MORO NÃO VISITARIA JOAQUIM BARBOSA SE PUDESSE VOLTAR ATRÁS

Após muita insistência, Joaquim Barbosa abriu as portas do seu apartamento para receber o presidenciável do Podemos. Moro superestimou aceitação à sua candidatura no meio jurídico e se deu mal.

 A conversa foi uma tragédia completa

Barbosa e Moro (Imagem: Evaristo Sá/AFP)


Depois de insistir por vários dias, Sergio Moro finalmente conseguiu ser recebido por Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. O encontro aconteceu no apartamento de Barbosa no Leblon, Rio de Janeiro. As consequências da conversa, porém, foram desastrosas para o presidenciável do Podemos.

O histórico de Barbosa revela que ele não é um tipo muito chegado a fazer sala e distribuir tapinha nas costas. Poucos minutos após Moro deixar seu apartamento, o ex-ministro fez questão de deixar claro que vê “com desconfiança” a candidatura do ex-juiz da Lava Jato à Presidência da República.

Barbosa disse ainda que não enxerga como positiva a aproximação de Moro com procuradores da Lava Jato e militares. Quando Moro deixou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça de Bolsonaro, Barbosa o criticou e disse que ele havia cometido um ‘erro crasso’.

Sergio Moro está à procura de um vice e de um candidato a governador no Rio, onde o Podemos mantém aliança com Cláudio Castro (PL). Barbosa é mencionado por aliados de Moro como um nome que poderia ocupar esse papel.

Segundo aliados de Barbosa, na conversa, o ministro aposentado refutou qualquer possibilidade de ser candidato a vice de Moro ou mesmo disputar o governo do Rio de Janeiro.

Amadorismo

A imprensa e as redes sociais repercutiram fortemente o encontro de Moro com Barbosa. “Se Moro estava em busca de um possível vice, um candidato ao governo ou apenas de um aceno, deveria ter feito o que todo político que se preze sabe de cor e salteado: jamais fazer uma pergunta para a qual não tem certeza absoluta da resposta. É para isso que servem os tais “emissários”, que mandam e pegam recados, preparando o terreno para situações como essa. Só para citar alguns exemplos recentes, Lula e Geraldo Alckmin sabiam de antemão exatamente como seria seu encontro no evento de fim de ano do Grupo Prerrogativas, no fim do ano passado. Escalaram aliados para negociar os termos e conversaram pessoalmente, depois que estava tudo bem ajeitado”, comentou a jornalista Clarissa Oliveira.

“Barbosa nunca gostou de Moro e é impossível que o ex-juiz da Lava Jato não soubesse. A conversa entre eles não foi longa e não deu em nada. Ou melhor, deu. Mal o ex-juiz foi embora, Barbosa confessou não concordar com a candidatura de Moro ao Planalto e suas ligações com militares. Em uma ‘maldade final’, Barbosa ainda deixou vazar que o ex-juiz poderá acabar sendo candidato ao Senado”, afirmou Ricardo Noblat.


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