CAMINHONEIROS BLOQUEIAM PARCIALMENTE RODOVIAS NO PARANÁ CONTRA AUMENTO DO PREÇO DO DIESEL. CONFIRA VÍDEO

(Foto: PRF-PR)

Ana Ehlert com assessoria


Rodovias em todo o país estão com vários pontos de bloqueio de caminhoneiros. No Paraná há protestos na BR-116, Rodovia Régis Bittencourt, pista sentido São Paulo, em frente a um posto de combustíveis, na altura do quilômetro 67, em Quatro Barras, município da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Às 10 horas desta manhã de segunda-feira, 21, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), manifestantes bloqueavam também uma faixa em cada sentido da BR-277 em Paranaguá, no quilômetro 6 da rodovia, BR-376, km 502 em Ponta Grossa, km 257 em Califórnia, BR-153, km 43 em Santo Antônio da Platina, km 112 em Ibaiti, na BR-163, km 86 em Capanema, na BR-373, km 247 em Guamiranga, em andamento e km 264 em Prudentópolis.

Em Capitão Leônidas Marques, na BR-163, quilômetro 140, os manifestantes queimam pneus no acostamento, mas não há interdição do local. 

Segundo as informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF-PR), os bloqueios começaram por volta das 6 horas desta manhã de segunda-feira, 21, mas no Paraná não há interdição total das pistas. Os caminhoneiros autonômos iniciaram nesta manhã uma greve por tempo indeterminado contra o aumento do preço do óleo diesel.


O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da Seção Judiciária do Paraná, concedeu na tarde deste sábado (19) uma liminar que proíbe eventuais bloqueios de rodovias federais no estado, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora de interdição. A decisão judicial foi tomada em resposta a uma ação de interdito proibitório movida pela Advocacia Geral da União (AGU), que, por sua vez, foi acionada pela Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná.


O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da Seção Judiciária do Paraná, concedeu na tarde deste sábado (19) uma liminar que proíbe eventuais bloqueios de rodovias federais no estado, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora de interdição. A decisão judicial foi tomada em resposta a uma ação de interdito proibitório movida pela Advocacia Geral da União (AGU), que, por sua vez, foi acionada pela Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná.

Entidades representativas de caminhoneiros agendaram para a manhã desta segunda-feira (21) uma série de manifestações contra os sucessivos reajustes dos preços dos combustíveis. Os protestos teriam início às 6 horas da manhã e duração prevista de até 72 horas.

“É imprescindível que seja concedida a medida liminar neste interdito proibitório para que os réus se abstenham de desencadear qualquer movimento [...] que não seja pacífico e que importe a prática de atos ilícitos, dentre os quais a obstrução completa da faixa de rolamento”, diz trecho da decisão judicial.

Em seu despacho, o juiz admite a eventual possibilidade de manifestações em meia pista nos trechos de pista dupla, desde que não haja bloqueio total das rodovias federais. “Os manifestantes não poderão obstruir integralmente o tráfego em ambos os sentidos.”

São réus no processo a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado do Paraná (Sindicam) e o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de São José dos Pinhais (PR), entre outros.


Filas e risco de acidentes


Em ofício remetido à AGU na última sexta-feira (18), a Polícia Rodoviária Federal alerta que a interrupção do fluxo de veículos, ainda que parcial, representa uma violação ao direito de locomoção.

“Milhares de pessoas, de um momento para outro, ficam “presas” em engarrafamentos quilométricos, ficando várias horas, sob condições climáticas diversas (forte sol, chuva), desprovidas de condições de subsistência básicas, tais como água, alimentação, local para necessidades fisiológicas, medicamentos, dentre outros”, diz o documento, assinado pelo Núcleo de Apoio Técnico da PRF no Paraná. “A ocupação em tela coloca em risco a integridade física e a vida dos usuários da rodovia, que, cabe destacar, trata-se de via de trânsito intenso, altas velocidades, veículos pesados, cargas perigosas, em que o risco de acidentes graves de trânsito fica sobremaneira potencializado.”

No documento, a PRF observa que não pretende impedir protestos ou manifestações, mas proteger a segurança das pessoas e garantir a fluidez do tráfego.

MOVIMENTO

Com o protesto, o caminhoneiros querem forçar o governo federal a baixar o preço do óleo diesel, principal insumo da categoria. Ao mesmo tempo, outras entidades reclamam do alto preço da gasolina, que nas últimas semanas rompeu a barreira dos R$ 4,00 em Curitiba. No domingo (20), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, prometeu convocar uma comissão geral da Casa para debater uma forma de reduzir o preço da gasolina.

Os caminhoneiros autônomos anunciaram a paralisação das atividades na semana passada depois de não receberem nenhuma resposta do governo sobre esta demanda. A categoria aponta que ao preço atual, o diesel representa quase a metade do custo dos trabalhadores. Em Curitiba, na semana passada, o diesel era vendido ao preço médio de R$ 3,36. Já a gasolina tinha valor médio de R$ 4,06 o litro, mas em muitos postos o preço cobrado chegava nos R$ 4,20.

Desde o início da nova política de preços praticados pela Petrobras — que reajusta o valor dos combustíveis conforme a cotação intenacional — em julho de 2017, até o agora, o preço da gasolina comercializado nas refinarias acumula alta de 57,34%, enquanto o do diesel, tem valorização de 57,78%. “O preço dos combustíveis, no nível em que se encontra, começa a impactar negativamente o dia a dia dos brasileiros”, disse Maia.

Segundo o comando da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), entidades que comandam a categoria e a greve geral, o que foi passado para os trabalhadores é que eles fiquem em casa, ou então, parados em postos. O que eles pregam é não transportar carga alguma durante a greve, sem paralisar o tráfego.

“Queremos todo mundo em casa e, quem não puder chegar em casa, que pare em um posto de abastecimento. A gente não gostaria de ver ninguém trancando rodovia, queimando pneu e quebrando caminhão. Caso contrário, não vamos conseguir atingir os nossos objetivos”, disse na sexta-feira passada o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes.
BEM PARANÁ

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