APROVADO EM VESTIBULAR DE MEDICINA, JOVEM NEGRO SOFRE RACISMO NA INTERNET


Em comunidade dedicada a futuros médicos, jovem negro aprovado em vestibular de medicina é atacado com série de comentários racistas após publicar mensagem de incentivo. Diogo Medeiros, que “sonha ter uma clínica para atender pessoas sem condições financeiras”, disse que irá registrar queixa

Diogo Medeiros e uma das mensagens racistas publicadas (Pragmatismo Político)


O que era para ser uma mensagem de apoio aos vestibulandos que planejam cursar Medicina se transformou em uma chuva de preconceito e racismo de futuros médicos.

O jovem Diogo Medeiros, de 24 anos, publicou no grupoVestibulando de Medicina, composto por jovens de todo o Brasil, uma foto sua acompanhada de uma mensagem em que desejava sorte aos que vão fazer o Enem na próxima semana.

“Não importa quem você é, apenas tenha a certeza que você pode ser quem deseja. Basta acreditar em seu potencial”, escreveu. Algumas mensagens publicadas em resposta ao post de Diogo estavam carregadas de ódio e racismo.

Eis alguns dos comentários:

“Ué, não sabia que negro podia ser médico, quem se arriscaria em uma consulta?”

“Só porque o cara é feio e da cor de fita isolante ele não pode ser feliz?”

“Se não tivesse cota duvido que conseguiria”

“Temos que acabar com o preconceito entre negros e humanos”.

Ao jornal O Dia, Medeiros afirmou que iria registrar queixa à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática. “Até pouco tempo atrás era mais comum, mas em pleno século 21 ainda existir isso é absurdo. Estou muito constrangido”, afirmou o estudante, que já está morando em Buenos Aires, após uma conquista que parecia apenas um sonho.

O desejo de ser médico veio da infância, quando Medeiros viu a mãe morrer no Sistema Único de Saúde (SUS). “Um dia quero ter uma clínica para atender pessoas sem condições financeiras”, explicou o jovem.

Os moderadores da página apagaram as mensagens racistas, mas um estudante fez um comentário preciso e direto sobre a situação vivida por Medeiros no Facebook, ao tentar simplesmente encorajar outros a seguirem acreditando em seus sonhos. “Como futuros médicos vão atender pacientes sendo racistas?”, questionou.

Para o presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, Marcelo Dias, que ofereceu assistência jurídica a Diogo, os ataques demonstram que o racismo no país ainda é muito forte.

“Existe uma parcela da população que não aceita os negros chegarem a espaços em que antes não eram vistos, como as universidades. Quando eles não estavam nesses espaços estava tudo certo, não incomodavam”, diz.
não incomodavam”, diz.


informações de O Dia e Brasil Post

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