PAIS QUE ROUBARAM DINHEIRO DE CAMPANHA PARA TRATAMENTO DO FILHO SÃO PRESOS EM SANTA CATARINA

Pais fizeram campanha para arrecadar dinheiro e tratar doença rara do filho, mas usaram quantia milionária das doações para construir uma vida de luxo, com carros importados e roupas de grife

Renato e Aline Openkoski


Os pais do menino Jonatas, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME), foram presos Joinville, no Norte de Santa Catarina, na quarta-feira (22). Eles estavam foragidos.

Renato Openkoski e Aline Openkoski. foram condenados por estelionato e apropriação de bens após usar parte dos cerca de R$ 3 milhões arrecadados na campanha AME Jonatas para outros fins, como carro, academia, skate e roupas.

As doações seriam usadas para ajuda no tratamento da criança, diziam os pais. Eles comprariam um remédio chamado Spinraza, fabricado nos EUA. Cada dose custa R$ 367 mil. O garoto havia tomado as primeiras doses quando começaram as suspeitas sobre seus pais.

• Em 2018, o Pragmatismo já havia publicado uma matéria sobre as suspeitas em torno do casal. Relembre aqui.

O delegado Rodrigo Maciel informou que a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami) foi acionada para a prisão há dois meses. Nessa época, foi finalizado o prazo de recursos para a defesa dos pais de Jonatas.


Desde então, os policiais fizeram trabalhos de inteligência e a campo, além de campanas. A investigação descobriu que o casal fugiu de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, onde morava. Na quarta, os dois foram encontrados escondidos em um imóvel no Morro do Meio, em Joinville, cidade onde foi lançada a campanha AME Jonatas, em 2017.

O menino morreu em janeiro de 2022, aos 5 anos de idade, após quatro anos do início da campanha. A morte foi divulgada pelos pais, nas redes sociais, em 24 de janeiro. “Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir. Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca”, escreveram os pais, na época.

ENTENDA O CASO

Em janeiro de 2018, a DPCami de Joinville começou a investigar a campanha AME Jonatas por suspeita de apropriação indébita, a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O órgão suspeitava que os pais estavam usando o dinheiro arrecadado na campanha para arrecadar luxos.

No mesmo mês, a Justiça bloqueou os valores levantados com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, e um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança.

Em março de 2018, a DPCami de Joinville cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa dos pais, localizada no município. Foram apreendidos diversos produtos e roupas de marcas famosas, além de um veículo de luxo.

Ainda em 2018, a Polícia Civil indiciou Renato e Aline Openkoski por estelionato e apropriação indébita. Em outubro de 2022, os pais foram condenados pela Justiça catarinense por estelionato e apropriação de bens.

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