PACIENTE RECEBE PRIMEIRO TRANSPLANTE DE MÚSCULO CARDÍACO CRIADO EM LABORATÓRIO

Um transplante pioneiro aconteceu nesta segunda-feira (27), realizado por pesquisadores da Universidade Osaka (Japão). Os envolvidos comemoraram o sucesso do procedimento e forneceram maiores detalhes em uma coletiva de imprensa.

O paciente que recebeu o transplante sofre de cardiomiopatia isquêmica, um problema em que o coração tem dificuldade em bombear o sangue porque os músculos cardíacos não recebem sangue suficiente.

Em casos severos, a doença pode requerer um transplante de coração, mas a equipe da Universidade Osaka realizou um procedimento que não precisa deste transplante de um doador.

Este é o transplante de rosto mais bem sucedido até agora

O que eles fizeram foi retirar células do próprio paciente, reprogramá-las para voltar a um estado pluripotente semelhante ao das células embrionárias e fazer as células se especializarem como células cardíacas.

Essas células foram colocadas em uma folha degradável, que por sua vez foi aplicada apenas nas áreas prejudicadas do coração do paciente. Se tudo correr bem, essas camadas de novas células cardíacas devem continuar se desenvolvendo para fortalecer as regiões problemáticas do coração.

Os pesquisadores vão acompanhar o paciente pelo próximo ano e esperam conduzir o mesmo procedimento nos próximos três anos em nove outras pessoas que sofrem com o mesmo problema.

As vantagens desse procedimento é que não há necessidade de transplantar o órgão inteiro, não é necessário procurar por um doador compatível, e não há rejeição do corpo ao tecido, já que é feito de células do próprio paciente. Além disso, essas pessoas não precisariam ficar na fila de transplante aguardando um órgão, que poderia ser destinado a pacientes com outros problemas cardíacos graves.

Se tudo for bem, o procedimento poderia ser uma alternativa muito necessária aos transplantes cardíacos.

“Espero que o transplante se torne uma tecnologia médica que possa salvar o máximo possível de pessoas, uma vez que eu já vi muitas vidas que não pude salvar”, afirmou o pesquisador Yoshiki Sawa no evento com a mídia, segundo The Japan Times. [Science Alert, The Japan Times]

Por Juliana Blume,

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