FAMÍLIA ACREDITA QUE ENTEADA DE DELEGADO MORREU QUANDO TENTAVA PROTEGER A MÃE

Mãe e filha foram assassinadas pelo delegado Erik Busetti com cerca de 9 disparos de arma de fogo
Edição: Caroline Berticelli

* com reportagem de RIC Record TV, Curitiba

    FOTO: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM ANA CAROLINA DE SOUZA

A família paterna de Ana Carolina de Souza, de 16 anos, assassinada junto com a mãe Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, pelo padrasto e delegado Erik Busetti, de 45 anos, na noite desta quarta-feira (4), em Curitiba, acredita que a adolescente tentava proteger a genitora e, por isso, foi morta. 

Conforme Roberto Fehrenbach, tio de Ana Carolina, a jovem era uma menina afetuosa, que sempre pensava nos outros, e sua personalidade coincide com a cena do crime. 

“A Ana era aquela menina graciosa que a gente gosta de ter sempre perto, é a sobrinha que a gente abraça e ama. Pelo o que a gente conhece foi isso, ela foi defender a mãe, ela se achou o escudo da mãe porque a gente conhecia ela. Ela faria isso sempre pela mãe”, declara Fehrenbach. 

Mãe e filha foram encontradas mortas e abraçadas atrás de um sofá, na sala do sobrado em que a família vivia, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. Pela cena encontrada no local, a polícia acredita que as vítimas estavam assistindo um filme e comendo pipoca quando foram surpreendidas pelo delegado.
O crime

O delegado Busetti matou sua esposa e a enteada, na noite desta quarta-feira (4), dentro do sobrado onde a família vivia em de um condomínio no bairro Santa Cândida, em Curitiba.
               O DELEGADO ERIK BUSETTI FOI PRESO EM FLAGRANTE 
               POR DUPLO FEMINICÍDIO. (FOTO: MONTAGEM/RIC MAIS)

No momento do crime, estavam em casa Maritza, uma filha do casal de 8 anos e Ana Carolina. De acordo com a polícia, a criança dormia e acordou quando ouviu os tiros. Momento em que Busetti foi até o quarto, pegou a filha e levou a menina até casa de vizinhos.

De acordo com vizinhos, uma briga entre o delegado e a esposa pôde ser ouvida na casa ao lado e, logo depois, vários tiros ecoaram pelo condomínio.

“Ouvi vários tiros, umas 23h45 da noite. Passou 5 minutos, o delegado saiu da casa dele com a filha já no colo. E aí começou a “bater nos vizinhos” [sic] pra deixar a filha dele menor. Ele já chegou e disse ‘fica com minha filha que eu fiz uma besteira’. Ele estava com a camisa toda rasgada, falou que entrou em luta corporal com ela, mas aí eu já não sei”, contou uma testemunha, que não quis se identificar.

Ele teria a intenção de tirar a própria vida, mas foi convencido a desistir pelos vizinhos. Na sequência, o próprio delegado ligou para a polícia, confessou o crime e esperou pela chegada dos policiais. Em resposta ao ser perguntado sobre a motivação dos assassinatos, respondeu com frieza “vocês não têm ideia do que eu estava passando”.

De acordo com vizinho, antes do crime, eles ouviram uma briga entre o delegado e a esposa. Pela cena encontrada no local, a polícia acredita que mãe e filha estavam assistindo um filme e comendo pipoca quando foram surpreendidas pelo delegado. Além disso, a arma de Maritza estava em outro cômodo da casa, de modo que ela não teve como se defender.

O DELEGADO MATOU A ESPOSA E A ENTEADA DENTRO DA CASA DA FAMÍLIA. (FOTO: REPRODUÇÃO//RIC RECORD TV)

Uma ambulância do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) chegou a ser chamada, mas quando chegou ao local, as vítimas – que estavam abraçadas e caídas atrás do sofá da sala – já estavam mortas.
MARITZA ERA ESCRIVÃ DA POLÍCIA CIVIL. (FOTO: REPRODUÇÃO/RIC RECORD TV)

Busetti foi preso em flagrante por feminicídio e está detido no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana da capital, em uma ala especial para policiais. O inquérito deverá ser concluído em 10 dias.

Maritza e o marido – que estava junto há pelo menos 10 anos – passava por um processo de separação e, segundo testemunhas, embora dividissem o mesmo teto já não viviam como um casal há um ano. Além disso, amigas e familiares confirmaram que apesar da situação, o delegado não aceitava a separação.

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