A ORAÇÃO PÕE FIM À BATALHA CONTRA A DOR



EDWIN G. LEEVER

Da edição de julho de 1974 dO Arauto da Ciência Cristã


Ela vivia na selva com o marido, a quilômetros de qualquer lugar habitado. Certa noite acordou com fortes dores nas pernas. Esse mal, que nunca fora diagnosticado, mas que parecia tratar-se de ciática, havia ocorrido com freqüência. Ela arrastou-se penosamente da cama até a sala, orando com fervor: “Pai querido, ajuda-me!”

Como me relatou mais tarde, ela havia procurado, de todo o coração, a ajuda de Deus, só a ajuda de Deus. De repente teve um maravilhoso sentimento da presença e do calor do Amor divino ali mesmo no meio da selva escura. (Não havia nem sequer um lampejo de luz visível em qualquer direção que olhasse desde a janela.)

A dor desapareceu. E ela voltou para a cama, completamente curada. O mal jamais voltou, em mais de vinte anos. Para ela, esse combate estava terminado! Que acontecera? Por que a oração nessa noite pusera fim ao estado contra o qual batalhara há anos, e sobre o qual muito havia orado?

A Sr.a Eddy escreve: “Essas duas teorias contraditórias — que a matéria é algo, ou que tudo é Mente — disputarão o terreno, até que uma seja reconhecida a vencedora.” Acrescenta: “Discutindo sua campanha, o General Grant disse: «Proponho-me a travar combate decisivo nesta linha, ainda que me tome todo o verão.» A Ciência diz: tudo é Mente e a idéia da Mente. Tens de travar combate decisivo nessa linha. A matéria não te pode oferecer auxílio.”1

A mulher na selva havia travado, naquela noite, a batalha decisiva com a Mente, Deus. Ela recusara volver-se à matéria a fim de obter ajuda de qualquer espécie. Já que é possível uma vitória desse tipo — uma vez que podemos “travar combate decisivo nesta linha” e vencer prontamente — por que é que uma luta com a dor, a moléstia, o desespero e a frustração às vezes parece não ter fim? Por quê?

O livro Ciência e Saúde coloca o assunto nesta base: “A teoria conservadora, na qual há tanto tempo se vem acreditando, é que há dois fatores, a matéria e a mente, que se unem sobre alguma base impossível. Essa teoria quer manter a verdade e o erro sempre em guerra. A vitória não penderia para nenhuma das duas bandeiras. Por outro lado, a Ciência Cristã bem depressa mostra que a Verdade triunfa.” 2

Na proporção em que cada um de nós deixar de argumentar a favor da matéria como se esta contribuísse para nossa saúde e bem-estar ou os perturbasse, estaremos prontos para terminar o combate no qual estejamos empenhados. Deixaremos de nos volver à matéria como se esta proporcionasse alguma ajuda ou causasse qualquer dano. E não ficamos apenas nas palavras. Com oração e convicção deixamos de crer que “a matéria é algo” que deve ser levado em conta. Volvemo-nos para a Mente e a totalidade da Mente a fim de obter a verdadeira imagem da situação. Então estamos prontos para terminar a batalha — vitoriosamente — porque, como nos lembra a Sr.a Eddy, a Mente, ou a Verdade, quando claramente compreendida, triunfa sempre — e o faz “bem depressa”.

Isso às vezes não é fácil, especialmente quando os sentidos corpóreos dizem aos brados que “algo” está mal — um “algo” material. Mas quando deixamos de argumentar a favor de “dois fatores, a matéria e a mente”, e nos apoiamso só na Mente divina, a evidência do sentido físico de discórdia se desfaz em sua nulidade. O estado doentio está curado.

E, contudo, como uma pessoa pode às vezes ser ingênua quando sabe tudo isso e ainda assim se encontra abalada ou mesmo aterrorizada ao confrontar-se com as pretensões fraudulentas da matéria! Começa a preparar-se para uma longa batalha e sente-se completamente incapaz, buscando com ansiedade algum fato espiritual para fortificar-se. Quanto mais fácil e rápido é parar um momento e orar ao Pai por ajuda para ver o que precisa saber a fim de quebrar essa influência hipnótica, a crença de vida, verdade, inteligência ou substância na matéria.

“Pai querido, ajuda-me”, foi como a mulher na selva orou. Todos podemos dizer: Ajudame a sair da selva escura do tolhimento mental e da ilusão mesmérica. Ajuda-me a sentir a onipotência e a onipresença da Mente aqui mesmo. Ajuda-me a vislumbrar meu “eu” real, a criação espiritual da Mente divina, perfeita e intacta, não um pedaço de matéria que convida a moléstia e a deterioração.

Podemos pedir que nos seja revelada a impotência e a ausência do temor ou da inveja, da apatia ou de qualquer outra sugestão ímpia da mente material e mortal. Podemos pedir ajuda para ver que há apenas uma lei atuando em toda a experiência do homem — não a lei da matéria mas a lei da Mente divina, que abençoa, eleva, protege e restaura.

Quando travamos combate decisivo na linha da totalidade da Mente, podemos esperar a vitória. Como é maravilhoso ver nossa identidade espiritual e verdadeira como a idéia da Mente — não como matéria — vir à luz! Paulo o diz da seguinte maneira: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” 3

Pode o Espírito incorpóreo, o bem eterno, causar o mau funcionamento do corpo? Pode o Espírito indestrutível, a fonte de toda harmonia, causar fricção ou pressão doentia no lar ou no trabalho? Pode o Espírito eterno, o próprio Amor divino, prejudicar ao homem, sua criação amada, ou abandoná-lo? Não é da natureza de Deus ser, ou transmitir à Sua criação, qualquer coisa dessemelhante de Si mesmo.

Precisamos saber isso profunda e completamente para não sermos iludidos, nalgum momento, por qualquer testemunho do sentido físico de que alguma nova ofensiva de circunstâncias ou condições materiais esteja por desanimar-nos, deixando-nos fisicamente debilitados, mentalmente esgotados, talvez suspirando: “Isso tudo é demais.” Com a força da Mente divina podemos elevar-nos e ver através de qualquer mentira que queira atrairnos a crer que a matéria possa contribuir com algo, bom ou ruim, à nossa experiência.

A Sr.a Eddy escreve: “Sabe, então, que possuis poder soberano para pensar e agir corretamente, e que nada pode te despojar dessa herança ou abusar do Amor. Se mantiveres essa posição, quem ou o que poderá induzir-te a pecar ou fazer-te sofrer? Nossa segurança reside em nossa confiança de que realmente permanecemos na Verdade e no Amor, a eterna mansão do homem. Uma tal segurança celestial põe fim a toda guerra, e força o tumulto a cessar, pois o bom combate que travamos terminou, e o Amor divino nos dá o verdadeiro sentido de vitória.” 4 Quão estupendo é esse “verdadeiro sentido de vitória”! Quão certo está que o reivindiquemos tanto antes como depois de nos encontrarmos fora de uma situação ruim! Muitas vezes, por exemplo, depois de passar por uma época difícil, reavivamos velhas feridas e injustiças. Detemo-nos a pensar sobre o aspecto ruim da experiência e nos apavoramos que tudo volte reforçado por outras tropas de matéria. Tais argumentos a favor de que a matéria seja algo, não nos levam a parte alguma. Ao invés disso, regozijemo-nos de que o “bom combate. .. terminou” — que percebemos a Verdade sanadora.

O homem, como idéia perfeita da Mente, é livre — aqui, agora e para sempre — e sempre o foi. É assim que Deus cria o homem e o mantém. Nada mais precisamos do que aceitar o Cristo, a Verdade, para trazê-lo à nossa experiência, para sentir-nos livres mental, moral e fisicamente.

Certa vez, por um período de vários meses, passei por uma provação após outra, todas exaustivas e frustradoras. Finalmente saí do aperto, por assim dizer, porque ingressara numa experiência totalmente nova, que eu muito prezava. Então subitamente me vi preso de novo. Mas desta vez numa prisão diferente. Estava estendido de costas, com muitas dores e congestão. Durante esse intenso desconforto físico minha esposa perguntou-me, a queimaroupa: “O que é que está incomodando você realmente?” Fiquei tão chocado com a pergunta (eu esperava compaixão, e uma canja gostosa), que simplesmente exclamei o que nem sequer havia podido admitir para mim mesmo: “Estou cansado de lutar.”

De repente a nós dois ocorreu que, em realidade, em meu ser verdadeiro e livre como idéia da Mente, eu só havia passado por boas experiências. A matéria e suas pretensões nunca me haviam dominado ou perturbado de qualquer forma. Nem poderiam dar-me qualquer consolo agora.

De súbito senti-me mentalmente livre — pela primeira vez em vários meses. Para mim esse combate finalmente terminara. A dor cessou e a congestão desapareceu rapidamente. Pela manhã estava recuperado. Vesti-me e tratei dos afazeres diários, aliviado, feliz e em paz.

Essa liberdade, oriunda do Espírito, é o que a oração na Ciência Cristã pode trazer a qualquer um. Todos podem aceitá-la e regozijar-se com o “verdadeiro sentido de vitória”.

1 Ciência e Saúde, p. 492; 2 ibid., pp. 492–493 ; 3 1 Cor. 3:16; 4 Pulpit and Press, p. 3.

Cultos aos domingos 10 horas
Rua Senador Xavier da Silva,120 São Francisco - Curitiba


GAZETA SANTA CÂNDIDA, JORNAL QUE TEM O QUE FALAR

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