EX-MISS E EMPRESÁRIA MORRE VÍTIMA DE COVID-19 AOS 38 ANOS

Vítima de Covid-19, Graziela ficou 25 dias internada. Desde o início da pandemia, o Brasil se encontra pela primeira vez em um cenário de mais óbitos pela doença entre jovens do que idosos

Graziela de Freitas Carvalho

Graziela de Freitas Carvalho, de 38 anos, morreu nesta quinta-feira (22) após um quadro de agravamento da Covid-19. O irmão da empresária e ex-miss Poços de Caldas (MG) informou que ela estava internada há 25 dias.

A ex-miss era solteira e não tinha filhos. Nas redes sociais, Graziela divulgava seu trabalho como empresária nas áreas de marketing digital e assessoria musical. Em uma das postagens, de outubro de 2019, ela escreveu: “A vida é curta demais para…”.

Segundo informações do perfil pessoal dela, Graziela estudou jornalismo e abriu seu próprio negócio em 2011. Ela realizava palestras e workshops relacionados ao universo social e profissional feminino, com o objetivo de enriquecer a vida das mulheres. Ela também atuava como modelo publicitária em trabalhos nacionais e internacionais.


Jovens morrem mais

Desde o início da pandemia, o Brasil se encontra pela primeira vez em um cenário de mais óbitos por Covid-19 entre jovens do que em idosos.

Neste mês de abril, pessoas com menos de 40 anos são maioria nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Em março, a taxa bateu recorde, com 52,2% dos leitos ocupados por jovens, de acordo com dados da plataforma UTIs Brasileiras, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Além do aumento na taxa de jovens que ocupam as UTIs com Covid-19, também subiu o número de pacientes graves com necessidade de ventilação mecânica que não têm comorbidades. Atualmente, os pacientes sem comorbidades que são internados em UTIs representam um terço do total — até fevereiro, eram um quarto dos casos.


Cartórios

Pouco mais de um ano após o início da pandemia da Covid-19, os cartórios do Estado de São Paulo começaram a registrar redução nos atestados de óbitos de idosos e viram o crescimento na emissão de documentos comprobatórios de morte para a população entre 20 e 59 anos.

Segundo os dados contabilizados pelo Portal da Transparência do Registro Civil, as mortes de pessoas entre 90 e 99 anos reduziram em 70%; de pessoas entre 80 e 89 anos caíram 54%, e entre 70 e 79 anos, 3%.

A população entre 60 e 69 anos apresentou um leve crescimento nas mortes. Em março de 2020, representavam em média 23% dos óbitos, passando para 27,4% na primeira quinzena de abril.

Já entre os mais jovens, os falecimentos de pessoas entre 20 e 29 anos, que antes eram 0,8% do total por coronavírus no Estado, chegaram a 1,2% (crescimento de 40%); entre 30 e 39 anos subiram de 3% para 5% (aumento de 69%) e entre 50 e 59 anos, que era 12,3%, cresceram para 18,8%, acréscimo de 53%. A faixa etária de 40 a 49 anos é a mais afetada entre a população não idosa. Até janeiro de 2021, representava 5,4% dos óbitos pela doença; hoje, é 10,5% do total, um aumento de quase 100%.


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