RIO DE JANEIRO: GRANDE CONFUSÃO COM A TENTATIVA DE INVASÃO NA CÂMARA DOS VEREADORES É CONTIDA POR BOMBAS DE GÁS DA PM

Protesto de professores ocorre na Cinelândia, enquanto projeto de lei para alterar contagem de horas-aula é votado pelos parlamentares

Por Gustavo Silva — Rio de Janeiro

Polícia atuou para impedir invasão de professores manifestantes no plenário — Foto: Reprodução


A tentativa de votar o Projeto de Lei Complementar 186/24 — que discute a mudança na contagem das horas-aula dos professores — gerou grande tumulto nesta terça-feira na Câmara dos Vereadores do Rio. Um protesto, que começou com uma marcha da Candelária até a Cinelândia, onde fica a casa legislativa, teve intervenção da Polícia Militar, que usou bombas para dispersar manifestantes que tentaram invadir o plenário. A situação foi controlada, mas o policiamento segue reforçado na região. Há uma semana, a mesma votação foi interrompida justamente após uma invasão.

Os professores, que já haviam sido informados de que a entrada seria controlada, tentaram forçar a entrada, o que teria motivado a confusão. O projeto de lei, proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), altera a carga horária, a licença especial e a gestão do período de férias dos professores. Apesar de uma decisão judicial que determinava o fim da greve, a categoria segue em mobilização há mais de uma semana contra as mudanças.

PM usa gás lacrimogênio para dispersar protesto de professores no Rio
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PM usa gás lacrimogênio para dispersar protesto de professores no Rio


Duas tentativas de invasão foram registradas. A Polícia Militar, que já havia se posicionado nas imediações, usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para controlar os manifestantes e impedir que os protestos avançassem para o interior da Casa Legislativa. A entrada lateral do prédio foi isolada, e reforços policiais, incluindo unidades do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM), chegaram ao local para manter o controle da situação.

O tradicional Bar Amarelinho, localizado na Cinelândia, fechou as portas, seguindo a recomendação de segurança. Enquanto isso, no plenário da Câmara, os vereadores seguiam com a votação de outros itens da pauta, mas o PLC 186/2024, que é o principal alvo dos protestos, ainda não havia entrado em discussão.

Projeto será votado em sessão extraordinária

Apesar da mobilização e do confronto, o projeto seguiu para votação em sessão extraordinária, sem as emendas que serão discutidas na próxima quinta-feira (dia 05).


Antes da votação, representantes do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) se reuniram com a presidência da Câmara, mas não houve acordo para suspender a votação do texto.

O sindicato destacou ainda que, durante uma reunião realizada anteriormente com a presidência da Câmara, havia sido acordado que até 50 pessoas seriam liberadas para assistir à sessão nas galerias, mas essa promessa não foi cumprida. "O que está sendo impedido agora", lamentou a entidade.

Sepe repudia ação da PM

O Sepe lamentou a ação da PM e destacou que havia um acordo para permitir a presença de 50 pessoas nas galerias, o que não foi cumprido. Em nota oficial, o sindicato lamentou o uso da força policial contra os educadores e denunciou os excessos durante a manifestação.

"Há pouco, a PM jogou bombas de efeito moral nos profissionais de educação das escolas públicas cariocas que protestam na Cinelândia, em frente à Câmara de Vereadores. […] É lamentável que haja repressão da PM aos educadores", afirmou o Sepe, que também relatou ferimentos entre os manifestantes.

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