“Lava Jato” vira centro do primeiro debate na TV em Curitiba


Candidatos a prefeito trocam ataques sobre apoios e ligações com envolvidos em escândalos de corrupção


Os candidatos a prefeito, ontem, na Band: confronto de “todos contra todos” (foto: Franklin de Freitas)

O primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Curitiba, ontem, na TV Bandeirantes, foi marcado por ataques generalizados entre os concorrentes, dando o tom do que será a campanha municipal deste ano. Depois de um início morno, o confronto “esquentou” com questionamentos sobre o passado político dos participantes, alianças e vinculações com partidos e pessoas envolvidas nas investigações da operação Lava Jato. 

O prefeito e candidato à reeleição, Gustavo Fruet (PDT) foi cobrado por supostas promessas de campanha não cumpridas, e ações como o fechamento de berçários. O pedetista devolveu argumentando que conseguiu manter e ampliar investimentos apesar da crise, e buscou vincular o candidato do PMN, Rafael Greca, ao governador Beto Richa (PSDB) e ao ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). Greca, por sua vez, procurou lembrar das obras que fez quando prefeito e a criticar a atual administração pela falta de realizações. 

Direito de resposta - O momento mais tenso do debate aconteceu no final do segundo bloco, quando a candidata do PSOL, Xênia Mello, afirmou que era a única concorrente que não tem parente na política, nem o partido envolvido na Lava Jato. As afirmações levaram a uma enxurrada de pedidos de direito de resposta de todos os demais candidatos, concedidos pela produção do programa no início do bloco seguinte, a começar por Ademar Pereira (PROS), que lembrou ser empresário sem carreira ou parente na política, e afirmou ter se candidato justamente por estar indignado com a corrupção. 

“Eu não tenho parentes na política. E nós não temos nada a ver com a Lava Jato. Inclusive eu fui para o PMN porque nos sentimos desconfortável de estar no mesmo partido do Eduardo Cunha”, rebateu também Greca. “Na prefeitura não tem quadrilha e eu não tenho parente próximo ou distante que me apoie nessa eleição”, reagiu Fruet.
Já no primeiro bloco, ao ser questionado por Ney Leprevost (PSD) sobre qual a dívida de Curitiba, o prefeito repetiu o argumento de que recebeu uma “herança maldita” dos antecessores, e enfrentou uma crise sem precedentes. “Recebemos o maior déficit fiscal do ex-prefeito Ducci, o que faz entender a falta de coragem dele de disputar esta eleição”, afirmou, referindo-se ao apoio de Ducci a Greca. 

Fruet foi cobrado pela candidata do PP, Maria Victória, sobre a falta de 9 mil vagas em creches. Respondeu afirmando que Curitiba foi a primeira capital a zerar o déficit para crianças de até 4 anos. “Atual prefeitura não conseguiu fazer isso e extinguiu 25 berçários”, comentou Greca logo em seguida. “Vale creche já existia desde o tempo da secretária Fanny Lerner, que foi minha secretária da Criança”, disse o ex-prefeito, em um dos momentos em que usou o espaço para lembar sua administração. 

Transporte - O candidato do PMDB, Requião Filho, questionou Greca sobre o problema da população de rua. O Ex-prefeito prometeu retomar políticas de sua antiga gestão, como a Fazenda Solidariedade e parcerias com igrejas para tratamento de viciados. “Não basta apenas levá-los para longe e tratar da droga. Não basta tirá-los das ruas e não ter para onde devolvê-los”, rebateu o peemedebista. “Abrimos 18 unidades de abrigamento separando crianças, jovens, idosos, mulheres que eram tratados no mesmo lugar, de uma forma desumana”, comentou Fruet. 

Fruet também usou o transporte coletivo para responsabilizar o governo Richa e o secretário Ratinho Jr pelo fim do subsídio do Estado ao sistema. Leprevost, que tem o apoio de Ratinho Jr, rebateu o ataque

BEM PARANÁ

 Ivan Santos

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