Uma imagem (ver acima) acompanhada de um pequeno texto viralizou nas redes sociais nesta semana. A foto representa o retrato perfeito da exploração do homem pelo homem e das consequências nefastas da perda de direitos. Confira o texto:
A “imagem perfeita do trabalho no século XXI”.
Um trabalhador sem vínculo empregatício e sem direito trabalhista fazendo entrega de comida de um restaurante que não é onde ele trabalha, para alguém que a pediu por um aplicativo milionário que também não é onde ele trabalha.
Usando uma bicicleta que não é sua e pela qual ele paga para usar a um banco bilionário que também não é onde ele trabalha.
Ele não trabalha em lugar nenhum, sem vínculo empregatício e direitos trabalhistas porém trabalha muito (e provavelmente recebe pouco).
Realmente, a imagem perfeita do trabalho no século XXI.
A imagem provocou manifestações diversas. “Sem cobertura previdenciária, pois não recebe salário e nem pagamento suficiente para comer e recolher ao INSS”, acrescentou Priscila.
“São Paulo tá toda assim, qualquer hora que passo pela paulista tem muita gente entregando para aplicativos, com bikes ou patinetes de aplicativos, recebendo por aplicativos”, revelou Júlia.
“Acrescentaria: Circulando por uma rua sem ciclovia e sem utilizar qualquer tipo de equipamento de proteção pessoal. Pobre povo brasileiro!”, observou Luciana.
Direitos
Em 2017, o Congresso Nacional aprovou a reforma trabalhista do governo Michel Temer. A proposta prometia criar empregos e melhorar a renda dos trabalhadores.
Quase dois anos depois de sua aprovação, o cenário é caótico. A situação deve se agravar caso seja aprovada a reforma da previdência de Jair Bolsonaro, que também promete salvar o Brasil.
Não faltaram avisos de que a reforma trabalhista traria prejuízos para os trabalhadores e para a economia, assim como não faltam agora. O desemprego não para de crescer e há cada vez menos empregos com carteira assinada.
“Todas as medidas foram tomadas no sentido de cortar gastos, investimentos e direitos. Ao juntar tudo isso, a economia não anda”, afirma o economista César Locatelli.
Um dos efeitos colaterais das mudanças na legislação trabalhista foi a redução na arrecadação previdenciária. De acordo com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esse montante caiu em mais de R$ 30 bilhões desde sua aprovação.
“Por que a gente está criando um déficit enorme em geral? Porque a Previdência está recebendo menos e o governo também está arrecadando menos impostos. Esse clima de recessão não ajuda a cortar gastos, já que você está recebendo muito menos”, acrescentou o economista, que vê um cenário ainda pior com a possível aprovação da reforma da previdência de Paulo Guedes e Bolsonaro.
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