VALMOR ZIMERMANN,ABNEGADO EX-PRESIDENTE DO CLUBE-ATLÉTICO PARANAENSE


O empresário Valmor Zimermann foi eleito presidente do Clube Atlético Paranaense em dois períodos distintos: 1984/1985 e 1988/1989, e conquistou os títulos de 85 e 1988.

Foi um dos mais abnegados presidentes da história do Furacão. Atleticano desde a adolescência, quando vivia em Francisco Beltrão, no sudoeste do Estado.

Em sua gestão foi adquirido o terreno do Parque Aquático, o PAVOC na entrada de São José dos Pinhais e que veio a ser vendido para a aquisição da Estância Papa João XXIII, hoje CT do Caju.

Além de ter presidido a Comissão de Obras quando da reforma realizada em 1994, época em que o clube era presidido por José Carlos Farinhaque, ValmorZimermann voltou ao Atlético em 2001, tendo o importante papel de supervisor de futebol.

No Atlético, como ele mesmo disse, só não foi treinador e jogador. Trabalhou no futebol amador, passou a ser diretor de patrimônio, coordenou o departamento de futebol profissional, financeiro e também foi Presidente do Conselho Deliberativo.

Empresário de sucesso, sempre apoiou financeiramente o clube, e além da generosidade com o seu time do coração, o Atlético Paranaense, Valmor Zimermann é conhecido pela sua simpatia e simplicidade no relacionamento com as pessoas, sendo um dos ex-presidentes mais admirados e queridos pela torcida rubro-negra, e por todos que o conhecem.

Confira a seguir entrevista exclusiva para o Jornal Água Verde:

Você atuou em uma época em que os presidentes sustentavam financeiramente os clubes de futebol?

Valmor – Era mais ou menos assim. Na época não havia essa verba da televisão, os ingressos eram muito baratos, em média 1 ou 2 dólares. Até o material de treinamento e de jogo tinha de ser comprado, com colaboração dos dirigentes, porque não havia empresas patrocinando o clube, fazendo publicidade.

Quais as pessoas que mais ajudaram o Atlético naquela época de 1985 a 1988.

Valmor – Tinha várias pessoas que me ajudaram muito. Os Di Pacheco, que foi meu diretor de futebol, o Mario Celso Petraglia, que foi meu diretor financeiro, o Cesar Florença que foi diretor financeiro em outro período. As vezes a gente comete injustiça porque não lembra todos. O próprio Farinhaque, o João Augusto Fleuri, o João de Oliveira Franco, é o que eu me lembro agora, mas havia muitos outros.

O que foi importante em 85, na sua gestão como presidente, para o Atlético vencer o campeonato?

Valmor – Foi muito importante a formação da equipe, tivemos uma equipe muito boa. Naquela época você ia ao eixo Rio-São Paulo, aos grandes clubes e encontrava jogadores para empréstimo, havia jogadores de sobra. Você trazia jogadores de ótima qualidade e sem custo de empréstimo, apenas pagando os salários. Ainda ontem eu estava ouvindo uma entrevista com o Cristóvão, que hoje é treinador do Fluminense. Eu me lembro que eu trouxe o Cristóvão para o Atlético Paranaense. 

O treinador falou que precisava de um armador, e perguntei se o Cristóvão servia, ele disse que sim. Eu peguei o telefone e liguei para o presidente do Fluminense e no outro dia o jogador estava aqui. Havia uma amizade muito grande entre os presidentes de clubes, era tudo mais fácil.

Em 88 teve algum diferencial na conquista do campeonato paranaense?

Valmor – Em 87 nós montamos uma grande equipe para vencer o campeonato e acabamos perdendo para o Pinheiros. Em 88 eu mantive a equipe e trouxemos reforços, e ganhamos o campeonato com um time excelente.

Quais as grandes diferenças do futebol da sua época e de hoje.

Valmor – Hoje o futebol se profissionalizou. Com a grande receia que os clubes têm, ficou bem mais fácil administrar, apesar dos altos salários pagos aos jogadores. As receitas são muito grandes, envolvem televisão, propaganda etc. Este é o grande diferencial da época.

Como vê o Atlético Paranaense hoje.

Valmor – O Clube Atlético Paranaense está muito bem. É um clube que continuou crescendo ao longo do tempo. Houve o evento da venda do Parque Aquático no Boqueirão e compra do CT Alfredo Gottardi (Caju). Eu realizei a venda do Parque Aquático para o Arion Cornelsen na época, e com a venda foi comprado o atual Centro de Treinamento em 1995. Hoje chegamos à conclusão da Arena. Atualmente o Atlético tem todas as condições de disputar títulos nacionais e internacionais, a exemplo dos maiores clubes do país. Por que não temos condição? Temos sim, é só uma questão de tempo.

Regressando no tempo, como foi sua opção para ser atleticano?

Valmor – Eu morei em Francisco Beltrão, no interior do Paraná. Vim de lá com 17 anos de idade, e já era torcedor do Atlético Paranaense. Na cidade havia muitos gremistas, mas minha turma de amigos era de atleticanos. Chegando aqui passei a freqüentar os jogos do Atlético; era uma dificuldade danada. 

Até que um dia saiu uma notícia na Tribuna que o Atlético não havia treinado porque não tinha dinheiro para pagar a lavadeira que lavava os uniformes do time. Eu achei impossível. Chamei o meu sócio na época, o Celso Luz, fomos ao Atlético e conversamos com o então presidente Lauro Rego Barros. Mostrei o jornal pra ele e disse: - Isso não é verdade. Ele respondeu: - O pior é que é verdade sim. O Lauro era uma pessoa sensacional, um grande amigo que tive.

Então eu e meu sócio fundamos a Retaguarda Atleticana, uma associação formada por empresários atleticanos que passou a ajudar financeiramente o Atlético, a fazer arrecadação para pagar os bichos atrasados, as contas de luz e telefone etc. E assim esse pessoal passou a formar a equipe de futuros dirigentes do Atlético.

O que espera do Atlético para 2015?

Valmor – Eu acho que é hora do futebol do Atlético crescer. O patrimônio cresceu muito e está muito bem. Tenho lido que o presidente Mário Celso Petraglia disse que agora é a hora do futebol, porque agora os atleticanos tem a sua bela casa - Arena - como exemplo para todo o mundo, e eu como torcedor me sinto muito feliz.

O Atlético sempre teve um grande futuro. É um time que foi sempre crescendo ao longo do tempo, a cada período de presidentes competentes que se sucederam. Apesar das muitas dificuldades, foi sempre crescendo. Eu sou otimista e penso que o Atlético vai chegar muito longe.



Escrito por Gil e Cleon Padilha, Redação 

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