Defensores dos animais acusados de discriminar gays

A Sociedade Protectora dos Animais (SPA) está a ser, esta quinta-feira, inundada de emails de protesto contra um texto de teor homofóbico em rima publicado na revista da instituição, "O Zoófilo", onde os homossexuais são comparados não só a animais selvagens, como retratados de forma depreciativa. "Homens pavões" é uma das expressões usadas.

A razão do descontentamento, potenciado pelas redes sociais nas últimas horas, reside no facto da publicação trimestral, dirigida pelo presidente da instituição, contar com aquele texto de meia página, cujo o autor numas quadras lamenta ainda o mau trato de animais.

Ao JN, o presidente da instituição, comendador Tomé de Barros Queiroz, admitiu a enorme quantidade de protestos e aponta a dinamização da contestação a um ex-funcionário da SPA.

"Não vejo que exista discriminação no texto ao falarmos de "homens pavões". Estou espantado com estas reacções, porque sei que por detrás delas está uma pessoa que já não trabalha connosco mas ainda se afirma veterinário da Sociedade Protectora dos Animais", disse, frisando a história centenária da instituição.

Sara Martinho, activista dos direitos dos animais e ex-coordenadora do Projecto Inclusão da rede ex aequo, uma das primeiras a fazer notar o seu descontentamento publicamente, pediu um esclarecimento à SPA por aquilo que considera ser um acto "excessivamente abusivo e homofóbico".

"Só poderá tratar-se de um mal entendido. Tenho em muita estima a Sociedade Protectora dos Animais e não espero desta instituição uma postura homófoba e segregadora. Os animais não discriminam em função da orientação sexual, aliás, os animais não discriminam de todo", alegou a activista, que aponta o facto de uma instituição de utilidade pública permitir tal publicação.

Nuno Miguel RopioJornal de Notícia - Portugal

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