GAECO DEFLAGRA 4° ETAPA DE OPERAÇÃO CONTRA DESVIO DE VERBAS DA EDUCAÇÃO

                                                                                                                                                               Foto: Ernani Ogata/Código19/Folhapress

O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta terça-feira, 19 de março, em Curitiba, novo desdobramento da Operação Quadro Negro, que apura desvios de verba destinada à construção de escolas no estado. Foram presos o ex-governador do Paraná (2011-2018), um empresário e o ex-secretário estadual de Cerimonial e Relações Internacionais (2013-2018).


Além dos mandados de prisão, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão – três na casa dos presos, um em Caiobá e outro em Porto Belo (SC). As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 9ª Vara Criminal da capital, a pedido do MPPR. Esta foi a quarta fase da Quadro Negro. A operação foi iniciada em 2015.

Denúncias 

 O Ministério Público também ofereceu na última semana duas novas denúncias criminais contra envolvidos nas irregularidades averiguadas no âmbito da Quadro Negro. Assinam as ações penais agentes ministeriais do Gaeco e do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), unidades do MPPR que atuaram diretamente nas investigações, nas esferas criminal e cível, respectivamente.

Na primeira denúncia, que trata dos crimes de organização criminosa, corrupção, fraude a licitação e lavagem de dinheiro, são acusadas seis pessoas: o ex-governador, ex-secretário estadual de Cerimonial e Relações Internacionais (2013-2018), o ex-diretor da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (2012-2015) e três empresários (autos nº 0007045-34.2019.8.16.0013).

A segunda, que sustenta a prática do crime de obstrução à Justiça, é dirigida contra sete pessoas: novamente o ex-governador, a primeira-dama e ex-secretária estadual da Família e Desenvolvimento Social, o ex-procurador-geral do Estado (2003-2007), o ex-diretor da Secretaria de Educação, e três empresários (autos nº 0007044-49.2019.8.16.0013).

CONFIRA A CHEGADA DE RICHA NO GAECO

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Por meio de nota, a defesa de Beto Richa “esclarece que a determinação de prisão exarada hoje não traz qualquer fundamento. Tratam-se de fatos antigos sobre os quais todos os esclarecimentos necessários já foram feitos. Cumpre lembrar que as fraudes e desvios cometidos em obras de construção e reforma de colégios da rede pública de ensino foram descobertos e denunciados pela própria gestão do ex-governador Beto Richa. 

Por orientação do ex-governador, no âmbito administrativo, todas as medidas cabíveis contra os autores dos crimes foram tomadas. A defesa repudia o processo de perseguição ao ex-governador e a seus familiares; todavia, segue confiando nas instituições do Poder Judiciário”, disse o advogado Guilherme Brenner Lucchesi.

A reportagem tenta contato com a defesa de Ezequias Moreira. O advogado de Jorge Atherino disse que, por enquanto, não irá se manifestar.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão em Caiobá, no litoral do Paraná, e Porto Belo, em Santa Catarina, ambos em imóveis pertencentes à família do ex-governador.


AINDA >>>>.........


Ex-amigo leva Beto Richa à cadeia por desvio de verba em escolas


O governador Beto Richa (PSDB) conseguiu dois salvo-condutos de Gilmar Mendes. Não pode mais ser preso na Operação Rádio Patrulha – que o levou para a cadeia em setembro. Não pode mais ser preso na Operação Integração, que o levou pela segunda vez preso. Mas Beto tem tantas encrencas com a Justiça que acabou sendo preso pela terceira vez.

Agora, o que o levou a mais uma detenção foi a Operação Quadro Negro, que investiga desvios em obras de escolas públicas do estado durante seu governo. O dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, e um ex-diretor da Fundepar, Maurício Fanini, amigo íntimo de Beto, delataram o tucano, dizendo que ele recebeu dinheiro desviado para suas campanhas.

Na semana passada, vieram a público fotos que Maurício Fanini teria entregado ao Ministério Público de uma festa em Miami em que ele, responsável pela Fundepar, aparece com Richa tomando champanhe dentro de uma piscina junto com outros empresários que tinham contrato com o governo. Fanini fechou delação, que foi homologada pela Justiça.


É muito provável que Beto consiga, pela terceira vez, a liberdade em pouco tempo. Em nenhuma das vezes ele chegou a ficar uma semana preso antes de conseguir decisão para sair e esperar o julgamento em liberdade.

Como dessa vez foi novamente o Gaeco, de Leonir Battisti, quem pediu a prisão, a defesa deverá inclusive alegar algum tipo de perseguição. E certamente dirá outra vez que Beto não está colocando as investigações em risco – que é o argumento do MP para pedir que ele fique preso preventivamente.

A Quadro Negro começou quando se descobriu que a Valor não estava entregando nenhuma das obras contratadas, mas mesmo assim recebia como se tudo estivesse andando às mil maravilhas. Ficou famoso um caso de Campina Grande do Sul em que a empreiteira recebeu 99% do preço combinado mas só ergueu 6,8% da escola.

Os defensores de Beto Richa dizem que antes de qualquer aditivo chegar ao governador, passava por onze pessoas na estrutura do governo, e que o chefe do Executivo precisa confiar em quem vê o processo antes, pois não tem tempo de ler tudo. No entanto, os delatores dizem que foi ele quem ordenou os desvios.

PRURAL 
EM REDAÇÃO Gzt Stc

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