SUPREMACIA BRANCO QUE ARRASTOU NEGRO EM CAMINHÃO É EXECUTADO NOS EUA

O supremacista branco John William King foi executado na última quarta-feira

O supremacista branco John William King foi executado no Texas (EUA) na última quarta-feira (24). Ele é um dos responsáveis por torturar e matar James Byrd Jr., em 1998. O crime, segundo os promotores do caso, foi motivado por racismo.

Byrd Jr., um homem negro, havia pedido carona no caminhão onde estava King e outras duas pessoas para voltar para casa. Em seguida, os três espancaram a vítima, amarraram na parte de trás do caminhão e o arrastaram por quase cinco quilômetros. Um dos outros assassinos, Lawrence Brewer, também foi executado em 2011.

King se declarava inocente, mas a Justiça obteve uma carta endereçada a outro criminoso em que o assassino comemora o crime. O assassinato de Byrd Jr. chocou os Estados Unidos, e artistas norte-americanos compareceram ao funeral da vítima. O crime, inclusive, levou o Congresso dos EUA a aprovar em 2009 uma lei contra crime de ódios que leva o nome de Byrd Jr.

Entenda o crime

Shawn Berry, Lawrence Brewer e John King amarraram Byrd na parte de trás de um caminhão e o arrastaram em uma estrada de asfalto. Byrd, que permaneceu consciente durante a maior parte do tempo, foi morto depois da metade do caminho quando seu corpo atingiu a borda de um bueiro, cortando seu braço direito e e sua cabeça.

Os assassinos seguiram por mais alguns quilômetros antes de despejar seus restos mortais em frente a uma igreja frequentada por negros em Jasper, Texas.

Lawrence Brewer foi executado por injeção letal em 21 de setembro de 2011. King foi executado nesta quarta-feira também por injeção letal na penitenciária estadual de Huntsville, no Texas. Berry foi condenado à prisão perpétua e pode conseguir liberdade condicional em 2038.

Lawrence Brewer, executado em 2011

Detalhes

No dia 7 de junho de 1998, Byrd, com 49 anos, aceitou uma carona de Shawn Berry (23 anos), Lawrence Brewer (31 anos) e John King (23 anos). Berry, que dirigia o caminhão, conhecia Byrd da cidade.

Em vez de levar Byrd para casa, os três homens levaram Byrd para uma estrada remota fora do município de Jasper. Byrd foi brutalmente espancado e teve o rosto pintado com spray. Os agressores ainda urinaram e defecaram nele, e o acorrentaram pelos tornozelos ao veículo.

Em depoimento, Brewer afirmou que a garganta de Byrd havia sido cortada por Berry antes de arrastarem a vítima. No entanto, evidências forenses mostraram que Byrd estava tentando manter a cabeça erguida enquanto era arrastado, e uma autópsia revelou que Byrd estava vivo durante a maior parte do trajeto.

Enquanto quase todas as costelas de Byrd foram fraturadas, seu cérebro e crânio foram encontrados intactos, sugerindo ainda que ele manteve a consciência enquanto estava sendo arrastado.

Berry, Brewer e King despejaram os restos mutilados do corpo de Byrd em frente a uma igreja e depois foram para um churrasco. Um motorista encontrou os restos decapitados de Byrd na manhã seguinte. Ao longo da área por onde Byrd foi arrastado, a polícia encontrou uma chave com “Berry” escrita nela.

A polícia identificou 81 lugares que continham restos mortais de Byrd. Por Brewer e King serem supremacistas brancos conhecidos e declarados, as autoridades estaduais entenderam que o assassinato tratava-se de um crime de ódio.

King tinha várias tatuagens racistas: um homem negro pendurado em uma árvore, símbolos nazistas, as palavras “Orgulho Ariano” e uma referência a uma gangue de prisioneiros da supremacia branca conhecidos como os Cavaleiros Confederados da América.

Da prisão, King escreveu uma carta para Brewer em que expressou orgulho pelo assassinato. O documento foi interceptado por funcionários do presídio.

“Independentemente do resultado disso [assassinato], nós fizemos história. Morte antes da desonra. Sieg Heil!”, escreveu.

James Byrd Jr.

James Byrd Jr. nasceu no dia 2 de maio de 1949, em Beaumont, Texas. Ross Byrd, seu único filho, fez parte de uma organização que se opõe à pena de morte nos EUA. De maneira surpreendente, Ross chegou a fazer campanha para poupar a vida dos homens que assassinaram o seu pai.

O supremacista branco John William King mostra suas tatuagens

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