LOS ANGELES REMOVE UMA ESTÁTUA DE COLOMBO ''NÃO SE DEVE HOMENAGEAR O RESPONSÁVEL POR GENOCÍDIO''

CRISTÓVÃO COLOMBO

Cidade californiana justifica como um ato de “justiça reparadora” a decisão de retirar a obra em memória do descobridor da América

PABLO XIMÉNEZ DE SANDOVAL


As autoridades na cidade norte-americana de Los Angelesconcluíam ontem a remoção de uma estátua do explorador Cristóvão Colombo, construída há 45 anos no Grand Park, no centro dessa metrópole, como parte de uma moção aprovada no ano passado que já substituiu o Dia do Descobrimento pelo Dia dos Povos Indígenas.

"A estátua de Cristóvão Colombo reescreve um capítulo manchado da história, que carrega com um falso romantismo a expansão dos impérios europeus e a exploração dos recursos naturais e dos seres humanos", de acordo com a ex-secretária de Comércio dos EUA e atual membro do conselho do Governo da cidade, Hilda Solís, autora da moção. "Assim, a remoção da estátua de Colombo do Grand Park é um ato de justiça reparadora que honra e abraça o espírito resistente dos habitantes originais de nosso município. 

Com a sua retirada, começamos um novo capítulo em nossa história em que aprendemos com os erros do passado para que não estejamos condenados a repeti-los", afirmou em declarações divulgadas pela rede NBC.

Para o vereador da cidade Mitch O'Farrell, a remoção da estátua é um "passo natural nos avanços para eliminar a falsa narrativa de que Colombo descobriu a América". "Além disso, o próprio Colombo foi responsável por genocídios e suas ações contribuíram para o maior genocídio jamais registrado. Não é preciso homenagear sua imagem em lugar nenhum", acrescentou O'Farrell, membro da Nação Wyandot de índios norte-americanos.

O vereador Joe Buscaino, de ascendência italiana, expressou suas reservas sobre o cancelamento do Dia de Colombo e tentou fazer um esforço, mal sucedido, para retirar a moção. "Com ou sem Colombo, os italianos continuarão a celebrar seus sacrifícios e contribuições para este grande país e nossa grande cidade", disse Buscaino.

EL PAÍS

Postar um comentário

0 Comentários