RIO CRIA PROJETO SOCIAL VOLTADO PARA POPULAÇÃO



 Unidades policiais, de saúde e desportivas oferecem cursos e atividades

Criadas para atender à população em suas respectivas áreas de atuação, unidades policiais, de saúde e desportivas do Governo do Estado vêm abrindo as portas e colocando à disposição seus profissionais em prol de projetos sociais voltados para a comunidade, especialmente a que vive no entorno desses locais. Algumas dessas iniciativas já promoveram transformações nas vidas de quem decidiu aderir aos programas.

A aposentada Maria José Felix da Silva, de 68 anos, viu seu dia a dia mudar após começar a participar das atividades oferecidas no Centro Dia do Hospital Estadual Eduardo Rabelo, em Campo Grande. No espaço, ela descobriu um novo sentido para sua vida depois de passar por um processo de depressão por conta da morte do marido.

– Não tinha ânimo pra nada, não comia e só queria dormir. No Centro Dia, recebi muita atenção e carinho e fui me reerguendo. Hoje, faço ginástica, atividades para a memória e aula de dança de salão. Fiz muitas amizades, parei de tomar remédios para a depressão, recuperei minha alegria e autoestima e conquistei meu maior sonho: voltar a bordar. Tenho uma vida nova – disse a pernambucana, que frequenta o espaço do Governo do Estado, que atende a cerca de 220 idosos, três vezes por semana.

Moradora do Morro da Providência desde que nasceu, há 56 anos, Silvia dos Santos também está prestes a conquistar um sonho antigo: aprender a ler e a escrever. Aluna do projeto de alfabetização que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Providência tem em parceria com o Sesi-RJ, Silvia segue firme há sete meses na busca de seu objetivo.

– Já perdi muitas oportunidades por não ter sido alfabetizada. Agora, já consigo formar palavras e somar números. Meu maior desejo é um dia poder ler a Bíblia”, afirmou Silvia. Sua professora é Raimunda da Silva, de 51 anos, ex-aluna do projeto. Há quatro anos, ela foi convidada para lecionar no espaço, que fica dentro da UPP. “Os alunos começam tímidos, com vergonha de não saber ler e escrever, mas, aos poucos, se integram e vencem essas barreiras. Temos estudantes com mais de 80 anos e 90% deles moram na comunidade – explicou a professora, que, atualmente, leciona para cerca de 40 pessoas.

Oficinas de dança beneficiam moradores da Rocinha

Unidade da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, administrada pela Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), o Complexo Esportivo Caio Martins, em Niterói, abriga um curso pré-vestibular comunitário. Reunindo cerca de 40 alunos, com faixa etária de 20 a 40 anos, o projeto existe há dois anos e conta com quatro professores voluntários. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira.

– Além de adquirir conhecimento, as aulas são uma ótima forma dos alunos socializarem e se sentirem ativos, já que muitos estão há algum tempo longe das salas de aula. Participaram do curso mais de 80 pessoas e algumas obtiveram êxito no vestibular, passando para Engenharia Civil e Psicologia”, explicou o coordenador do projeto, Sandro Araújo.
Mariana Feitosa se exercita duas vezes por semana, durante uma hora, no projeto de dança que a UPP Rocinha mantém em uma quadra da comunidade.

– Nunca tinha feito essa atividade e estou gostando muito. É pertinho de casa. Fico muito animada com essa novidade – disse Mariana.

Levado para a comunidade há cerca de três semanas pela soldado Aline Machado, também professora de dança, o projeto já recebeu a adesão de mais de 20 moradoras da Rocinha.

– A dança é ótima para várias coisas. Cura depressão, ajuda a emagrecer e traz motivação, disposição e alegria a quem pratica – afirmou a policial.

A comunidade que vive no entorno do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro, na Gamboa, também é privilegiada com o contato com a arte. Uma discoteca com um acervo de mais de 5 mil discos iniciado a partir de uma grande doação de LPs de três senhoras centenárias funciona dentro da unidade e está aberta ao público. Os discos, que foram remasterizados, guardam raridades como poesias de Manoel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes recitadas pelos próprios poetas, discursos políticos de Carlos Lacerda, entre outras relíquias das décadas de 30 a 70.

Produtor de medicamentos e fornecedor de soros contra o veneno de animais peçonhentos, o Instituto Vital Brazil (IVB), em Niterói, abre suas portas para receber a população. Uma das atividades mais procuradas é a extração pública de veneno de cobras e escorpiões, que acontece uma vez por mês. Os biólogos e pesquisadores do instituto explicam passo a passo a retirada do veneno dos animais
Correio do Brasil

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