FAMÍLIA BRASILEIRA ALUGOU APARTAMENTO PELO AIRBNB SEM CERTIFICADO DE GÁS

Airbnb estava em apartamento sem certificado de gás, revela investigação. Informação lança dúvidas sobre a forma de operar desta conhecida plataforma de aluguel de hospedagens

Família brasileira morta no Chile

Alugado através do aplicativo Airbnb, o apartamento onde a família brasileira foi encontrada morta em Santiago, no Chile, estava sem vistoria de gás há 15 anos. As informações são das autoridades chilenas.

Funcionários do Serviço de Eletricidade e Combustível (SEC), órgão estatal chileno responsável por avaliar as condições das edificações, atribuem selos de certificação nas cores verde, bege e vermelho, de acordo com o funcionamento hidráulico, elétrico e de gás.

De acordo com o SEC, o imóvel tinha selo vermelho e, por isso, não estava em condições adequadas para ser alugado. A informação lança dúvidas sobre a forma de operar do Airbnb — a mais conhecida plataforma de aluguel de hospedagens do mundo.

Bombeiros chilenos suspeitam que um vazamento de monóxido de carbono tenha provocado intoxicação nos brasileiros e causado as mortes. A perícia trabalha com 3 hipóteses: pode ter vazado gás do aquecedor de água, do aquecedor geral ou mesmo gás de cozinha.

Pelas condições em que foram encontrados os corpos, se presume que a intoxicação aconteceu muito tempo antes, informou o comandante do Corpo de Bombeiros de Santiago, Diego Velasquez.

Os bombeiros também trabalham com a hipótese de que o aquecedor de água do apartamento dos brasileiros poderia estar jogando monóxido de carbono para dentro, em vez de para fora da moradia.
Viagem ao Chile

A família brasileira planou a viagem ao Chile durante 1 ano; o motivo seria a celebração do aniversário de Karoliny, que faria 15 anos nesta sexta-feira (24). Pouco antes de ocorrer a tragédia, a família foi notificada no sobre a morte da avó paterna dos adolescentes vítima de um câncer, o que levou o grupo a antecipar o regresso ao Brasil.

Os turistas passavam uma semana de férias em Santiago e conseguiram alertar seus familiares quando começaram a se sentir mal. Os parentes então alertaram o consulado do Brasil em Santiago. Quando os funcionários brasileiros chegaram ao local junto com a polícia encontraram todos mortos.

Morreram no apartamento:

— Fabiano de Souza, 41 anos (Pai dos adolescentes e marido de Débora. Ele trabalhava como pedreiro e pescador)

— Débora Muniz Nascimento de Souza, 38 anos (Mãe dos adolescentes e mulher de Fabiano. Ela trabalhava como coordenadora pedagógica em uma creche no bairro Estreito, em Florianópolis, entrou de férias no dia 17)

— Karoliny Nascimento de Souza, 14 anos (Filha de Fabiano e Débora. Ela completaria 15 anos nesta semana e estudava no 1º ano do ensino médio, em Florianópolis)

— Felipe Nascimento de Souza, 13 anos (Filho de Fabiano e Débora. Ele estudava no 9º ano do ensino fundamental, em Biguaçu)

— Jonathas Nascimento, 30 anos (Catarinense, irmão de Débora e marido de Adriane, que residia em Hortolândia. Ele era chefe do Departamento Pessoal do Instituto Adventista de Tecnologia e estava de férias)

— Adriane Kruger (Goiana, mulher de Jonathas e morava em Hortolândia. Era formada em engenharia civil)
Monóxido de Carbono

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), as moléculas de monóxido de carbono se ligam à hemoglobina presente no sangue. Isso dificulta a circulação e distribuição do oxigênio – essencial para vida humana – no corpo. É uma morte por asfixia.

Os sintomas da asfixia por monóxido de carbono são: dores de cabeça, tontura, fraqueza, dores abdominais, vômitos, dor no peito, confusão mental. Na maioria das vezes, as vítimas não percebem que estão sob efeito do monóxido de carbono justamente porque o gás não tem cheiro nem cor.

Aquecedores a combustível podem vazar monóxido de carbono caso estejam mal posicionados ou sem manutenção. Confinado em um ambiente fechado ou sem janelas, o gás mata em minutos.

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