FACULDADE PRIORIZA HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

De acordo com dados da Sociedade Americana de Odontologia três em cada dez adultos têm medo de ir ao dentista. 
E a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita pelo IBGE no Brasil apontou que 55,6% da população não realiza uma consulta odontológica por ano. Com a proposta de mudar essa realidade a Faculdade Ilapeo, de Curitiba, implantou uma iniciativa pioneira para capacitar os profissionais visando à humanização no atendimento odontológico.

A Ilapeo é especializada na formação continuada de profissionais da odontologia, e oferece cursos que vão desde intensivos até o mestrado profissional. Quase a totalidade desses cursos atende pacientes em disciplinas clínicas. De acordo com a cirurgiã-dentista e responsável pela triagem de pacientes da Ilapeo, Vanessa Helena Jamcoski é comum ouvir queixas de medo ou receio do tratamento. “Os nossos pacientes vêm em busca de um atendimento mais direcionado, em função das especialidades que oferecemos. Então é frequente o relato de situações de desconforto e medo devido a experiências que vivenciaram em outros atendimentos”, comenta Vanessa.

O atendimento humanizado é um tema que ganha destaque no Brasil e o Ministério da Saúde também mantém políticas voltadas nesse sentido. A psicóloga e professora da Ilapeo, Gladir Sanchotene destaca que para atingir esse atendimento o cirurgião-dentista precisa lidar com questões que a técnica odontológica muitas vezes não prevê. “O paciente odontológico é um ‘ser’, com expectativas, vivências e sentimentos. E o medo e a ansiedade quase sempre estão presentes. Então cabe ao profissional ter uma percepção desse todo para oferecer um atendimento humanizado”, afirma Gladir.

Técnica e sensibilidade

E é com esse enfoque que a Ilapeo vem trabalhando. Hoje os alunos dos cursos da instituição estão tendo aulas sobre o atendimento humanizado. Durante a disciplina eles aprendem a importância de ouvir o paciente - mesmo estando em um espaço coletivo de atendimento -, de explicar de forma clara todos os passos do procedimento e seus possíveis resultados. Também, de se colocar no lugar do paciente para tentar entender suas reações. “Uma criança que faz birra, ou uma pessoa que fala demais, podem estar com medo. E o profissional precisa perceber isso e lançar mão de estratégias para minimizar o medo e a ansiedade, e como resultado, ter um paciente mais colaborativo. Pois não basta ter a melhor técnica, é preciso sensibilidade e o mínimo de conhecimento sobre o psiquismo humano”, comenta Gladir.

A artista plástica, Selene Calafange sempre teve pavor das consultas ao dentista. Desde pequena sofreu com problemas de fragilidade dos dentes e não sabe quantificar por quantos tratamentos e profissionais já passou. “Era sempre muito difícil. Eu suava frio, sentia muita dor. Por diversas vezes eu saí anestesiada da cadeira do dentista por puro medo”, relembra. E por indicação de um ex-aluno da Ilapeo, Selene veio de Recife (PE) para buscar tratamento em Curitiba. “A forma como eu fui recebida mudou a minha impressão e me deu segurança”, diz Selene, que foi paciente da implantodontia.

Rosângela Oliveira

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