WILLIAN BONNER IRONIZA TERRAPLANISTA ALVO DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

William Bonner faz mímica no Jornal Nacional para falar de blogueiro alvo de operação da Polícia Federal. O ativista bolsonarista acredita que a Terra é plana


Ao citar os nomes investigados pela Polícia Federal no inquérito que apura a disseminação de fake news no Brasil, William Bonner parece ter ficado impressionado com o fato de que um deles, o blogueiro bolsonarista Enzo Leonardo Suzin Momenti, é um “terraplanista” — isto é, acredita na teoria mirabolante de que a Terra seja plana.

“A investigação identificou 11 blogueiros. […] Eduardo Fabrício Portela, Enzo Leonardo Suzin Momenti, um defensor da tese de que… A Terra… O planeta Terra… É… Plano”, disse o âncora do “Jornal Nacional”, da TV Globo, enquanto fazia “mímica” para demonstrar que o planeta é, de fato, redondo.

A ironia do apresentador do JN repercutiu nas redes sociais. “Obrigada por esse momento, Bonner”, agradeceu uma internauta. “A entonação na fala. A expressão facial. O uso das mãos para tentar exemplificar para a humanidade racional o que seria a ideia de “Terra plana”. Tudo neste vídeo do William Bonner é perfeito”, comentou outro.

(continua após o vídeo)


Operação contra Fake News

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira (27) mais de vinte mandados de busca e apreensão no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura produção de notícias falsas e ameaças à Corte.

Entre os alvos estão o empresário Luciano Hang, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) o blogueiro disseminador de fake news Allan dos Santos e a ativista Sara Witer. Os quatro são aliados do presidente Jair Bolsonaro.

O principal foco da operação é um grupo suspeito de operar uma rede de divulgação de notícias falsas contra autoridades, além de quatro possíveis financiadores dessa equipe.

As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e estão sendo executadas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. A investigação corre em sigilo.

Um dos principais alvos é o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e novo aliado do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com as investigações, o ex-parlamentar fez ameaças à democracia ao publicar uma foto com um fuzil “os traidores”.

Ex-aliado de Fernando Collor de Melo e um dos condenados no escândalo do mensalão, Jefferson preside um dos partidos do centrão e passou a defender efusivamente Bolsonaro nos últimos tempos.

O próprio presidente da República chegou a assistir e recomendar uma live em que Jefferson acusava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de arquitetar um golpe parlamentar. Bolsonaro tem se articulado com siglas do centrão, distribuindo cargos a essas legendas em troca de apoio no Congresso.

Allan dos Santos é apoiador de Bolsonaro e editor do blog de notícias falsas ‘Terça Livre’. Ele prestou depoimento à CPMI das Fake News, no ano passado, e negou receber verba oficial do governo para manter a página. A mansão onde mora o blogueiro seria bancada por Eduardo Bolsonaro.

Já a ativista Sara Winter lidera um grupo denominado 300 do Brasil, que formaram um acampamento para treinar militantes dispostos a defender o governo Bolsonaro. Em entrevistas recentes, ela reconheceu que alguns de seus integrantes estão armados.

As investigações identificaram indícios de envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, no esquema de notícias falsas. Carlos é apontado como o líder do ‘gabinete do ódio’.

O inquérito busca elementos que comprove sua ligação e sustente seu possível indiciamento dele ao fim das apurações. Outro filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP, também é suspeito.

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