MULHERES DIZEM QUE ''ENCOSTARAM EM PRETO'' E PRECISAM USAR ''ÁLCOOL PARA DESINFETAR''

Em vídeo, duas jovens brancas reclamam que estão fedidas após encostarem em pessoas negras. Uma delas tenta mudar de assunto ao perceber que as declarações podem ter consequências

Vídeos (assista no final do texto) publicados nos stories do Instagram no último sábado (2) revelaram declarações racistas de duas jovens brancas e de um rapaz não identificado que não aparece nas imagens.

As imagens postadas no recurso ‘stories’ do Instagram somem automaticamente após 24 horas, mas alguns internautas salvaram o conteúdo.

As jovens afirmam que precisarão tomar um banho quando chegarem em casa porque foram encostadas por muita gente “nojenta”.

“Cara, encostaram no meu ombro e está fedendo”, diz uma das jovens. É possível ouvir, ao fundo, uma voz masculina que pergunta: “Foi preto, né?”.

Em seguida, a outra jovem alerta: “Não fala isso, é no Instagram”. Mas a primeira, despreocupada, responde: “pior que foi mesmo”. As duas dão risadas. “Precisa passar álcool, tá fedendo mesmo”, insiste uma delas.

Durante o vídeo, uma pessoa não identificada joga álcool no braço da jovem, que ri da situação e afirma que seu braço “continua fedendo”.
Polêmica e falsa acusação

Uma mulher que se chama Géssica Rauber foi acusada de ser uma das jovens racistas que aparecem nas imagens. A acusação, porém, se mostrou caluniosa.

A denúncia contra Géssica ocorreu porque os stories foram publicados no perfil dela no Instagram no último sábado (2). Géssica alega que seu perfil foi hackeado e, consequentemente, utilizado para publicar o vídeo.

“Eu nem sabia desse vídeo. Eu tenho um filho autista, meu projeto de TCC da faculdade foi sobre adoção por casais homoafetivos, tenho inúmeros amigos negros. Eu jamais faria algo desse tipo”, assinalou a mulher, que é advogada.

“Racismo é crime, hediondo ainda. Por favor, eu vou descobrir quem fez isso comigo. Estou recebendo inúmeras mensagens me xingando, estou com medo”, disse. “Olha a minha foto no Instagram e vê se eu sou alguma daquelas duas”, acrescentou.

“Já fui na polícia e tomarei todas às medidas cabíveis para esclarecer esse caso e descobrir quem fez isso comigo”, finalizou Géssica.

Até o fechamento deste texto, as duas verdadeiras autoras das declarações racistas não foram identificadas. No Facebook, Géssica disse ter descoberto que as jovens do vídeo são da cidade de Modelo, um pequeno município no interior de Santa Catarina.
Géssica Rauber
no domingo
Quem fez o vídeo já foi identificado. São duas mulheres do município de Modelo - SC.
Tomarei às medidas cabíveis.
Não fui eu, aprendam a olhar e investigar antes de julgar alguém. Só ver o vídeo que saberão que não fui eu.

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