obesidade, idosos, portadores de doenças vasculares ou que fazem uso de drogas imunossupressoras, no entanto, são mais suscetíveis a contrair a infecção.
“Eu fiz uma cirurgia que salvou minha vida. Eles literalmente tiveram que remover metade do meu rosto. Estavam trabalhando contra o relógio lá”, diz Donna. Ela conta que, a cada hora, 3cm de sua pele necrosava.
Desde então, ela já passou por mais de 15 cirurgias e ainda deve fazer outras. Um dos procedimentos, para enxertar a pele de sua coxa em seu rosto, que estava oco, durou cerca de 11 horas. Agora, ela espera por mais um procedimento para levantar a boca, além de uma tatuagem para combinar a cor do enxerto com a pele de seu rosto.
Mas, ela conta que, por causa da doença, pode conhecer o amor da sua vida, James Olsen. Os dois se conheceram na pré-escola e voltaram a conversar depois da lesão de Donna.
Infecção quase matou atriz de “As Crônicas de Nárnia”
No ano passado, Georgie Henley, a intérprete de Lucy Pevensia na saga “As Crônicas de Nárnia”, revelou ter sido diagnosticada com a mesma infecção. No Instagram, a atriz falou sobre a doença e desabafou sobre as cirurgias pelas quais precisou passar, que deixaram cicatrizes, além de ter ficado entre a vida e a morte.
“Quase tirou minha vida e causou estragos em todo o meu corpo. Levei muito tempo para me curar tanto física quanto mentalmente, mas esperava que um dia houvesse o momento certo para falar sobre o que aconteceu. Hoje é um começo”, disse Henley em um trecho da publicação.
Georgie diz que sofreu com a infecção há 9 anos, mas só agora teve coragem de revelar. “A indústria da qual faço parte geralmente se concentra em uma ideia muito estreita do que é considerado ‘perfeição’ estética, e eu me preocupava que minhas cicatrizes me impedissem de conseguir trabalho. A verdade é que não existe ‘perfeição’, mas ainda convivo com a vergonha de me sentir diferente, exacerbada pelas expectativas que surgiram com o início da minha carreira.”
Fasciíte necrosante
Chamada de fasciíte necrosante, a infecção é rara e grave, caracterizada por necrose extensa e que progride de forma muito rápida. Ela é causada por bactérias, consideradas devoradoras de carne, que entram no corpo e infectam a pele através de feridas e cortes. Os sintomas incluem bolhas, febre, fadiga e dor — que extrapola o grau que seria aceitável ante a feridas pequenas, por exemplo. Sinais iniciais podem ser parecidos com os da gripe e também envolver vômitos e diarreia.
A progressão da doença ocorre devido às bactérias irem intoxicando o tecido do corpo — e comendo. O tratamento da infecção envolve a administração de antibióticos e a retirada da região (pele) ou ferida contaminada — isso pode levar a amputação de membros inteiros. A condição é tida como uma emergência médica, devido sua rapidez em se espalhar. O não tratamento pode levar ao envenenamento do sangue (sepse) e falência de órgãos.
Donna Corden
Georgie Henley
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GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR
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