Supremo Tribunal da Palestina suspende eleições locais na Cisjordânia e Faixa de Gaza

Decisão responde a recurso que questionava pleito não ocorrer em Jerusalém Oriental, território invadido por Israel

Pessosa de até 28 anos na região nunca tiveram possibilidade de votar / Carlos Capote

O Supremo Tribunal da Palestina anunciou nesta quinta-feira (08) em Ramallah a suspensão temporária das eleições municipais na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que estavam programadas para ocorrer em 8 de outubro.

“A eleição não pode ocorrer em Jerusalém e seus arredores. Além disso, há problemas com a formação de tribunais em Gaza… Portanto, a Corte decide parar a eleição”, afirmam os magistrados em um comunicado, sem estabelecer nova data para o pleito.

A decisão veio após um recurso que questionava o fato de não haver eleições em Jerusalém Oriental, território palestino ocupado por Israel, o que acarretaria a exclusão de mais de 250 mil palestinos do processo eleitoral.
A sentença atende também uma apelação do movimento islamita Hamas, que não concorda com as listas de candidatos elaboradas pelo movimento nacionalista Fatah.

O tribunal de máxima instância se reunirá novamente em 21 de setembro para decidir se as eleições poderão ou não ser realizadas, segundo a rede Al Jazeera.

O porta-voz do Comitê Eleitoral Central, Farid Tomalle, disse à agênciaEfe não ter recebido, até o momento, uma notificação oficial do Supremo Tribunal sobre o caso.

O pleito, o primeiro convocado de maneira conjunta tanto em Gaza como na Cisjordânia desde 2006, havia sido anunciado este ano depois que o Hamas se dispôs a permitir sua realização na Faixa de Gaza, ao contrário de 2012, quando as eleições aconteceram somente na Cisjordânia.

Em 25 de agosto, encerrou-se o prazo de inscrição de candidatos e foram apresentadas 860 listas eleitorais, publicadas de forma provisória, à espera de objeções e reivindicações.

O Fatah, liderado pelo presidente Mahmoud Abbas, vive uma disputa com o Hamas desde que este último tomou o controle de Gaza em 2007.

O impasse provocou forte divisão na Palestina, tanto política como territorial, que impediu a realização de eleições presidenciais e legislativas em todos os territórios, e municipais em Gaza.

Opera  Mundi

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