CURITIBA REDUZ EM MAIS DE 50% O NUMERO DE FUMANTES EM PROGRAMA NAS UNIDADES DE SAÚDE


Mais da metade das pessoas que procuram unidades de saúde de Curitiba com o objetivo de parar de fumar consegue abandonar o vício.


Equipe da Unidade de Saúde Ipiranga. Foto: Gabriel Rosa/SMCS



 Levantamento realizado no primeiro trimestre deste ano com os participantes do Programa de Controle do Tabagismo mostra que 53,19% pararam de fumar. O tratamento no Sistema Único de Saúde envolve consultas clínicas, apoio motivacional – geralmente em grupos de apoio – e a utilização de medicamentos, quando necessário.


Ana Maria e Luiz Fernando participaram do grupo de controle do tabagismo da Unidade de Saúde Ipiranga, no Capão Raso. Segundo ela, a acolhida e a naturalidade com que o problema é tratado pela equipe de saúde são os grandes diferenciais de outras metodologias que chegou a conhecer. “Foi uma conquista muito importante na nossa família”, destaca.

Clenir Linhares, de 45 anos, também recorreu ao SUS para largar o vício, que começou ainda na adolescência. Depois de três meses sem fumar, ela nota muita diferença na sua qualidade de vida. “Minha respiração melhorou e, além de me sentir melhor fisicamente, hoje consigo sentir o sabor dos alimentos”, enfatiza.

Onde procurar ajuda

As pessoas interessadas em parar de fumar devem procurar informações na unidade de saúde mais perto de sua casa. Todas as 109 unidades básicas de Curitiba têm profissionais preparados para dar orientações e direcionar para as unidades próximas que estão com grupos abertos. “O tabagismo é uma doença que gera um vício e que exige atendimento e acompanhamento profissional especializado”, afirma Marcela Lima Cardoso Selow, responsável pelo Programa de Controle do Tabagismo do SUS Curitiba.

A médica pneumologista Luci Bendhack, responsável pelos grupos de tabagismo nas unidades Ouvidor Pardinho e Mãe Curitibana, explica que o fumante que vai em busca de ajuda na rede pública de saúde é submetido a uma avaliação inicial – que pode ser com médico, enfermeiro ou psicólogo – para uma análise da saúde física e emocional. Depois, geralmente é direcionado para um grupo de apoio, onde encontrará outras pessoas com o mesmo objetivo.

No primeiro mês, os encontros são semanais. “Quem chegou até o quarto encontro, na maioria dos casos já parou de fumar”, afirma Luci. Nos dois meses seguintes, as reuniões ocorrem a cada 15 dias e, depois disso, apenas uma vez por mês, que são as “reuniões para prevenção de recaída”.


O casal Ana Maria Gugelmin Ikier Dreher, de 55 anos, e Luiz Fernando Dreher, de 60, encarou junto o desafio de abandonar o vício, que os acompanhava há mais de três décadas. Ana Maria comemora os quatro meses sem acender um cigarro. “Dessa vez, estou convicta de que não vou mais recair”, comenta ela, que fez duas tentativas anteriores sem sucesso.

O objetivo desses encontros, segundo a médica, é aprofundar o conhecimento sobre o que é fumar, como parar, como lidar com situações de estresse, como superar as possíveis crises de abstinência do tabaco, entre outras questões comuns ao grupo. “Os medicamentos não são prescritos para todos, depende da necessidade e das condições clínicas de cada paciente”, salienta. “Os benefícios começam a aparecer já nas primeiras semanas, na pele, no cabelo, no paladar”, garante Luci.

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