ATOR NEGRO É AGREDIDO E HUMILHADO DURANTE TESTE SOBRE RACISMO

Ator negro é agredido e humilhado publicamente durante experimento social que tinha como objetivo testar o nível do preconceito racial no Brasil

Ator negro foi agredido e preso durante teste sobre racismo. Ator branco com a mesma roupa que participou do mesmo experimento saiu imune

Um ator negro do canal de pegadinhas “Boom” foi preso no Paraná durante a gravação de um teste sobre racismo.

O ator foi levado para a delegacia pela Polícia Militar (PM) por perturbação do trabalho e provocação de tumulto. O vídeo (assista abaixo) que culminou na detenção de um dos integrantes está publicado no Youtube e já conta com mais de 2 milhões de visualizações.

Na produção, dois atores, Tiago Fonseca e Leonardo Medina – que também é diretor de Marketing do canal, estão com as mesmas roupas e vão para ruas de Apucarana e Maringá para mostrar se os moradores têm comportamentos diferentes ao verem um branco e um negro tentando abrir a porta de uma BMW com um arame.

O vídeo mostra que Leonardo ficou mais de 15 minutos tentando abrir o carro, e nesse período, ninguém tentou persuadi-lo. Apenas um rapaz oferece ajuda para abrir a porta do carro. Nenhum momento a polícia é chamada.

A mesma cena é repetida pelo ator negro Tiago Fonseca, que é negro. Mas, no caso dele, a tentativa de abrir o carro durou pouco mais de dois minutos. Algumas pessoas chegam, perguntam o que está acontecendo e não acreditam na história. Em poucos minutos o ator é jogado no chão e imobilizado até a chegada de policiais militares. No fim, ele é levado para a delegacia.

No Boletim de Ocorrência divulgado pela PM um dia depois da situação, os policiais relataram que a central de atendimento recebeu diversas ligações informando que um indivíduo tentava furtar um veículo na Avenida Curitiba e, que por este motivo, estava sendo contido por outras pessoas. Essa mesma pessoa já tinha sido detida no dia 3 de dezembro, ainda segundo o BO, por perturbação de sossego em Londrina.

O ator e diretor de Marketing do canal conta que no dia da realização da pegadinha os integrantes optaram por não revelar sobre o que era a história para os policiais para não atrapalhar a divulgação do vídeo. No entanto, os documentos do carro foram apresentados.

“Nós planejamos a pegadinha depois dos ataques racistas direcionados a repórter e atrizes da Globo. Queríamos saber como as pessoas reagiriam, se ainda há racismo na sociedade. Muita gente fala que é contra, mas em situações como essa as atitudes são bem diferentes. O racismo é velado”, diz Leonardo Medina.
Vídeo:
com Boom, Tecmundo e G1

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