EM 415 DIAS COMO PRESIDENTE, BOLSONARO DEU 695 DECLARAÇÕES FALSAS OU DISTORCIDAS

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. 

Jair-Bolsonaro-Foto-Alan-Santos

As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

“Isso, democracia e liberdade, só existe quando as suas respectivas Forças Armadas, assim o querem.”

Checagem:

Desde o golpe militar que levou à proclamação da República em 1889, as Forças Armadas têm, com mais ou menos força, influência no processo político brasileiro. Diferentemente do que afirma Bolsonaro, nem sempre as Forças Armadas defenderam a democracia, a declaração, portanto, é FALSA. Em 1964, o marechal Humberto Castelo Branco assumiu a Presidência por eleição indireta com compromisso de convocar nova eleição presidencial em 1965. Castelo Branco não só não convocou as eleições como cassou políticos opositores e funcionários públicos, determinou que as eleições fossem indiretas, criando a oportunidade da instituição de um período de ditadura militar no país. Vale lembrar que as Forças Armadas não são homogêneas e em vários momentos da história nacional houve divergência entre setores militares legalistas e golpistas. Além disso, os militares tiveram atuações em favor da manutenção democrática, quando, em 1956, por exemplo, o general Henrique Lott atuou para garantir a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek, em um período de conspirações golpistas após o suicídio de Getúlio Vargas.

REPETIDO 6 VEZES. Em 2019: 07.mar, 07.mar, 27.mar, 08.abr, 15.jun, 23.nov.

“Montamos nossa equipe de forma técnica, sem o tradicional viés político...”

Checagem:

Na fase de transição de governo, quando sua equipe era montada, Bolsonaro não estabeleceu alianças do mesmo modo que administrações anteriores costumavam fazer. Suas negociações com o Congresso têm sido guiadas por interlocutores de bancadas, e não exclusivamente dos partidos (o Legislativo terá maior fragmentação partidária do que em gestões anteriores). Isso não significa, no entanto, que não haja interesses políticos em jogo. O presidente, que recebeu apoio das bancadas ruralista e evangélica durante a campanha, integrou membros das respectivas frentes parlamentares em sua equipe de governo. Essas bancadas têm interesses políticos bem claros: a bancada ruralista pressionou por dar aval ao indicado ao Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que teve apoio de entidades ligadas ao setor, além do ramo da construção civil. Já a bancada evangélica interferiu na escolha do ministro da Educação, inicialmente Bolsonaro cogitou o nome do educador Mozart Neves Ramos. A indicação foi criticada publicamente pelos evangélicos: "pelo que é sabido, ele tem um posicionamento ideológico totalmente diferente dos conceitos e princípios da bancada evangélica”, comentou à época, deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ligado à Assembleia de Deus. Com as críticas, Ricardo Vélez, mais simpático às banderiras evangélicas, foi nomeado como ministro da Educação.

REPETIDO 19 VEZES. Em 2019: 01.jan, 02.jan, 22.jan, 07.mar, 23.mar, 02.abr, 05.mai, 11.jun, 30.jun, 01.ago, 25.out, 30.out, 27.nov, 02.dez. Em 2020: 01.jan, 03.jan, 04.jan, 16.jan, 29.jan.

“14% do território nacional são reservas indígenas.”

Checagem:

A declaração é IMPRECISA. De acordo dados da Funai (Fundação Nacional do Índio), há atualmente 440 terras indígenas regularizadas e outras seis interditadas (com restrição de uso e entrada de terceiros, para proteção de tribos isoladas), que ocupam uma área correspondente a 12,6% do território nacional. Chega-se ao valor de 13,7%, mais próximo ao apresentado pelo presidente, quando se soma às áreas já regularizadas as que ainda estão em estudo ou aguardam sanção presidencial.

REPETIDO 11 VEZES. Em 2019: 27.jul, 24.ago, 30.ago, 24.set, 26.set, 26.set, 17.out, 23.nov. Em 2020: 11.fev, 14.fev, 19.fev.

“Tenho uma recordação apenas de uma multa [na baía de Angra], no mesmo horário e dia que eu tinha apertado o dedo de votação em Brasília.”

Checagem:

A declaração é FALSA. Em 25 de janeiro de 2012, Bolsonaro foi autuado por um fiscal do Ibama por pesca ilegal na Estação Ecológica de Tamoios, em Angra dos Reis (RJ). No momento da aplicação da multa, o funcionário do órgão ambiental tirou uma foto do então deputado federal para comprovar a sua presença em local proibido. No dia em que a conduta foi flagrada, em 25 de janeiro, a Câmara estava em recesso parlamentar.

REPETIDO 8 VEZES. Em 2019: 30.ago, 31.out, 23.nov, 26.nov, 19.dez, 20.dez. Em 2020: 06.fev, 20.fev.

“De todo modo, mesmo que as queimadas deste ano não estejam fora da média dos últimos 15 anos...”

Checagem:

Até julho deste ano, uma área de 18.629 km² foi queimada na Amazônia, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Isso é 39% mais do que a média dos quinze anos anteriores (2004 a 2018) para o mesmo período, que foi de 13.372 km². A área também é a segunda maior desde 2006, perdendo apenas para 2016, quando 19.220 km² foram queimados, também segundo o Inpe. O ano de 2019 está também acima da média dos últimos 15 anos quando é considerado o número de focos de incêndio, e não a área queimada. Até julho, foram 15.924 episódios na região, 12,6% acima dos 14.133 da média para o período 2004-2018, ainda segundo dados do Inpe. Portanto, a afirmação de Bolsonaro é FALSA.

REPETIDO 8 VEZES. Em 2019: 24.ago, 27.ago, 29.ago, 19.set, 26.set, 07.out, 17.out. Em 2020: 02.jan.

“Marcos Pontes, o único astronauta abaixo da linha do Equador.”

Checagem:

A declaração de Bolsonaro é IMPRECISA. Marcos Pontes, atualmente ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações esclareceu em entrevista que ele foi o primeiro astronauta profissional de nacionalidade do Hemisfério Sul. Antes dele, no entanto, três australianos naturalizados norte-americanos já atuavam como astronautas profissionais na Nasa (agência espacial americana), desses, apenas um, Andrew Thomas, também esteve no espaço como Pontes.

REPETIDO 7 VEZES. Em 2019: 31.mar, 02.abr, 02.abr, 04.set, 08.out, 10.out, 18.out.

“Isso, democracia e liberdade, só existe quando as suas respectivas Forças Armadas, assim o querem.”

Checagem:

Desde o golpe militar que levou à proclamação da República em 1889, as Forças Armadas têm, com mais ou menos força, influência no processo político brasileiro. Diferentemente do que afirma Bolsonaro, nem sempre as Forças Armadas defenderam a democracia, a declaração, portanto, é FALSA. Em 1964, o marechal Humberto Castelo Branco assumiu a Presidência por eleição indireta com compromisso de convocar nova eleição presidencial em 1965. Castelo Branco não só não convocou as eleições como cassou políticos opositores e funcionários públicos, determinou que as eleições fossem indiretas, criando a oportunidade da instituição de um período de ditadura militar no país. Vale lembrar que as Forças Armadas não são homogêneas e em vários momentos da história nacional houve divergência entre setores militares legalistas e golpistas. Além disso, os militares tiveram atuações em favor da manutenção democrática, quando, em 1956, por exemplo, o general Henrique Lott atuou para garantir a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek, em um período de conspirações golpistas após o suicídio de Getúlio Vargas.

REPETIDO 6 VEZES. Em 2019: 07.mar, 07.mar, 27.mar, 08.abr, 15.jun, 23.nov.

“Montamos nossa equipe de forma técnica, sem o tradicional viés político...”

Checagem:

Na fase de transição de governo, quando sua equipe era montada, Bolsonaro não estabeleceu alianças do mesmo modo que administrações anteriores costumavam fazer. Suas negociações com o Congresso têm sido guiadas por interlocutores de bancadas, e não exclusivamente dos partidos (o Legislativo terá maior fragmentação partidária do que em gestões anteriores). Isso não significa, no entanto, que não haja interesses políticos em jogo. O presidente, que recebeu apoio das bancadas ruralista e evangélica durante a campanha, integrou membros das respectivas frentes parlamentares em sua equipe de governo. Essas bancadas têm interesses políticos bem claros: a bancada ruralista pressionou por dar aval ao indicado ao Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que teve apoio de entidades ligadas ao setor, além do ramo da construção civil. Já a bancada evangélica interferiu na escolha do ministro da Educação, inicialmente Bolsonaro cogitou o nome do educador Mozart Neves Ramos. A indicação foi criticada publicamente pelos evangélicos: "pelo que é sabido, ele tem um posicionamento ideológico totalmente diferente dos conceitos e princípios da bancada evangélica”, comentou à época, deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ligado à Assembleia de Deus. Com as críticas, Ricardo Vélez, mais simpático às banderiras evangélicas, foi nomeado como ministro da Educação.

REPETIDO 19 VEZES. Em 2019: 01.jan, 02.jan, 22.jan, 07.mar, 23.mar, 02.abr, 05.mai, 11.jun, 30.jun, 01.ago, 25.out, 30.out, 27.nov, 02.dez. Em 2020: 01.jan, 03.jan, 04.jan, 16.jan, 29.jan.

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