CIENTISTAS DESCOBREM MENOR DINOSSAURO DO MUNDO . . .

. . . “preso” em âmbarPor Natasha Romanzoti, 




Cientistas chineses, americanos e canadenses descobriram o menor dinossauro conhecido preso em um pedaço de âmbar de 99 milhões de anos.

O fóssil, encontrado em Mianmar, consiste em um crânio de um animal similar em tamanho a um beija-flor, a menor ave viva hoje.

A espécie foi nomeada Oculudentavis khaungraae.


Pequeno, muito pequeno

O achado pode ajudar os cientistas a entenderem melhor como aves menores evoluíram, uma vez que os dinossauros costumavam ser maiores do que os pássaros atuais.

Os menores dinossauros conhecidos anteriormente, como o Microraptor, pesavam centenas de gramas. Em comparação, um beija-flor pesa apenas duas gramas.

“Os animais que se tornam muito pequenos precisam lidar com problemas específicos, como encaixar todos os órgãos sensoriais em uma cabeça muito pequena ou manter o calor do corpo”, disse o professor Jingmai O’Connor, um dos autores do estudo, da Academia Chinesa de Ciências de Pequim (China).

A nova espécie parece ter lidado com esses desafios de maneiras incomuns.

Olhos bizarros

Uma das surpresas foi a estrutura ocular do dinossauro. Os pássaros têm um anel de ossos, o anel escleral, que ajuda a sustentar os seus olhos. Na maioria desses animais, os ossos individuais, chamados ossículos esclerais, são simples e razoavelmente quadrados.

Já o Oculudentavis os possuía em forma de colher, uma característica anteriormente encontrada apenas em alguns lagartos. Além disso, esses ossos oculares formariam um cone, como os ossos dos olhos das corujas. Isso indica que o dinossauro tinha uma excelente visão.

Ao contrário das corujas, no entanto, os olhos do minúsculo dino eram laterais e a abertura no centro dos ossículos era estreita, o que por sua vez deveria restringir a quantidade de luz que entrava em seus olhos. Segundo os cientistas, isso sugere que o Oculudentavis era ativo durante o dia.

Essa combinação bizarra faria os olhos desse animal se posicionarem em seu rosto de uma maneira nunca vista em nenhum outro animal vivo, o que dificulta a compreensão exata de seu funcionamento.

“É o fóssil mais estranho que já tive a sorte de estudar. Adoro como a seleção natural acaba produzindo formas tão bizarras. Também temos muita sorte que esse fóssil tenha sobrevivido e sido descoberto 99 milhões de anos depois”, afirmou O’Connor.

Outras características

Os cientistas também disseram que havia um número surpreendentemente grande de dentes na mandíbula do dinossauro.

Isso parece indicar que, apesar de seu tamanho, que o Oculudentavis era um predador que comia insetos.

Por fim, algum tecido mole parece ter sido preservado dentro do crânio do animal\, notadamente alguns resquícios da língua do dinossauro, o que pode levar os pesquisadores a entenderem melhor sua biologia.

Miniaturização

Uma vez que o fóssil consiste em apenas um crânio, os pesquisadores não podem estabelecer precisamente a sua relação com outros pássaros. Algumas de suas características são similares às de dinossauros, enquanto outras são mais parecidas com aves avançadas.

De acordo com os cientistas, essas características podem ter evoluído tanto através das restrições de miniaturização quanto através da especialização a um estilo de vida particular.

A localização geográfica do achado pode ter algo a ver com seu processo de miniaturização.

O isolamento está frequentemente envolvido com a evolução de tamanhos corporais menores, com alguns exemplos notáveis em ilhas. Curiosamente, acredita-se que o âmbar de Mianmar tenha se formado em um antigo arco da ilha.

“É uma sorte que essa pequena criatura tenha sido preservada em âmbar, pois esses animais pequenos e frágeis não são comuns no registro fóssil. Essa descoberta é emocionante porque nos dá uma imagem dos pequenos animais que viveram em uma floresta tropical durante a era dos dinossauros”, conclui outro autor do estudo, o Dr. Luis Chiappe, do Museu de História Natural do Condado de Los Angeles (EUA).

Um artigo sobre a descoberta foi publicado na prestigiada revista científica Nature. [BBC]

Por Natasha Romanzoti, 

https://hypescience.com/

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