Em conversa com colunista da Folha, jornalistas da Globo admitem que emissora proibiu repercussão da entrevista de Lula. Por outro lado, as falas do ex-presidente foram manchetes no mundo inteiro, em publicações como The New York Times, Washington Post, Le Monde, Le Figaro, El Clarín, The Guardian e o Sputnik
Luiz Inácio Lula da Silva (Imagem: Ricardo Stuckert)
RBA
A Rede Globo ordenou que seus programas de televisão não repercutissem a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada na última sexta-feira (25). A informação é da jornalista Cristina Padiglione, colunista de televisão da Folha de S.Paulo.
A jornalista diz que conversou com colegas que trabalham na emissora, que relataram a recomendação do alto escalão. A emissora teria enfatizado ainda que não pedirá entrevista com Lula, nega ter recomendado a censura, mas não explicou porque a entrevista do ex-presidente aos jornais Folha e El País não foi citada em nenhum veículo da empresa global, como portal G1, o impresso O Globo ou o canal por assinatura GloboNews.
Foi a primeira entrevista de Lula, um ano depois de sua prisão. O objetivo da Globo, ainda de acordo com Cristina, é evitar qualquer repercussão da fala do ex-presidente, pois “não possuiria nada novo“.
Por outro lado, as falas do ex-presidente foram manchetes no mundo inteiro, em publicações como The New York Times, Washington Post, Le Monde, Le Figaro, El Clarín, The Guardian e o Sputnik.
Não é a primeira vez que a emissora brasileira tenta calar Lula. Em agosto do ano passado, ao dar início à cobertura das atividades eleitorais dos candidatos à Presidência da República, o Jornal Nacional anunciou que não cobriria a candidatura do PT. Naquele período, o petista liderava as pesquisas eleitorais e ainda não tinha seu nome vetado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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