LULA AFIRMA QUE VAI REVOGAR TODOS OS SIGILOS DE 100 ANOS DECRETADOS POR BOLSONARO

Lula reafirma que fará “revogaço” para quebrar todos os sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro sobre investigações que comprometem o presidente e seus familiares: “Nunca na história deste País alguém fez tanto decreto de 100 anos para proteger seus familiares e ministros. É lógico que vou revogar”

Imagem: Andre Penner | AP


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã de hoje (28), durante evento promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade de Brasília (UnB), que vai fazer um “revogaço”, caso eleito, dos sigilos decretados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Palácio do Planalto já recorreu ao sigilo para colocar em segredo um processo administrativo contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Também fez pedido semelhante para evitar acesso à agenda de reuniões entre o presidente e pastores suspeitos de negociar propinas com prefeitos para liberação de recursos do Ministério da Educação. O mesmo mecanismo foi usado em relação ao cartão de vacinação de Bolsonaro, que diz não ter se imunizado contra covid-19.

“Ele diz que não tem corrupção no governo dele, mas parece que ele não sabe a família que tem. Parece que ele esqueceu da quadrilha da vacina”, discursou. “E um agravante: para toda e qualquer denúncia perto dele, ele, por decreto, decreta sigilo de 100 anos. Por isso, nós vamos fazer um revogaço”, complementou.

“Eu não conheço na história deste País alguém fazer um decreto de 100 anos para proteger seus familiares e seus ministros. É lógico que tem de revogar”, reforçou o ex-presidente.

A SBPC convidou os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas intenção de voto para participar da série de debates “Encontros com presidenciáveis”. O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não confirmou presença. O candidato do PDT, Ciro Gomes, será recebido amanhã.

Durante o encontro, o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, que foi ministro da Educação durante gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entregou a Lula um conjunto de propostas de políticas públicas em diferentes setores. O documento foi elaborado pela SBPC com especialistas ao longo do primeiro semestre deste ano, em uma série de seminários temáticos.

Cargo de senador vitalício a ex-presidentes a ex presidentes

Em evento nesta quarta-feira (27), Lula afirmou ser contrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria o cargo de senador vitalício, destinado a quem já ocupou a presidência da República.

A discussão, feita por parlamentares do Centrão, busca uma espécie de saída honrosa e uma blindagem para o presidente Jair Bolsonaro (PL), em caso de derrota na eleição deste ano.

“Senador tem de ser eleito. Eu sou contra”, disse Lula. “Sou contra inclusive a figura do suplente. Tem cara que coloca o tio, sobrinho, isso não é sério. O segundo colocado deveria ser o substituto dele”.

Questionado sobre a participação dos militares nas eleições, Lula declarou que eles não têm que opinar sobre o sistema eleitoral brasileiro. “As Forças Armadas não têm que dar palpite em urna. Urna é uma questão da sociedade civil, uma questão do Congresso Nacional, dos partidos e da Justiça Eleitoral”, disse.


Quanto ao possível cenário de golpe estimulado pelo ex-capitão, o petista afirmou que não acredita que as Forças Armadas vão embarcar em uma ruptura democrática. “Essas bobagens do Bolsonaro não têm o apoio dos militares da ativa, do alto comando”, afirmou.

“Temos de ter em conta que os militares são mais responsáveis que o Bolsonaro. Eu não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas, mantive 8 anos de convivência da forma mais digna possível”, acrescentou.

Segundo Lula, se Bolsonaro “começar a brincar com a democracia vai pagar um preço muito alto”.


Com Valor e CartaCapital


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