PROTESTO CONTRA BOLSONARO OCUPA AVENIDA PAULISTA

Além do impeachment do presidente, o protesto foi contra a atuação do governo federal na pandemia do coronavírus, as denúncias de corrupção investigadas na CPI da Covid-19, a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis. Lideranças de partidos como PDT, PT, PSOL, Rede, PC do B e PSDB discursaram no ato.


Por g1SP — São Paulo

São Paulo - Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Manifestantes realizam mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste sábado (2), na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Às 16h30, pelo menos 10 quarteirões estavam ocupados por manifestantes. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) bloqueou os 18 quarteirões da Avenida Paulista.

Por volta das 13 horas, dez carros de som ocuparam a via entre os cruzamento com as ruas Pamplona e Consolação, sendo que o palanque principal foi montado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

De acordo com os organizadores, não houve passeata e o protesto ficou concentrado na Avenida Paulista até às 18h15, quando os participantes começaram a dispersar.

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Além do impeachment de Bolsonaro, os organizadores dizem protestar contra a atuação do governo federal durante a pandemia do coronavírus, o alto número de mortes pela doença, as denúncias de corrupção investigadas na CPI da Covid-19 no Congresso Nacional, em defesa da democracia, do emprego, contra a alta dos preços dos alimentos, da conta de luz, do gás de cozinha e dos combustíveis. (Leia mais abaixo).

Segundo a Polícia Militar, três pessoas fora, detidas por furto de celular durante o ato e cinco aparelhos foram apreendidos com os suspeitos presos.

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Discursos

O ato na Avenida Paulista reuniu lideranças políticas de vários partidos de centro e de esquerda, como Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Marcelo Freixo e Guilherme Boulos (PSOL), Heloisa Helena (Rede), Manuela D’Ávila e Orlando Silva (PC do B), Paulinho da Força (Solidariedade), além de Fernando Alfredo (PSDB).

Nos discursos, eles acentuaram a necessidade de impeachment de Jair Bolsonaro antes da eleição de 2022, “para resolver os problemas econômicos do país”.

“Nós estamos aqui porque o povo quer comer e o Bolsonaro não deixa, quer estudar e trabalhar, mas o governo Bolsonaro não deixa. A cada dia que passa ele destrói uma política pública e deixa o povo à mingua, comendo osso. Esse governo tem que acabar antes de eleição, porque o povo não aguenta mais. Pergunte ao povo da periferia, do campo, aos desempregos, se 'é possível esperar um ano para acabar com esse pesadelo?'”, afirmou Fernando Haddad (PT).


Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL) e Marcelo Freixo (PSB) durante ato na Avenida Paulista nesta sábado (2). — Foto: Montagem/G1

"O Brasil não aguenta esperar até o fim de 2022. Não aguenta mais 500 dias de genocídio e de fome. O Brasil de verdade e real não é aquele que desfilou aqui no 7 de setembro. O Brasil real é o que está na fila do osso e não consegue pagar R$ 120 reais no botijão, ou comer com a inflação descontrolada. Não vamos nos iludir com cartinha de Bolsonaro escrita por Michel Temer. Não podemos recuar e temos que ocupar as ruas até o impeachment do genocida”, disse Guilherme Boulos (PSOL).

"O impeachment de Bolsonaro é a única opção que a nação brasileira tem de se proteger contra um golpe de estado. Bolsonaro é uma serpente venenosa que está se organizando para dar um golpe no Brasil. Só há um jeito de nós impedirmos o golpe do Bolsonaro no Brasil: é o povo na rua, de forma ampla, reunindo todos os democratas dessa nação. Bolsonaro está destruindo a economia nacional e é responsável por mais de 600 mil mortes de brasileiros", afirmou Ciro Gomes (PDT) ao discursar.

Manifestantes vão às ruas pelo país em protestos contra o governo Bolsonaro


Histórico do ato


Este é mais um ato na Paulista contra o presidente Jair Bolsonaro. O último havia acontecido no dia 12 de setembro, convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Movimento Vem Pra Rua. Antes dele, o protesto do dia 24 de julho terminou em confusão, com agências bancárias depredadas na Rua da Consolação e bombas de efeito moral atiradas pela polícia.

Os manifestantes não puderam evitar a aglomeração, principalmente na região do vão do Museu de Arte de São paulo (Masp), mas usavam máscaras. Alguns, inclusive, usavam mais de uma máscara de proteção.

Tradicionalmente rivais, as torcidas do Corinthians e do Palmeiras marcaram presença no ato.


Tradicionalmente rivais, as torcidas do Corinthians e do Palmeiras marcaram presença no ato contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado 92), na Avenida Paulista — Foto: g1 SP



O ambulante Pedro Barbosa, 57 anos, aproveitou a manifestação para tentar vender faixas.


"Sou aposentado, de vez em quando faço bicos. Meus pais deixaram casa, então dá para levar, não pago aluguel. Tem que se virar, ganho um salário mínimo por mês. Durante a pandemia eu deixei de comprar mistura. Comprava uns 4 kg de coxão mole ou duro pro mês, agora está difícil. Pego 1 kg, 1,5kg e compro outras carnes, como o frango. Vim vender as faixas, está está R$ 5 cada, mas depende do público, trouxe 100, mas não sei quantas venderei. Não vendi nenhuma até agora. Estou desde 11h na Paulista", afirmou.
Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Devido ao ato, o Metrô informou que a Linha 2-Verde recebeu um reforço na frota de trens e no quadro de funcionários. Não há previsão de fechamento de nenhuma estação da linha. As linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata também operam com mais veículos.

A SPTrans informou que 27 linhas de ônibus que passam pela Avenida Paulista tiveram seus itinerários alterados nos dois sentidos, exceto no cruzamento com a Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que organizou um esquema especial de segurança para a manifestação, com o reforço de mil policiais militares na avenida e patrulhamento intensificado nas imediações das estações do Metrô e terminais de ônibus.

O estado de São Paulo também teve registro de outros atos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, como em Sorocaba, São Carlos, Santos, Ribeirão Preto, Franca, Tatuí, Campinas e Guararema. Manifestantes também foram às ruas em várias cidades do país contra o governo federal.

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Motivações

O ato foi organizado pelos movimentos sociais Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Direitos Já, Fórum das Centrais, Movimento Estudantil e Coalizão Negra por Direitos.

Também se uniram a eles diversos outros grupos e entidades, como o Movimento Negro Unificado, a Unidade Popular, MTST, a Associação da Parada do Orgulho LGBT, o Bloco Feminista, a Coalizão Evangélica, o Movimento Acredito, a Associação Brasileira de Imprensa e o Esporte pela Democracia. Torcidas organizadas do Corinthians e Palmeiras também marcaram presença.

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

Confirmaram presença ainda, sendo que alguns por vídeos, representantes dos partidos PCB, PCO, PSB, PSTU, PSOL, PC do B, PT, Rede, Solidariedade, PSL, PV, PL, PSD, Podemos, PSDB, MDB, PDT e Cidadania.

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/ TV Globo

"É hora de dar um basta final a essa crise social e econômica sem precedentes em nossa história recente. As pessoas já não aguentam mais tanto sofrimento causado pelo presidente e seu governo, que só fazem aumentar o desemprego, a fome e a miséria, tudo isso agravado pela falta de perspectivas, pelos escândalos que vemos no noticiário a respeito da família Bolsonaro, pelo desrespeito à democracia e às instituições, sem falar das barbaridades que têm surgido na CPI da Covid", disse em nota Raimundo Bonfim, um dos líderes do ato.

A torcida do Corinthians no ato contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado (2), na Avenida Paulista — Foto: g1 SP

Manifestantes realizam mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste sábado (2), na Avenida Paulista — Foto: g1 SP

Torcida organizada do Palmeiras marcou presença no protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

Manifestantes realizam mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste sábado (2), na Avenida Paulist — Foto: g1 SP

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP
O ambulante Pedro Barbosa durante manifestação na Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: Reprodução/TV Globo

Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupa Avenida Paulista neste sábado (2) — Foto: g1 SP


Milhares de pessoas se reuniram no largo do Rosário, região central de Campinas, na manhã deste sábado (2), para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro — Foto: Leandro Ferreira/FotoArena/Estadão Conteúdo

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