MILHARES VÃO ÀS RUAS APÓS ASSASSINATO FILMADO DE GEORGE FLOYD

''Eu não consigo respirar”, implorou George Floyd antes de morrer. Homem negro estava desarmado e não oferecia resistência. Assassinato diante das câmeras provocou onda de protestos nos EUA
George Floyd (esq)
BBC News
A morte de um homem negro em Minnesota, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele.
Nas imagens, colhidas na segunda-feira (25), o homem, identificado como George Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente: “Não consigo respirar”. Pouco depois, ele parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância.
O episódio lembra o que aconteceu com Eric Garner, um negro que morreu ao ser preso em 2014 em Nova York. Garner repetiu “Não consigo respirar” 11 vezes.
O FBI juntou-se à investigação dos eventos, informou o Departamento de Polícia de Minneapolis em comunicado na terça-feira. Além disso, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira que “quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos”.

Entenda o caso

A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu “após um incidente médico durante uma interação policial”. A polícia estava respondendo a uma chamada dizendo que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência.
Dois policiais localizaram o suspeito em um veículo. Segundo eles, ele “parecia estar intoxicado”. Eles ordenaram que saísse do veículo, mas o homem resistiu, segundo a versão da polícia.
“Os policiais conseguiram algemar o suspeito e notaram que ele parecia estar sofrendo de problemas médicos”, acrescentou o comunicado.
No vídeo de 10 minutos filmado por uma testemunha, um policial mantém Floyd no chão, que, a certa altura, diz:

“Não me mate”.

Testemunhas pedem ao policial que retire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que “seu nariz está sangrando”, enquanto outro pede: “Saia do pescoço dele”.
A polícia disse que nenhuma arma foi usada durante o episódio e que as imagens das câmeras foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que também iniciou uma investigação.
Em declarações à imprensa norte-americana na terça-feira, a chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que a política de uso da força “para colocar alguém sob controle” será revisada.

“Não consigo respirar”

A frase “não consigo respirar”, repetida por Eric Garner em 2014 antes de morrer, tornou-se um grito de guerra para ativistas que protestam contra brutalidade policial contra negros.
Garner, um negro desarmado, disse a frase 11 vezes após ser detido pela polícia por suspeita de vender ilegalmente cigarros soltos.
Foram as palavras finais do homem de 43 anos, depois que um policial aplicou uma chave de estrangulamento nele.
Um médico legista da cidade apontou que o estrangulamento contribuiu para a morte de Garner. O policial envolvido na prisão mortal de Garner foi demitido mais de cinco anos depois, em agosto de 2019.
Em entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito descreveu o incidente como “completa e absolutamente desastroso”.
“Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os níveis”, disse Frey. “Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte.”
A senadora do Minnesota Amy Klobuchar, que foi pré-candidata presidencial democrata nas primárias, divulgou um comunicado pedindo uma “investigação externa completa e abrangente”.
“Justiça deve ser feita por esse homem e sua família, justiça por nossa comunidade, justiça por nosso país”, afirmou.

Manifestações em Minneapoolis na última quarta-feira foram marcados por confrontos e focos de incêndio (Foto: Carlos Gonzalez/Star Tribune via AP)


GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

Postar um comentário

0 Comentários