GREVE SUSPENDE AULAS E AFETA SERVIÇOS EM CURITIBA. CONFIRA O QUE ESTÁ PARADO

Preços de produtos também dispararam como efeito da manifestação que chega ao 9º dia

Preço do quilo da batata subiu de R$ 3,32 para R$ 7,99, um aumento de 110% (Foto: Divulgação)

A greve dos caminhoneiros autônomos completou, nesta segundqa-feira (28), oito dias, com muitos transtornos para a vida da população, e Curitiba não é diferente. Desde o final da semana passada a falta de abastecimento em alguns setores já prejudicavam os serviços na Capital. Ontem, universidades anunciaram a suspensão das aulas nesta semana.

Nos mercados, a dificuldade da chegada de alguns produtos fez disparar os preços. No caso da batata, por exemplo, o preço saltou mais de 100% entre a sexta-feira e ontem em Curitiba. A Prefeitura de Curitiba divulgou na tarde de ontem, que apenas quatro Sacolões da Família da Prefeitura vão abrir, hoje. A população poderá fazer compras de hortifrutigranjeiros nas unidades do Jardim Paranaense, Carmo, Boqueirão e Pinheirinho. Alguns locais, no entanto, poderão fechar mais cedo, se acabarem os estoques de frutas e verduras.

Funcionamento

A Prefeitura também listou como será o funcionamento de serviços hoje. Serviços essenciais à população, como transporte, saúde, educação e coleta de lixo, continuam sem alteração. No transporte coletivo a frota de ônibus opera normalmente na cidade. O transporte de passageiros é feito por 1.285 veículos que fazem parte do sistema na Capital. 

A Urbs, responsável pela administração da rodoviária, informa que as empresas de ônibus intermunicipais e interestaduais mantêm a redução de partidas da rodoviária de Curitiba. Ontem, apenas 252 ônibus saíram da rodoviária, uma redução de 21,25% da média para uma segunda-feira. Para hoje também há previsão de menos saídas. 

Lixo e coleta seguem com serviços regulares domiciliar e reciclável funcionam normalmente. Ainda há restrição para chegada ao aterro de Fazenda Rio Grande, região metropolitana, por isso pode haver atrasos nas coletas.

Mesmo com estoque reduzido, o Mercado Municipal, o Mercado Regional Cajuru e o Varejão do Capão Raso vão funcionar. As feiras livres e noturnas vão abrir normalmente. Muitos comerciantes, no entanto, deverão estar desfalcados de produtos.

Preço Dieese

O dieese também divulgou o reajuste dos combustíveis nos últimos 30 dias. Foram 16 aumentos no período. O preço da gasolina saiu de R$ 1,74 e chegou a R$ 2,09 nas refinarias, alta de 20%. Já o do diesel foi de R$ 2,00 a R$ 2,37, aumento de 18%. Em Curitiba, o preço da gasolina chegou a até R$ 5.

Efeitos da greve

Batata sobe 110% 

 Os efeitos da greve dos caminhoneiros já chegaram às gôndolas dos supermercados de Curitiba. Segundo levantamento do Disque Economia, da Prefeitura de Curitiba, a batata é o caso mais emblemático. Do dia 18 de maio até ontem, o preço do quilo do produto subiu de R$ 3,32 para R$ 7,99, um aumento de 110%. Também registraram aumentos de preços os laticínios e as carnes bovinas. Carne de frango, de porco e ovos tiveram queda de preço

Sem aulas nas universidades 

 As principais universidades de Curitiba decidiram ontem estender a suspensão de aulas até pelo menos amanhã Como há o feriado de Corpus Christi na quinta (31), os universitários vão ter `folga` durante toda a semana. Anunciaram que não terão aulas nesta semana: UFPR, PUCPR, UP, Uninter, Unibrasil, UTFPR. A Universidade Tuiuti decide sobre `emendar` o feriado ainda hoje 

Rede estadual 

 Já na rede estadual de ensino, a suspensão atingia ontem a 99 municípios de quatro dos 32 núcleos de educação do Paraná até esta tarde de ontem. Algumas escolas da rede particular de ensino, como a Escola Nova Ateneu, suspenderam as aulas também. A orientação do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) é que cada escola defina se deve parar ou não as aulas devido à paralisação

HC suspende cirurgias eletivas

 O Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), cancelou cirurgias eletivas de grande porte que estavam marcadas para a partir de hoje. As cirurgias ambulatoriais continuam sendo realizadas. O atendimento a casos de emergência não foi interrompido

Doações de sangue 

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) enfrenta uma redução de mais de 30% das doações de sangue em toda a rede do Estado. A Secretaria de Estado da Saúde solicita a colaboração dos paranaenses para manter os estoques regulares

Farmácias 

 Farmácias e drogarias continuam sem receber medicamentos, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto. De acordo com ele, transportadoras, com medo de perder a mercadoria, preferem manter carregamentos em seus armazéns


Bares e restaurantes vazios 

 O movimento nos bares e casas noturnas no Paraná foi 60% menor no último fim de semana. Nos restaurantes, a queda foi de 50%. A avalição é do presidente Fabio Aguayo, do SindiAbrabar, que representa a categoria Com isso, o setor deve enfrentar problemas para pagar as faturas , fornecedores, salários, vales de empregados e aluguéis de imóveis

Detran 

Testes teóricos, práticos, médicos e psicológicos no Detran-PR, agendados durante a greve dos caminhoneiros, poderão ser remarcados sem cobrança de taxa adicional. A decisão valerá até sexta-feira (1), ou enquanto duwrarem os efeitos da paralisação

270 vôos cancelados 

 As companhias Avianca, Azul, Gol e Latam, por meio da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), informam que, passada uma semana da paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil mais de 270 voos foram cancelados e outros alterados nos mais diversos aeroportos do País. A situação, diz a Abear, reforça a necessidade de todos os passageiros procurarem se informar sobre sua situação específica antes de iniciar viagem

Jogos escolares 

 A Secretaria de Estado do Esporte e do Turismo informa que haverá alteração nas datas de realização dos Jogos Escolares do Paraná (Jeps), tanto na etapa regional e macrorregional quanto na fase final B (12 a 14 anos). A informação é da coordenação-geral dos 65º Jeps. O motivo das mudanças é a dificuldade logística de transporte causada pela greve dos caminhoneiros que acontece em todo o país

Aves e porcos em risco

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que os bloqueios dos caminhoneiros seguem impedindo o fluxo de produtos, aves e ração para a avicultura e a suinocultura do Brasil. Segundo levantamento feito pela entidade junto a seus associados, caminhões com rações, insumos para a produção da alimentação animal (como milho e soja) e outros produtos são impedidos de circular em mais de 300 pontos de 22 estados pelo País. A mortandade continua crescendo nos polos de produção pelo país. Desde o início da greve, são quase 70 milhões de aves mortas. Volumes próximos de 120 mil toneladas de carne de frango e de carne suína deixaram de ser exportados desde o início da greve. Cerca de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos ainda estão em risco de morte como consequência direta dos bloqueios. Os animais mortos são colocados em composteiras nas próprias propriedades, mas o sistema já está no limite.

Paraná é o segundo com mais pontos de manifestações

Apesar dos principais sindicatos e associações ligados aos caminhoneiros autônomos terem acordado com o governo federal o fim da greve geral, as manifestações e bloqueios foram mantidos em muitos locais, ontem, com destaque para o Sul do Brasil. Balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostrava que até o começo da tarde de ontem eram 556 pontos de protesto no País, sendo a maioria nos três estados do Sul — Rio Grande do Sul (95), Paraná (84) e Santa Catarina (68). Mas no final da tarde, o número de pontos de protesto no Paraná chegou na 107 nas rodovias federais e mais 170 em trechos estaduais.

Só na região da Grande Curitiba no início da noite de ontem haviam pontos de protesto em trechos das BRs 116 — no Contorno Sul de Curitiba —, na BR-376, em São José dos Pinhais, na BR-116, em Quatro Barras, além da Rodovia do Xisto, entre outros. A Régis Bittencourt, entre Curitiba e São Paulo chegou a ficar totalmente bloqueada por cinco minutos no Paraná.

Em nota, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) avaliou que o pacote de medidas apresentado pelo governo no último domingo “ainda está em desacordo com suas reivindicações”. Em assembleia realizada na manhã de ontem, ficou decidido que, nos pontos em que for mantida a paralisação, haverá liberação parcial dos caminhões. Será autorizada a circulação daqueles carregados com combustíveis, inclusive com gás de cozinha, produtos destinados à merenda escolar, produtos destinados à saúde pública e hospitais, leite e veículos identificados como sendo da Defesa Civil.

“A CNTA orienta que todos os pontos de manifestação dos caminhoneiros do País, que deliberarem pela continuidade da paralisação, ao menos adotem as medidas acima aprovadas”, diz a nota.
Infiltrados

Já a A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) estima que ainda falta desmobilizar cerca de 30% dos motoristas que seguem parados nas estradas, universo que representaria cerca de 250 mil caminhões. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) estima que ainda falta desmobilizar cerca de 30% dos motoristas que seguem parados nas estradas, universo que representaria cerca de 250 mil caminhões. 

O presidente da entidade disse em entrevista coletiva que o grupo mais resistente que segue bloqueando trechos de rodovias “não é mais de caminhoneiros”. “Infelizmente, encontramos essa parte que não imaginávamos”, disse, ao citar que foram até identificados manifestantes ligados a partidos políticos. Lopes diz que está levantando quem seriam estas pessoas.

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