VÍTIMA DE FAKE NEWS DE THIAGO GAGLIASSO VAI USAR INDENIZAÇÃO DE R$ 10 MIL PARA DISTRIBUIR QUENTINHAS

Bolsonarista Thiago Gagliasso espalhou nas redes que mãe de morto no Jacarezinho era associada ao tráfico de drogas. Justiça condenou o ator a pagar indenização por danos morais pela fake news: "Até essa condenação, não sabia quem era Thiago, nunca tinha ouvido falar dele. Sabia quem era o Bruno Gagliasso, que sempre acompanhei e é uma pessoa edificante", diz a vítima
(crédito: Reprodução/Instagram)


Thiago Gagliasso, ator, influenciador e irmão de Bruno Gagliasso, foi condenado a pagar R$ 10 mil em indenização a Adriana Santana de Araújo Rodrigues, mãe de Marlon Santana de Araújo, um dos jovens assassinados na Chacina do Jacarezinho em maio de 2021.

Adriana conta que vai distribuir quentinhas para moradores de rua com o valor da indenização. Ela é mãe de Marlon Santana De Araújo, um dos assassinados na operação do Jacarezinho, que terminou com 28 mortos, e que teve sua imagem associada com o tráfico ao ser confundida em vídeo com uma outra mulher que segurava um fuzil.

A ação no Jacarezinho foi a operação mais letal da história do Rio de Janeiro. Das 13 investigações do Ministério Público, 10 — relacionadas a 24 mortos – foram arquivadas e uma segue em andamento. Apenas duas denúncias foram aceitas.

Thiago compartilhou a imagem da mulher com fuzil e afirmava que ela pertencia a Adriana, mesmo depois que a informação já tinha sido desmentida pela polícia.

Segundo a condenação, homologada na terça-feira (28), além dos R$ 10 mil , o ator vai ter que publicar uma retratação “com o mesmo alcance” da publicação anterior em até cinco dias. Ele deve falar sobre a sentença e confirmar que a mulher do vídeo não era Adriana.

“Até essa condenação, não sabia quem era Thiago Gagliasso, nunca tinha ouvido falar dele. Sabia quem era o Bruno Gagliasso, que sempre acompanhei e é uma pessoa edificante. Fui saber que esse cara era irmão do Bruno quando ele apareceu para falar de mim e da minha família. Achei boa a condenação. Só lamento que ele use o sobrenome Gagliasso porque mancha a imagem do Bruno, que é uma boa pessoa. Esse cara é um nada. Era isso que eu queria falar para ele nas audiências do processo que ele não foi. Ele é um nada. Mas nem assinar as convocações para as audiências, ele assinou”, disse Adriana.

“Toda semana distribuo de 60 a 100 quentinhas nas cracolândias da cidade. Na verdade, saio com a comida e vou distribuindo para quem encontrar na rua. Nem sempre tenho ajuda de doações, então sai mesmo do meu bolso. Além das quentinhas, queria levar alguma coisa para presos que perderam as mães e não recebem nenhum tipo de ajuda”, diz ela que ainda move outros processos.

“Estão todos perdendo. Tem gente recorrendo ainda, mas até agora nenhum ganhou. Tem até um foragido da Justiça. E depois a bandida era eu”, diz.

Apesar das vitórias e de seguir tocando a vida, Adriana diz que ainda sofre muito com a perda do filho, conta que faz uso de oito medicamentos controlados e desenvolveu síndrome do pânico. “Vivi 37 anos da minha vida no Jacarezinho. Fui nascida e criada ali. Mas não tinha mais como ficar. Foi tudo muito difícil”.

O advogado que representa Adriana Santana de Araújo Rodrigues, a Drica, também falou da importância da condenação de Thiago Gagliasso no episódio. “Esse é o ponto mais importante da decisão, porque é pedagógico, mas a multa é muito baixa, é quase um incentivo para continuar mentindo”, disse João Tancredo.

https://www.pragmatismopolitico.com.br/

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

Postar um comentário

0 Comentários