
OBrasil é o país com a maior diversidade de árvores do planeta, em seu território estão 8.715 espécies de árvores, o que corresponde a 14% das existentes no mundo. Até pouco tempo, essa porcentagem não incluía uma espécie frondosa de cerca de dez metros de altura, tronco castanho e irregular — de casca lisa e com algumas saliências —, a alfarrobeira (Ceratonia siliqua).
De folhas perenes, que permanecem o ano todo, a árvore costuma florir uma vez ao ano, entre agosto e outubro, e seus frutos, um tipo de vagem que mede entre dez e 25 centímetros, são a fonte de um alimento rico em fibras, já conhecido por substituir o chocolate em dietas de baixas calorias e para indivíduos com sensibilidade ou alergia alimentar.











Alfarrobeira em crescimento a partir de semente importada para o estudo. Fotos: Leandro Latoh/Gepe/Acervo
Até chegar a essa etapa, porém, foi preciso submeter a proposta aos órgãos públicos responsáveis por avaliar a introdução da espécie exótica no País. O processo é complexo, tendo em vista que é preciso precaução para evitar a contaminação e a introdução de novas pragas e patógenos em território nacional.
A introdução da alfarrobeira no Brasil, em termos de pesquisa, levou em torno de dois anos, tempo mais longo que o usual, devido à pandemia de Covid-19, que ocasionou o bloqueio de fronteiras e demais agentes logísticos.
Em 2019, os pesquisadores conseguiram as permissões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) para a importação das sementes, que vieram de Portugal, um dos maiores produtores de alfarroba.
Técnica permite criar mudas de qualidade para plantio
Agora, a propagação vegetativa da espécie — técnica que consiste em multiplicar assexuadamente partes do vegetal, originando indivíduos geralmente idênticos à planta mãe — está sendo estudada para que sejam fornecidas mudas de qualidade para futuros plantios.
“Estamos desenvolvendo trabalhos voltados à produção de indivíduos de qualidade”, explica Katia.
Fazem parte desse conjunto os estudos sobre propagação vegetativa das alfarrobeiras via miniestaquia caulinar (veja o infográfico acima) com uso de reguladores vegetais do grupo das auxinas.
VÍDEO | Aprenda a produzir mudas com a técnica de miniestaquia
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UFPR
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