A PESQUISA CNT/MDA PARA ALÉM DA LIDERANÇA DE LULA

O povo sem esperanças e o povo de Bolsonaro. A última pesquisa CNT/MDA mostrou que Lula continua imbatível na corrida eleitoral de 2018. Mas há mais ser analisado 

 
Sergio Saraiva, Jornal GGN

A pesquisa CNT mostrou que Lula continua imbatível na corrida eleitoral de 2018. Mas há mais do que isso nessa pesquisa. Há nela dados muito interessantes. Mostram como o povo tem uma visão própria que não é retratada pela mídia mainstream. Mas mostram também que Jair Bolsonaro deve começar a ser levado a sério – não por ele em si, mas pelo povo que representa. 
Um brasileiro que não confia na Justiça 

O Judiciário tem estado nas manchetes dos jornais há alguns anos. Sempre louvado como a indutor de uma nova moralidade pública. Procuradores e juízes tornaram-se estrelas das redes sociais com assessores de imprensa e intenso circuito social.



Nada disso parece ter melhorado a imagem do Judiciário junto à população. 

Mais de 60% da população não acredita que a Lava Jato resolverá a questão da corrupção no país. Há algo errado que está indo na contramão de toda a agitação midiática que cerca essa operação. Talvez a própria que bateu duro no PT e outros partidos, mas parece titubear frente ao PSDB. Teria o povo feito essa leitura? 

Agora, a informação alarmante é que 90% dos brasileiros pesquisados não confiam na Justiça e não creem que ela seja isenta. 

 

Algo que deveria ter imediatamente despertado reações do Judiciário em saber o porquê de tão má avaliação do nosso Poder mais profissionalizado. Que não tenha provocado sequer uma ruga nas togas engomadas mostra que o povo tem razão na sua desconfiança. 
Um brasileiro sem esperança 

Entre as pesquisas da CNT – Confederação nacional do Transporte – de março e maio de 2018 passaram-se pouco mais de 2 meses – 70 dias. No entanto houve piora da expectativa dos brasileiros em todos os quesitos pesquisados. Em todos os casos houve um aumento dos que consideram que a situação vai ficar como está ou piorar. 

 

Chama a atenção principalmente a piora da expectativa do brasileiro em relação ao emprego e à segurança pública. Ambos com uma redução de 7 pontos percentuais no índice de expectativa de melhora. 

Os jornais têm tecido elogios às reformas do governo Temer – inclusa a reforma trabalhista – que teriam estancado a recessão e iniciado um caminho de melhora ainda que lento. Eis um caso em que a opinião pública vai no sentido contrário da opinião publicada. 
A pretensa alta rejeição de Lula 

Muito tem se falado que Lula, apesar dos altos índice de intenção de voto, possui também um alto índice de rejeição. A pesquisa CNT mostra justamente o contrário. Lula é um dos que menos é afetado pelo mau humor dos brasileiros. Entre os principais candidatos, é o que tem menor índice de rejeição – algo em torno de 46% – empatado com Ciro Gomes. 

 

Interessante é o caso de Marina Silva, com 56,5% de rejeição, só é superado por Michel Temer e seus estrondosos quase 88% de rejeição. 
Alckmin se desmancha 

Mas o dado mais relevante desse item da pesquisa – o índice de rejeição – é uma péssima notícia para Alckmin. No curto espaço dos 70 dias entre as pesquisas de março e maio, seu índice de rejeição subiu mais de 5 pontos percentuais – passando de 50,7% para 55,9%. Os índices dos demais candidato variaram para mais e para menos dentro da marem de erro da pesquisa que é de 2,2%. 
Quem tem um povo para chamar de seu 

Há um quesito da pesquisa que é altamente sintomático. É o que avalia o oposto do grau de rejeição – chamaremos de índice de fidelização. Ele é expresso na opção do eleitor em ter um candidato que seria o único em que votaria. 

Não é surpresa o percentual de Lula. Com 25,6% de eleitores que o têm como única opção de voto. Lula já disse – ele não é um candidato, é uma ideia. 

 
Bolsonaro tem 

Porém, o índice de Bolsonaro é algo a se prestar atenção. Até há pouco tempo, Bolsonaro era um tipo folclórico do baixo clero do nosso Congresso Nacional. Hoje, 13,1% dos eleitores lhe são fiéis e o têm como única opção de voto. 

Somente para se ter uma base para comparação – embora esse índice seja a metade dos fiéis de Lula – quem mais se aproxima de Bolsonaro é Marina Silva com distantes 4,5% de fidelização. 

Bolsonaro tem um povo para chamar de seu.

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