ASSOCIAÇÃO DOS JORNAIS DE BAIRROS DO PARANÁ SE REÚNE PARA TRAÇAR META

AJORB-PR



Foi realizada ontem no bar e restaurante Ball Bull, na avenida Água Verde em Curitiba, reunião da Ajorb-Pr, Associação dos Jornais de Bairros do Paraná para traçar metas a curto e longo prazo.

O presidente da Ajorb-Pr, Adilson da Costa Moreira, falou que os “28 jornais de bairros que integram a Associação estão dispostos a organizar importantes eventos nas próximas semanas para divulgar a Associação que hoje representa a maior parte da mídia impressa em Curitiba”.

Entre os projetos aprovados pelos diretores de jornais de bairros presentes estão a realização de um grande evento com jornais de bairros e agências de publicidade no Parque Barigui; disparos de mensagens para divulgar os sites dos jornais de bairros integrantes da Associação através de um robô de empresa de tecnologia parceira; produção de um mídia kit para diversas plataformas tecnológicas, entre outras”.

Segundo o conselheiro da Associação, José Gil de Almeida, “Curitiba é a capital dos jornais de bairros do país. São mais de 40 jornais de bairros atuando na maioria dos bairros, ocupando uma importante lacuna deixada por grandes jornais nos últimos anos”.

Participaram da Assembleia diretores dos seguintes veículos de comunicação: Jornal do Juvevê, Gazeta do Santa Cândida, Jornal Água Verde, Jornal da Cidade Industrial de Curitiba, Folha do Batel, Jornal do Rebouças, Gazeta do Abranches, jornal Realidade Notícias de Santa Felicidade, Tribuna do Boqueirão, Jornal do Parolim, Jornal da Barreirinha, jornal Atos e Fotos e Gazeta do Bairro.

Os jornais de bairros resistem porque são as vozes das comunidades

Os jornais de bairros seguem na contramão da mídia tradicional, mas superam, com heroísmo, a dura batalha na conquista dos leitores e do mercado editorial.

Em Curitiba, nas últimas decadas, tivemos três tentativas de acabar com os jornais de bairros, seguindo o exemplo de um grande jornal no Rio de Janeiro que criou jornais de bairros, derrubou preços e fez com que diversos jornais de bairros fechassem as portas. 

Em Curitiba aconteceu o contrário: um grande jornal que existia até algum tempo atrás montou jornais de bairros, embora sustentado por um único anúncio de um órgão público. A tentativa fracassou e os jornais de bairros se foltaleceram e se uniram, se profissionalizaram e houve uma sensível melhora na qualidade e conteúdo da maioria dos jornais de bairros de Curitiba.

Os grandes jornais estão em queda livre no mercado editorial brasileiro e internacional. A crise econômica que assola o país nos últimos anos atingiu em cheio os grandes jornais, cujos custos com funcionalismo são estratosféricos. Não por acaso a maioria dos grandes jornais do país pertencem a famílias milionárias, influentes.

Nos EUA, o grande termômetro da imprensa comunitária é o bairro do Harlem, em Nova Iorque, onde os jornais de bairros dominam a imprensa regional com muita rebeldia e coragem.

Na conservadora Inglaterra o fenômeno se repete: grandes jornais fecham as portas e os jornais de bairros crescem diariamente.

Vários são os motivos dessa realidade. Os jornais de bairros tem custo baixíssimo em relação aos grandes jornais: trabalham com reduzido número de pessoal, terceirizam a impressão e a distribuição. Os jornais de bairros são entregues gratuitamente nas residências e estabelecimentos comerciais dos bairros, sendo lidos por milhares de pessoas.

Mas o maior segredo dos jornais de bairros que atingiram o sucesso é a estreita ligação com a comunidade onde estão inseridos. No passado os bairros não tinham voz nos grandes jornais, mas a partir dos jornais de bairros os grandes jornais voltaram os olhos para o que acontecia nos bairros, mas já era tarde. 

Os jornais de bairros já haviam consolidado posição e os moradores compreendiam o papel da imprensa comunitária, a força de um jornal que defende os interesses do bairro e dos moradores. E através das plataformas digitais, os jornais de bairros passaram a utilizar a internet como ferramenta de fortalecimento de suas atividades.

Parabéns a todos aqueles que fazem jornais de bairros em nossa capital. É uma luta de guerrilha, e vocês estão vencendo. A imprensa comunitária é imbatível.

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