O NÚMERO 1 DO TÊNIS, NOVAK DJOKOVIC É DEPORTADO DA AUSTRÁLIA

Tenista profissional sérvio, Novak Djokovic é o top no ranking mundial masculino e o primeiro jogador da história do tênis a passar a marca de US$ 100 milhões em faturamento com premiação por performance em quadra, credenciou a ser um dos melhores tenistas da história. 

      
Novak Djokovic (Andy Brownbill/AP)

O tribunal do Circuito Federal de Melbourne determinou por unanimidade que o tenista, seja deportado em decorrência de não ter sido vacinado contra a covid-19. Dessa forma Djokovic, não poderá jogar o Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, e terá de deixar o país da Oceania.

O caso sobre a entrada do tenista no país coincide com um pico no número de contágios na Austrália ligados à variante Ômicron do coronavírus.

Ele só havia conseguido desembarcar na Austrália porque portava uma isenção médica especial com a qual não era necessária a comprovação da imunização contra a covid-19, requisito obrigatório para entrar no país. Depois, porém, foi barrado no aeroporto após as autoridades não considerarem o documento válido e ficou retido em um hotel de imigração.

A decisão pelo indeferimento do pedido de reintegração do visto do atleta foi lida pelo presidente do tribunal, James Allsop. Não cabendo mais recurso, o líder do ranking da ATP deixou a Austrália em voo fretado pela Companhia Emirates até Dubái. A audiência durou 9 horas e transmitida ao canal da corte australiana no You Tube, dia 15 de janeiro.

A partir de agora, o tenista enfrenta uma proibição de três anos para retornar ao país, exceto em certas ocasiões, que podem incluir "circunstâncias convincentes que afetam os interesses da Austrália". Allsop explicou ainda que o veredito não refletiu "no mérito ou sabedoria da decisão" e que o raciocínio completo que motivou a decisão será divulgado nos próximos dias.

Repercussão da decisão

A ATP (Professional Tennis Association) descreveu a deportação de Novak Djokovic pelo governo australiano como "o fim de uma série de acontecimentos profundamente tristes", definiu o jogador sérvio como "um dos nossos maiores campeões" e alertou que "as decisões das autoridades legais em matéria de saúde pública devem ser respeitadas".

"A decisão de hoje de manter o cancelamento do visto de Novak Djokovic na Austrália marca o fim de uma série de eventos profundamente tristes. Em última análise, as decisões das autoridades legais em matéria de saúde pública devem ser respeitadas. e aprender com essa situação", diz a ATP em comunicado oficial.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse neste domingo que o tenista foi maltratado em uma "caça às bruxas", que se assemelhava a um show no estilo "orwelliano" (em referência ao escritor George Orwell).

"Vocês não humilharam Djokovic, mas humilharam a si mesmos", disse Vucic, referindo-se às autoridades de imigração da Austrália. "Maltrataram um jogador de tênis por dez dias para finalmente dar a ele uma decisão cujo conteúdo eles conheciam desde o primeiro dia", afirmou o presidente sérvio.

Na opinião e decisão do ministro de Imigração, Alex Hawke, ‘’considero uma ameaça à ordem pública do país, por estimular um sentimento antivacina, e causar agitação social, assim determinou como um cidadão ilegal e expulso do país.

Antes da audiência, Djokovic permaneceu detido no hotel Park Hotel, onde estava hospedado, após ter o seu visto cancelado por Hawke, pela segunda vez desde que o jogador havia desembarcado em Melbourne, há 10 dias.

Djokovic deixou o centro de detenção a caminho do escritório de advocacia do tenista, onde era vigiado por agentes da Imigração, 35 minutos antes da audiência. Um comboio de veículos o escoltou até o local.

Na semana passada, o sérvio de 34 anos ficou detido por cinco dias no centro de detenção de imigrantes até que seus advogados conseguiram por meio da Justiça reverter uma primeira expulsão da Austrália e liberá-lo para treinar.

Entretanto, a defesa do tenista, que não se vacinou contra a covid-19 e se opõe à imunização obrigatória, diz que os argumentos da Imigração são irracionais e prejudicam "um homem de grande reputação" que tem uma boa razão médica para não ser vacinado. Os advogados alegam que o tenista não poderia se vacinar por ter contraído o vírus em dezembro.

Em sua argumentação, o advogado de Djokovic, Nick Wood, disse que o que pode estimular o movimento antivacinação e protestos, na verdade, seria a decisão de deportar o tenista sérvio. Também classificou como "algo perverso" da parte do governo australiano alegar que a presença do atleta traz risco à saúde pública.

Grande parte dos tenistas se posicionou de forma contrária ao comportamento antivacina de Djokovic, que recebeu uma enxurrada de críticas, algumas um tanto quanto contundentes. Rafael Nadal, por exemplo, afirmou que "não há jogador na história que seja mais importante do que um evento". "Cada um escolhe seu caminho. Respeito Novak como pessoa, claro, e como atleta, sem dúvida, mesmo não concordando com muitas coisas que ele fez nas últimas semanas", completou o espanhol.

Já o grego Stefanos Tsitsipas afirmou que Djokovic faz parte de "uma pequena minoria que escolhe seguir o próprio caminho" e isso faz a maioria dos tenistas "parecer tolos". Segundo a ATP, apenas 3 entre os 100 melhores tenistas do ranking não estariam vacinados até o momento.

A Austrália, que implementou uma das políticas mais duras no combate à pandemia, incluindo o fechamento das fronteiras internacionais durante mais de 18 meses, só permite a entrada de estrangeiros com o ciclo vacinal completo ou com uma isenção médica para casos muito específicos. 

Agências européias.


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