PONTO DE VISTA SOBRE A GESTÃO PÚBLICA: LIÇÃO E CONVERSÃO

Saúde, política, economia e unidade sofrem complexas enfermidades. Passou da hora de reprender, reaprender e restaurar a ordem e a dignidade. 

Há dois remédios para restabelecer a saúde do Brasil em curto espaço de tempo. Primeiro, a situação caótica atual sirva de lição para os eleitores no próximo pleito. Segundo, corruptos e corruptores devolvam centavo por centavo o montante furtado.

É oportuno fazer profunda reflexão sobre custos e prejuízos que as corrupções causam ao bem estar, qualidade de vida e segurança. Comecemos avaliando sucintamente o perfil dos corruptos, corruptores e autoridades: a maioria integra elite, com formação escolar de nível médio e superior, status social de classe média alta, ocupantes de cargos privilegiados, dominam dois ou mais idiomas, talentosos e inteligências privilegiadas.

Mandatários das esferas federal, estadual e municipal, empresários e dirigentes de organizações têm igual responsabilidade, ou maior, dos corruptos e corruptores. Reconhecer publicamente erros e incompetências, devolver integralmente as cifras desviadas dos seus fins e suprir danos sociais e morais são passos seguros para a retomada da confiança, do progresso, do desenvolvimento e da dignificação da população.

É oportuno alertar que há outro tumor maligno que precisa urgentemente ser extirpado. O Brasil também está sendo destruído pela língua. Não há senso crítico que diferencie o que é verdade e o que é retórica. Os bombardeios de palavrões e agressões verbais entre autoridades chacinam a educação e formação de crianças e jovens, trucidam bons costumes e tradições, tetanizam a moral e a ética, assassinam as crenças e a espiritualidade. O grito popular denuncia que a corrupção da linguagem é segunda arma destruidora de esperanças, crenças e fé.

A população não espere saciar a sede e a fome pela intervenção divina de dimensão espiritual. Voto, voz, liberdade e democracia não combinam e muito menos admitem circunstância alguma inabilidade governamental e administrativa e incompetência gerencial pública. Sensível, o povo saberá reconhecer o ser humano arrependido que devolver o que não lhe pertence. Por sua vez, o Criador ajuda o justo, mas quem vai salvar o Brasil dos atuais desesperos e fantasmas são a postura, a união e a ação ordeira das 212 milhões de criaturas merecedoras de paz, harmonia e respeito.

Em suma, Deus é gerador de sabedoria, bondade e misericórdia, mas é justo juiz. Perdoa o pecador arrependido e ninguém consegue enganá-Lo. Converter-se implica reparar o prejuízo causado ao próximo por apropriar-se do que não é seu. Por conta da desunião dos serviços da coletividade e má gestão de recursos, denunciadas e reveladas diariamente, milhões de brasileiros passam fome, sofrem por falta de leitos, assistência médica e hospitalar, morrem por não ter condições de comprar remédios.

Pedro Antônio Bernardi - economista, jornalista, professor, conferencista. pedro.professor@gmail.com.

Ilustração: Gazeta do Santa Cândida

GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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