ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARANÁ - ALEP, REFORÇA COMBATE AO CIGARRO ELETRÔNICO E EXIGE NOVAS PLACAS DE PROIBIÇÃO EM LOCAIS PÚBLICOS E PRIVADOS

                                                                                          Créditos: Orlando Kissner/Alep
Nesta quarta-feira (3) foram realizadas duas sessões plenárias.

A Assembleia Legislativa do Paraná aprovou uma medida voltada ao avanço acelerado do uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre jovens e adolescentes. Segue para sanção a proposta que atualiza a sinalização de “Proibido Fumar” para deixar expressamente proibido o uso de vapes e demais dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) em ambientes públicos e privados de uso coletivo. A iniciativa foi apreciada nas duas sessões plenárias desta quarta-feira (3) e reforça o controle sanitário e a proteção da saúde diante dos riscos comprovados associados à vaporização.

A proposição 574/2025, da deputada Cristina Silvestri (PP), define que as placas deverão ser substituídas ou adaptadas para incluir a expressão “e Vaporizar”, além de pictogramas de um cigarro convencional e de um cigarro eletrônico, ambos com o símbolo de proibição. A nova sinalização deve ser clara, visível e instalada preferencialmente nas entradas e principais pontos de circulação dos estabelecimentos.

“Os cigarros eletrônicos se tornaram uma porta de entrada para o tabagismo entre adolescentes e jovens, mesmo sendo produtos proibidos no Brasil. Eles liberam substâncias tóxicas, causam dependência e já estão associados a danos respiratórios, cardiovasculares e bucais. Precisamos agir para deixar claro que esses dispositivos também são proibidos nos ambientes coletivos. Ao atualizar as placas, reforçamos a proteção da população e reafirmamos o compromisso do Paraná com políticas de prevenção e saúde pública”, afirma Cristina Silvestri.

O projeto cita nota técnica do Ministério Público, assinada também por representantes da Receita Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e secretarias estaduais, que alerta para o aumento expressivo do uso de DEFs e defende ações legislativas que dificultem seu consumo, especialmente por jovens.

Rastreamento do câncer de mama

Também foi aprovado o projeto de lei 629/2024, de autoria das deputadas Maria Victoria (PP) e Marli Paulino (SD), que institui na rede pública do Paraná o rastreamento genético do câncer de mama por meio de exames oferecidos pelo SUS. A proposta busca ampliar o diagnóstico precoce e reduzir mortes evitáveis, ao permitir a identificação de mutações hereditárias, responsáveis por cerca de 20% dos casos, segundo o Inca – em genes como BRCA1/2, PALB2 e PTEN.

As autoras destacam que a medida garante equidade no acesso à prevenção, hoje restrita majoritariamente ao setor privado, e segue diretrizes internacionais da Associação Norte-Americana de Oncologia (ASCO), além de práticas já adotadas no Distrito Federal e em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Amazonas.

O texto avançou na forma de um substitutivo geral, instituindo diretrizes para a política estadual de rastreamento genético do câncer de mama no âmbito do Estado do Paraná.

Custas do TJPR

Segue para sanção o projeto de lei 736/2025 do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que atualiza as custas judiciais do órgão. O texto recebeu 27 votos favoráveis, 7 contrários e 1 abstenção. A proposta avançou na forma de uma subemenda substitutiva para dar mais transparência às informações relativas à destinação das custas, fixando em até quatro anos a correção dos valores pelo IPCA, período em que será realizado o processo de estatização de algumas varas, conforme recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após este prazo, retorna a necessidade de nova aprovação pelo Poder Legislativo. Uma segunda emenda foi rejeitada por 32 a 7 votos.

A justificativa do Tribunal aponta que a legislação atual (Lei Estadual nº 6.149/1970) está defasada frente à virtualização dos processos e às transformações procedimentais das últimas décadas. O projeto consolida a cobrança das custas principais no ajuizamento, determina o recolhimento das custas complementares antes da sentença e reorganiza a metodologia de cobrança no cumprimento de sentença, com exceção dos casos de cumprimento voluntário. Segundo o TJ, a mudança moderniza o fluxo processual, reduz paralisações e otimiza recursos humanos e administrativos.

Fundo estratégico

A Assembleia Legislativa também deu aval à criação do Fundo Estratégico do Paraná (FEPR), que terá três pilares essenciais para garantir sua plena operacionalização, com reservas voltadas à Sustentabilidade Fiscal, Enfrentamento de Desastres e Investimento Estratégico. O projeto de lei 1.157/2025, do Poder Executivo, vincula o Fundo à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa).

A Reserva de Sustentabilidade Fiscal é destinada à manutenção da solvência e da estabilidade das contas públicas, por meio de medidas como a implantação de poupança para equilíbrio financeiro e previsibilidade orçamentária. A Reserva de Enfrentamento de Desastres visa somar-se a outros mecanismos administrativos e prover o Executivo de instrumentos financeiros que garantam disponibilidade imediata de recursos e resposta rápida e coordenada a situações de emergência ou calamidade pública. Já a Reserva de Investimento Estratégico busca promover o desenvolvimento econômico sustentável por meio de investimentos em projetos estruturantes que gerem retorno social e financeiro, estimulem novos empreendimentos e aumentem a competitividade das cadeias produtivas.

De acordo com o Governo, a proposta configura uma política de Estado de longo prazo e simboliza a modernização da gestão fiscal e financeira, por meio de poupança intergeracional, da articulação entre recursos públicos e privados e da geração de receitas sem aumento da carga tributária.

Unespar

Um marco para a educação acadêmica na região Sul do Estado também foi aprovado. Segue para sanção o projeto de lei 1.179/2025, que autoriza o Poder Executivo a promover os atos necessários à incorporação, pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), de cursos de graduação mantidos pelo Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv). O Governo explica que a expansão busca fortalecer o ensino superior estadual público, gratuito e de qualidade, a partir de estudos técnicos e debates realizados nos respectivos conselhos universitários.

Além de fomentar o desenvolvimento educacional e socioeconômico regional, a integração proporcionará condições de crescimento contínuo à Unespar, com ampliação de infraestrutura e fortalecimento de sua capacidade institucional e acadêmica. O incremento na oferta gratuita de cursos de graduação, tanto bacharelados quanto tecnológicos, poderá beneficiar diretamente a população, atendendo à crescente demanda por ensino superior público.

Administração pública

Também foram analisados diversos projetos encaminhados pelo Poder Executivo que tratam de alterações estruturais na administração pública. Com aprovação em dois turnos e dispensa de redação final, a maioria segue para sanção.

O projeto de lei 1.154/2025, que atualiza a Lei 21.108/2022 responsável pelo Quadro Próprio Estatutário do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (QPIDR), foi bastante elogiado pelos parlamentares. A proposta moderniza as carreiras ao incluir novas especialidades vinculadas à formação dos servidores, garantindo melhor correspondência entre competências técnicas e a complexidade das funções desempenhadas no IDR-Paraná.

O texto também aprimora regras de desenvolvimento funcional, corrige distorções na estrutura remuneratória e institui a Gratificação Compensatória de Risco Ocupacional (GCRO), destinada aos servidores que trabalham em condições insalubres ou perigosas. Segundo o Governo, a medida alinha a carreira às demais estruturas do Executivo, fortalece a atuação institucional do Instituto, reduz judicializações e contribui para uma jornada mais justa

ALEP

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